
Destemida organização que virou o mundo de cabeça para baixo
Acompanhe no Blog revelações bombásticas
Do grupo de Julian Assange, com ligações para
Telegramas secretos originais que desnudam o
Jeitinho norte-americano de fazer política internacional
Traduções inéditas no Brasil
Espionagem, diplomatas-xerifes
Governos locais condescendentes: nada novo
Porém, agora não há mais como negar...
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Transparência e prestação de conta são questões morais que devem ser a essência da vida pública, e do jornalismo
Julian Assange
Julian Assange
A partir das próximas linhas, o mundo ao avesso por WikiLeaks

Sempre que houver esta imagem à direita de cada artigo,
signigica que ele contém ligações a telegramas secretos originais
enviados pelas embaixadas dos Estados Unidos, expostos por WikiLeaks
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enviados pelas embaixadas dos Estados Unidos, expostos por WikiLeaks
Conteúdo desta Secção (com ligações):
O Que É e O Que Tem Feito WikiLeaks (mais abaixo): Artigos e Entrevistas
SENTENÇA DE ASSANGE
'Duro Golpe contra a Liberdade de Imprensa': Noam Chomsky
ENTREVISTA COM PETER TATCHELL
Iminente Extradição de Assange aos EUA
CASO ASSANGE
Extradição aos EUA Seria Ilegal, 'Jornalista Fazendo Seu Trabalho': John Kiriakou
FUTURO DA INTERNET
“Próxima Disputa Global Será pela Privacidade das Pessoas”
Bloqueio Econômico Impede WikiLeaks de Publicar - Outubro de 2011
“Somos a CIA do Povo”
WIKILEAKS
Carta de Alforria para Ex-Paranóicos Brasileiros
WikiLeaks Publica Telegramas Confidenciais das Embaixadas Americanas
Brasil (Página 1, abaixo) / Brasil (Página 2) / América Latina / Estados Unidos, Europa, África e Ásia / Oriente Médio e Norte da África

"(...) Julian Assange ajudou a acabar com a apatia do mundo ao publicar documentos secretos no WikiLeaks. O cinismo e a arrogância dos poderosos, suas falcatruas, mentiras, manipulações da opinião pública, seus jogos políticos e diplomáticos revoltaram os cidadãos desacostumados aos bastidores do teatro que a mídia corporativa os obriga a assistir todos os dias. (...)" (Brasil de Fato, 18.4.2012)
"(...) WikiLeaks tem provado, através de telegramas secretos de embaixadores dos Estados Unidos em todo o mundo (muitos deles, agentes da CIA travestidos de diplomatas), que por "democracia" dentro de um país o governo de Washington considera livre-mercado, a abertura das economias nacionais às empresas norte-americanas independente de haver efetivamente democracia na acepção do termo no Estado em questão: um governo democraticamente eleito que priorize justiça social e direitos humanos. Mesmo contrariando tudo isso, e sem apoio das sociedades locais, a Casa Branca exerce sua influência para que tal governo siga no poder. Por outro lado, se se contraria os interesses de Washington, ainda que dentro dos padrões democráticos, pacífico e bem sucedido em diversos pontos, inclusive econômico, sofre invariavelmente sabotagem, das mais diversas formas, da única superpotência mundial.
É isso que explica a omissão dos EUA, por exemplo, em relação à Arábia Saudita, maior aliada de Washington no Oriente Médio dentre os países árabes e país que mais fere os direitos humanos no mundo ao lado da China, enquanto, sob escusa de democracia e liberdade, invade a Líbia, o Iraque e pratica toda a sorte de sabotagem contra o governo venezuelano que, democraticamente eleito, amplamente apoiado pela massa e elevando em muitas vezes os índices sociais, nacionalizou suas reservas petrolíferas e contrariou o Consenso de Washington (baseado justamente na abertura dos mercados nacionais sob os ditames dos EUA). Foi assim no golpe militar de 1964 no Brasil, é assim até hoje em toda a América Latina e em todo o mundo. Um Império agressivo, cruel, disposto a tudo em nome de seus interesses, valendo-se para isso dos mais sofisticados recursos.
(...) Por que somos 99% de indivíduos, das mais diferentes classes e pensamentos, lutando contra o 1% dono do poder ao longo dos séculos sem que o sistema, em sua essência, seja mudado em absolutamente nada, pelo contrário, siga fechado e servindo aos privilégios dessa ínfima minoria a que pese tanto sangue derramado e vidas perdidas? A resposta para essa inevitável pergunta está nestas páginas, claramente. (...) A cadeia dos poucos donos do poder está muito bem estruturada, e não admite oposição" (Edu Montesanti em WikiLeaks, Carta de Alforria para Ex-Paranoicos Brasileiros, mais abaixo).

