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Venezuelanos Preferem Socialismo e Apoiam Maduro (Como Sempre)
Venezuelanos Preferem Socialismo e Apoiam Maduro (Como Sempre)

O mais recente instituto de pesquisas Hinterlaces da Venezuela divulgou, no último dia 16, que 75% dos venezuelanos preferem o socialismo como modelo econômico, diante de apenas 24% em desacordo.
Do total de entrevistados, 61% manifestaram-se também favoráveis a que o Estado conduza a economia do país e não o setor privado, contra 24% que discordam.
No caso específico do petróleo da Venezuela, cuja privatização é o sonho de consumo da oposição (elite) local, catadora de migalhas de Washington como no caso de todo os empresários de mídia e de todas as elites canino-vira-latas latino-americanas, 74% dos venezolanos discorda que se deva privatizar a Petróleos de Venezuela (PDVSA, estatal petroleira), enquanto apenas 23% estão de acordo.
No mesmo sentido, 67% dos venezolanos discordam que se deva privatizar o serviço de eletricidade, enquanto 32% estão de acordo. 69% dos venezolanos disacordam que se deva privatizar a estatal de telecomunicações Cantv, enquanto 30% concordam.
Ao mesmo tempo, 63% da sociedade venezuelana não confia que um governo de oposição possa resolver os problemas econômicos do país caribenho.
A margem de erro, de acordo com Hinterlaces, é de 2,5 pontos para mais e para menos. "Hinterlaces tem se comprovado altamente profissional, e um sério instituto de pesquisas", afirma com exclusividade a esta reportagem a socióloga venezuelana María Páez Víctor, do centro de pesquisas Law Commission of Ontario no Canadá. "Tem fornecido informações precisas, agrade ou não apoiantes de governo e oposição".
Este cenário não é novidade em se tratando da Venezuela para nenhum cidadão em qualquer parte do mundo minimamente informado, que não se permita ter a mente pautada pelos grandes meios, sabidamente, de idiotização em massa.
Para a professora doutora María Paéz, estes resultados indicam nada mais que uma preferência histórica dos venezuelanos pelo modelo socialista, anterior à própria implementação da Revolução Bolivariana: "A maioria dos venezuelanos preferem o sistema econômico socialista há muitos anos. O que ocorre é que, especialmente durante a Guerra Fria, os políticos, as elites e a mídia demonizaram qualquer tipo de socialismo".
De 1998 para cá, nunca houve tantas eleições na Venezuela - sistema eleitoral reconhecido internacionalmente como seguro, e pelo ex-presidente norte-americano Jimmy Carter em 2012 como o mais confiável do mundo -, ao mesmo tempo que os governos bolivarianos têm incentivado a liberdade de expressão e o debate entre a sociedade. "Esses resultados indicam que a Revolução Bolivariana nos últimos 18 anos permitiu que as pessoas pensassem, discutiseem, observassem e chegassem a suas próprias conclusões com base em suas próprias experiências de vida, que indica que a grande maioria dos venezuelanos está melhor que em 1999, e em todos os anos anteriores", observa a pesquisadora.
Desde que Hugo Chávez venceu esmagadoramente o sufrágio universal pela primeira vez em 1998 - rompendo com a ditadura econômica do FMI, nacionalizando o petróleo, reverendo seus ganhos à sociedade e confrontando abertamente os crimes internacionais do regime de Washington especialmente no Afeganistão e Iraque -, passando pelo atual governo de Nicolás Maduro, seu sucessor, a sociedade venezuelana vem manifestando continuamente preferência pelo sistema socialista, e seu apoio especificamente à Revolução Bolivariana e seus respectivos governos (Chávez de 1999 a 2013, e Maduro desde então).
Por outro lado, tampouco é algo novo que a oportunista, altamente suja e violenta oposição venezuelana manipule os números, como tem feito agora computando a seu favor, através exatamente da grande mídia, opiniões que manifestam "alguma [pouca] confiança" em seu setor, qualificando-as de "confiantes" nos representantes da elite venezuelana, frequentadores assíduos de Miami e Washington desde o fracassado golpe de 48 horas contra Chávez em 2002, comprovadamente arquitetado e financiado, diretamente, por George Bush com apoio dos mesmos personagens que hoje tentam derrubar Maduro através de golpe e da violência indiscriminada nas ruas.
O Que a Grande Mídia de Alopração em Massa Nunca Quis Ver