Não deixe de ler:
"A Marinha do Brasil é uma merda. Eles estão olhando para o Rafale que é superfaturado [governo Lula], mesmo com cortes de preços, e ao Gripen que é simplesmente uma merda. Você compra o Gripen se é trouxa. (...) O Brasil é um país incrivelmente corrupto."
● Telegrama secreto do serviço de Inteligência Stratfor, dos EUA: Político brasileiro, cujo nome não é mencionado, revela que presidente Lula recebeu propina na compra do caça francês Rafale, em Brasil (Página 1) mais abaixo
"Dirceu admitiu que ele próprio tinha habitualmente gasto o dobro do que relatou em suas próprias campanhas, e que todos os políticos brasileiros empregam algum tipo de Caixa 2 (recursos não contabilizados ou não revelados). Embora incomodado com a hipocrisia dos seus adversários atuais sobre este assunto, Dirceu considerou esta prática natural e mesmo inevitável em um país onde os políticos não gostam de ser vistos recebendo dinheiro, e os doadores não gostam de ser vistos dando-o."
● Telegrama do embaixador Vela, sobre encontros com o ex-ministro José Dirceu (governo Lula), em Brasil (Página 1) mais abaixo
● Encontros de Jucá com 'Embaixada' dos EUA: A Hipocrisia Esquecida do PT
Série de três telegramas dos encontros do ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu, com "diplomatas" dos EUA ,
Em Brasil (Página 1), abaixo
"(...) Sistema de espionagem em massa realizado por governos de diversos países em telefones celulares, computadores e também nos perfis de redes sociais de seus cidadãos."
● Governos Fazem Espionagem em Massa de Celulares e Computadores, em Brasil (Página 1), abaixo
"(...) O Estado de S. Paulo e O Globo, além da revista Veja podem se dedicar a informar sobre os riscos que podem advir de punir-se quem difame religiões, sobretudo entre a elite do país. Essa Embaixada tem obtido significativo sucesso em implantar entrevistas encomendadas a jornalistas, com altos funcionários do governo dos EUA e intelectuais respeitados (...)".
● Plano de Washington: Constranger governo brasileiro usando a mídia a fim de não votar na ONU a favor de punição internacional à difamação religiosa, em Brasil (Página 2)
● Ditadura e o Novo 'Companheiro' dos Militares, Luiz Inácio
Série de quatro telegramas comentando ditadura militar e Lei de Anistia no Brasil, em Brasil (Página 2)
● Influência do novo papa na política argentina, e sua ligação com a oposição, em América Latina
● Para EUA, Mercosul É “Anti-Norte-Americano”, em América Latina
● Golpe Militar no Chile: Crimes, Mentiras e Telegramas, em América Latina
"Não podemos esperar que os líderes da região se reúnam em nossa defesa, e precisamos ser mais proativos em defender e implementar nossa clara estratégia para a região."
● Guerra Midiática dos EUA na América do Sul, em América Latina
Nota de Edu Montesanti, com comentário publicado na página no Facebook da Embaixada dos EUA no Paraguai (espanhol/português)
● Efeito WikiLeaks: Embaixadora dos EUA no Paraguai Não Perde Tempo, e Reúne-Se com Blogueiros Locais, em América Latina
● CASO ASSANGE
Entrevista com Jurista Mads Andenæs - Presidente do Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária, em Estados Unidos
"Contrariamente à crença comum, as exportações norte-americanas de terrorismo ou de terroristas não é um recente fenômeno, nem tem sido associada apenas aos radicais islamitas ou pessoas do Oriente Médio, africanas ou de origem sul-asiática. (...)".
● Relatório Especial da Red Cell da CIA: E se os Estrangeiros
Virem os Estados Unidos como País "Exportador de Terrorismo"?, em Estados Unidos
Telegrama secreto da Embaixada dos EUA na Síria: injeção de 12 milhões de dólares à oposição rebelde ao regime de Al-Assad
Financiamento da instalação de canal de TV via satélite transmitindo, para dentro do país, programas contra o regime
E exercício da influência cultural norte-americana, a fim de atingir os objetivos de Washington na Síria
● Próximos Passos para uma Estratégia de Direitos Humanos, em Oriente Médio
● Assange Está Retendo Sujeira em Israel, Porque Jornais Ocidentais Não Querem Publicá-La, em Oriente Médio
O governo dos Estados Unidos não teme seus informantes: teme os bem informados
Edward Swnoden, ex-agente da CIA que revelou espionagem mundial de Obama
Edward Swnoden, ex-agente da CIA que revelou espionagem mundial de Obama
O Que É e O Que Tem Feito WikiLeaks (Artigos e Entrevistas)
SENTENÇA DE ASSANGE
'O Crime de Assange É Ter Realizado o Trabalho de um Jornalista Sério': Noam Chomsky
'O Crime de Assange É Ter Realizado o Trabalho de um Jornalista Sério': Noam Chomsky
Embora o fundador de WikiLeaks não seja extraditado a solo americano, a guerra liderada pelos EUA contra a imprensa continua.
Em entrevista exclusiva ao jornalista Edu Montesanti, Chomsky opõe-se veementemente à acusação do regime de Washington,
de que o jornalista australiano representa ameaça à segurança americana: "A perseguição a Assange tem motivação política"
Em entrevista exclusiva ao jornalista Edu Montesanti, Chomsky opõe-se veementemente à acusação do regime de Washington,
de que o jornalista australiano representa ameaça à segurança americana: "A perseguição a Assange tem motivação política"
30 de janeiro de 2021 / Versão original em inglês publicada em Pressenza (Intercontinental),
e em Atlas Institute for International Affairs (Inglaterra)
Em português, em Pressenza e em Pravda Brasil,
A juíza britânica Vanessa Baraitser impediu a extradição de Julian Assange do Reino Unido aos EUA, no último dia 4 de janeiro. Ela concluiu que, como as condições das prisões nos EUA são altamente degradantes, seria injusto e opressor extraditar o fundador de WikiLeaks, citando também preocupações com a saúde mental de Assange.
A defesa do jornalista australiano afirma que as condições da prisão nos EUA, incluindo confinamento solitário, Medidas Administrativas Especiais e restrições extremas na prisão de ADX Florence, levariam Assange ao suicídio.
Assange, que permanece detido na prisão Her Majesty's Belmarsh no sudeste de Londres, enfrenta até 175 anos de prisão por publicar, em 2010, documentos do governo dos EUA que expuseram crimes de guerra e abusos dos direitos humanos.
Por meio de cerca de 251.287 telegramas diplomáticos, mais de 400.000 relatórios confidenciais do exército dos EUA envolvendo a Guerra do Iraque e 90.000 sobre a Guerra no Afeganistão - com trechos publicados em primeiramão por The New York Times, The Guardian, Der Spiegel, Le Monde e El País, WikiLeaks revelou incontáveis baixas de civis além de corrupção desenfreada nos EUA em todo o mundo espionando, boicotando governos democráticos, e políticas sujas dentro de vários países.
O advogado de defesa Ed Fitzgerald disse que as "consequências naturais" da decisão da juíza, que ordenou a dispensa de Assange, "devem ser o retorno do jornalista australiano à liberdade, pelo menos condicionalmente".
O advogado de Assange argumentou ainda que, desde outubro de 2019, o fundador de WikiLeaks encontra-se detido apenas com base no pedido de extradição dos EUA. "Agora que o juiz decidiu contra a extradição, não há mais motivos para mantê-lo na prisão", ressaltou o advogado.
Dois dias depois de ter impedido a extradição do jornalista australiano, a juíza londrinense negou o pedido de fiança de Assange, mantendo-o sob custódia no HMP Belmarsh.
De acordo com Noam Chomsky, em entrevista exclusiva concedida a este autor, a decisão do tribunal foi uma vergonha e, por causa dos precedentes, torna-se perigosa.
"A decisão torna possível considerar Assange doente mental, de maneira que o que ele divulgou ao público pode ser descartado como produção de uma mente doentia", analisa o lendário dissidente, ativista pelos direitos humanos, linguista, filósofo, sociólogo, cientista político e autor de mais de cem livros, "sem dúvida o intelectual mais importante vivo hoje" segundo The New York Times.
"Raio de Luz para Julian"
"Vitória pessoal de Julian, o que é excelente. Outro duro golpe contra a liberdade de imprensa, pela natureza do veredito", acrescenta Chomsky para esta reportagem, copresidente do Comitê de Defesa de Assange (Assange Defense).