Pouco antes, em 9 de julho Hinterlaces havia divulgado que 54% dos venezuelanos apoiam uma nova Constituição, a fim de aperfeiçoar as conquistas sociais proporcionadas pela Revolução Bolivariana (veja alguns dados mais abaixo), diante de 44% em desacordo.
No início de 2014, quando a oposição saiu à ruas e atacou civis e edifícios públicos gerando o caos e 43 assassinatos na Venezuela, através das chamadas guarimbas reproduzidas de maneira completamente distorcido pela grande mídia internacional, o otimismo da maioria dos 10 mil entrevistados venezuelanos entre 15 e 29 anos de idade (que formam 60% do total da população) de todo o país eram mais uma vez evidentes, através da II Encuesta Nacional de la Juventud que, inclusive deslegitimando as guarimbas, informou que:

● 90% acreditavam que seu diploma universitário lhes proporcionaria "muitas ou variadas possibilidades profissionais";
● 93% afirmavam que poderiam aspirar, dali em diante, a um emprego melhor que o que tinham à época;
● 98% continuariam estudando, considerando que os estudos lhes serviriam para conseguir um trabalho satisfatório (compare-se esses índices com os da Espanha então, que tinha 56% de desemprego juvenil e centenas de milhares de universitários que se perguntavam para que lhes serviram tantos anos de estudo);
● 77% dos jovens apontavam que se ficariam no país, contra apenas 13% que afirmavam desejar sair,
Tais números seguem a constante venezuelana dos últimos 18 anos. Para o jornalista espanhol Alejandro Fierro à época, "esses percentuais contrariam a propaganda midiática de que a juventude deseja fugir da Venezuela".
Desde então, pesquisas têm também apontado que a maioria da sociedade venezuelana rejeita as manifestações violentas da oposição armada, que, apresentadas distorcidamente pela grande mídia internacional, acabam incriminando ao presidente Maduro, e aprova maciçamente as iniciativas de diálogo e paz propostas pelo governo bolivariano.
Secretamente, Washington Desdenha de Opositores que Publicamente Apoia
Em abril do ano passado, seguindo também a tendência desde que Chávez chegou ao Palácio de Miraflores, o mesmo Hinterlaces divulgava que 61% dos venezuelanos não confiavam que um governo de oposição pudesse resolver os problemas econômicos do país. 55% da população preferia que o governo bolivariano, liderado pelo presidente Nicolás Maduro, seguisse sendo o promotor de uma mudança positiva na economia nacional.

Todos estes fatos foram testificados por este autor no giro recente pela Venezuela, de ponta a ponta ouvindo e registrando o relato de civis dos mais diversos segmentos e vertentes políticas, bem como funcionários do governo bolivariano: a única hostilidade sofrida pelo autor partiu exatamente da oposição, através de expulsão de mercado público enquanto entrevistava defensores da Revolução Bolivariana, enquanto as massas defendiam fervorosamente o governo sobretudo nas ruas, em um país pacífico que respira revolução cidadã - e é exatamente isso que tem garantido a permanência de Maduro na presidência, diante das agressivas tentativas continuadas de golpe.
Motivos de Tanto Apoio: Revolução Bolivariana em Contexto

Enquanto o Brasil de Temer, apoiado por Washington, padece de falta de papel para a impressão de passaportes - sem nenhum tipo de indignação das classes média e alta que sempre defenderam o impedimento da ex-presidenta Dilma Rousseff, em favor de uma precariamente prometida Ponte para o Futuro que desde o início se mostrava uma grande farsa -, a Venezuela, apesar da guerra midiática e todo o boicote econômico através de armazenamento ilegal e contrabando de produtos básicos à Colômbia, apresenta uma eficiente revolução social.
Algumas dessas conquistas - que em junho de 2013 rendeu, na Europa, premiação da ONU ao presidente Maduro (nada noticiado no Brasil e muito pouco na imprensa internacional) - são:
● Estado livre do analfabetismo segundo declaração da Unesco em 2005. Até agora, são cerca de 3 milhões de pessoas alfabetizadas pós-governo bolivariano, inclusive nas línguas indígenas;
● Assistência médica e educação gratuitas e acessíveis a todos. Antes de Hugo Chávez assumir a presidência, o país contava com 20 médicos para cada 100 mil habitantes; atualmente, este número está acima do dobro de doutores disponíveis: 65. O governo bolivariano construiu mais de 13.721 clínicas em bairros que, anteriormente, o Estado não alcançava, e o sistema público de saúde conta com 95 mil médicos;
● Para a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), a Venezuela era um dos países mais desiguais da América Latina pré-governo bolivariano, e hoje o país é o menos desigual da região;
● Desde que assumiu o Palácio de Miraflores em 2013, o presidente Maduro, que em 2014 foi o líder mais popular da América Latina segundo pesquisa da (Colômbia), já elevou o salário mínimo acima da inflação 17 vezes - a última em janeiro deste ano, em 50%, proporcionando ganhos reais aos trabalhadores. Durante os últimos 16 anos dos governos da chamada IV República concluídos em 1999, em que a oposição esteva no poder, produziu-se nove ajustes salariais, enquanto que ao longo destes primeiros 17 anos de Revolução Bolivariana implementou-se, até agora, 37 aumentos;
● Apesar do forte boicote econômico que enfrenta, e contrariando a velha retórica da raivosa e retrógrada ultra-direita latino-americana a qual prega que ações sociais são gasto e não investimento, o governo da República Bolivariana da Venezuela aprovou para 2017 aplicação de 73,6% do Orçamento Nacional, estimado em 8,4 bilhões de bolívares (847.9 milhões de dólares), em projetos sociais, fazendo avançar o socialismo do século XXI (trata-se dos maiores investimentos sociais da América Latina);

● Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO), sob a presidência de Chávez a Venezuela reduziu em 75% a proporção de pessoas em pobreza extrema, e com Maduro tornou-se exemplo mundial no combate à fome e à desnutrição: erradicou a primeira com mais de 3 anos de antecedência em relação às Metas do Milênio estipuladas pela ONU (2015), e a segunda já foi reduzida de 13,6 para 2,4 nos anos de governo bolivariano. Em julho do ano passado, o presidente venezuelano foi premiado pelas Nações Unidas na Europa, por tais conquistas;
● Entre 1999 e 2016, a pobreza extrema apresentou queda livre como em nenhum outro país da região: de 21% em 1999, despencou para 4,4% da sociedade em 2016. E os níveis de pobreza foram reduzidos de 49% a uma taxa de cerca de 20% da sociedade hoje;
● As pensões estão garantidas após apenas 25 anos de trabalho. Os que trabalham na economia informal têm pensão do Estado garantida. Há ainda programas de capacitação profissional, e ajuda a pequenas e médias empresas;
● O aumento da geração de empregos bate recorde em 20 anos na Venezuela;
● Segundo a professora da Universidade Central da Venezuela, Mariclein Stelling para a revista Caros Amigos (novembro de 2012, pág. 12), "[A sociedade local hoje] Têm direitos a ter direitos. Não somos mas uma sociedade submissa, esperando um favor de uma escola. Aqui já existe um processo de pró-atividade política. Antes não era assim, o pobre era sempre pobre e não tinha vontade de crescer. As pessoas sabem o que é controle social, o que é poder popular, já estão organizadas em coletivo".
● A educação é gratuita e acessível a todos, do ensino básico ao universitário. A Venezuela é o segundo na América Latina e o quinto no mundo com as maiores proporções de estudantes universitários que cresceu em mais de 800% no governo bolivariano, com cerca de 75% da educação superior pública que faze do país latino-americano com o maior número de universidades públicas. Os estudantes têm computadores portáteis e tabletes de uso gratuito para os estudos. Hoje, 60% dos professores venezuelanos pertencem à rede pública, com salário elevado na última década;
● Os meios de comunicação, especialmente comunitários, expandiram-se em todo o país, dando mais espaço para a expressão de vozes diversificadas, respeitando inclusive as diferenças culturais da Venezuela;
● O aceso à Internet tem aumentado consideravelmente, e o governo bolivariano também tem construído centenas de "infocentros" públicos com acesso a computadores e conexão à Internet gratuita em todo o país.
Poltrona dos Medos e Fobias: Morada Reacionária


O inverso do ato de coragem, isto é, seguir a corrente predominante imposta pelos donos do poder, é sem dúvida uma situação bem mais cômoda em um mundo que glorifica os iguais, a estupidez, a ignorância e a passividade incondicional - muitas vezes, especialmente no Brasil, disfarçada de esquerda tão fajuta que já nem ela mesma acredita em si e incapaz, mesmo nos momentos mais críticos do País, de ir além dos minguados piqueniques de rua com cafonas carros de som e um punhado de bandeiras de sindicatos e movimentos cooptados por partidos neo-oligárquicos como o PT, na essência um bando de defensores de interesses político-partidários, exatamente por isso sem a menor capacidade de luta e reação. Enfim, a outra face de uma mesma moeda reacionária - porém bem mais frágil que os reacionários mais autênticos - pobremente travestida de revolucionária
Diante disso tudo, é clarividente que na sociedade venezuelana com sua Revolução Bolivariana reside a grande esperança da humanidade neste catastrófico século XXI. Como bradam em coro constantemente Maduro e seu tão amado povo: "Viveremos e venceremos!".