Condenando WikiLeaks de Assange, coloca-se todos os outros jornalistas em todo o mundo, em risco também, estabelecendo um precedente muito perigoso que permite ao governo dos EUA decidir o que é publicado e quem deve ser processado em um tribunal dos americano, apenas por praticar jornalismo.
O que, aliás, já acontece em certa medida: por exemplo, diversas publicações no YouTube de jornalistas alternativos têm sido censuradas, sumariamente excluídas quando contrariam o discurso do regime de Washington.
Exatamente como sucedeu recentemente com este próprio autor atraves de videos eliminados sem nenhuma justificativa, de manifestações populares no centro de Caracas no qual cidadãos pacíficos exigiam, frente à câmera deste jornalista com a Constituição venezuelana nas mãos, recuo da ingerência dos EUA.
Para nem se dizer o que tem ocorrido em redes como Facebook e Twitter, caça às bruxas indiscriminada contra a mais básica liberdade de expressão e de se publicar, tão somente, informação - na primeira rede mencionada, este autor igualmente sofreu censura, ao publicar voz de palestinos contra o terror sionista.
Como observou certa vez o jornalista irlandês Patrick Cockburn, está em jogo um "controle monopolista de informações confidenciais do Estado".
"Houve um raio de luz: Assange não será enviado para apodrecer pelo resto da vida em uma prisão dos EUA", comemora Chomsky apesar de tudo.
Jornalismo como Crime
A juíza britânica resumiu, também, sua longa opinião e os argumentos de WikiLeaks, condenando veementemente o trabalho de Assange. "O resto da decisão de Baraitser foi uma capitulação completa aos EUA. Cada acusação do governo americano é aceita sem comentários, por mais absurda que seja. As refutações detalhadas no depoimento de defesa são totalmente ignoradas", lameta Chomsky com esta reportagem de sua residência em Tucson, Arizona, onde mora com a esposa brasileira Valeria.
Minando proteções a uma imprensa livre garantidas pela própria Primeira Emenda constitucional dos EUA, a juíza Baraitser expôs sua opinião sobre o trabalho de WikiLeaks da seguinte forma, considerada altamente perigosa por especialistas como o próprio Chomsky além de vários juristas dentro dos Estados Unidos, e em todo o mundo.
A seguir, alguns pontos da calamitosa decisão de Baraitser:
● A conduta de Assange "foi além da de um jornalista", ao concordar em ajudar Chelsea Manning a quebrar uma senha e dizer a ela que "olhos curiosos nunca secam", encorajando-a a vazar mais arquivos;
● A liberação de cabogramas não editados foi "indiscriminada";
● Os argumentos da defesa sobre as opiniões políticas de Assange eram "estranhos";
● Não havia evidências suficientes de que as acusações foram "pressionadas" pela administração Trump e, em vez disso, mostraram um debate interno saudável;
● Embora a comunidade de inteligência tenha criticado duramente WikiLeaks, isso não fala pela administração;
● Não cabe ao tribunal do Reino Unido comentar o caso da espionagem de UC Global contra Assange na Embaixada do Equador, uma vez que não tem acesso aos documentos judiciais no caso contra a UC Global na Espanha;
● Sobre se seria opressor extraditar: aceitei a opinião do professor Kopelman de que o senhor Assange sofre de um transtorno depressivo recorrente, que Assange tem ideação suicida e seria "obstinado" em uma tentativa de acabar com sua vida;
● Condições potenciais em uma prisão nos Estados Unidos: a CIA vê Assange como hostil, ainda um risco à segurança;
● Assange provavelmente seria enviado para ADX Florença, seria mantido em sério isolamento;
● O objetivo das Medidas Administrativas Especiais é minimizar as comunicações, e os prisioneiros têm limitações extremas. Essas condições foram consideradas por todos os especialistas como geradora de impacto degradante sobre a saúde mental de Assange;
● Assange tem intelecto e determinação para continuar com ideias suicidas;
● Portanto, considero que seria injusto extraditar o senhor Assange. Os EUA têm o direito de recorrer.
Noam Chomsky confessa que não ficaria surpreso se, algum dia, soubéssemos que a Corte de Londres tomou a decisão de não extraditar Assange como favor ao presidente Biden, que será poupado do constrangimento de um escândalo internacional sobre a prisão perpétua do jornalista australiano.
"Podemos, talvez, atribuir esses procedimentos judiciais à 'relação especial, o eufemismo para o declínio da Grã-Bretanha de líder mundial, transformada em vassalo de seu sucessor [os Estados Unidos] neste horrível papel", aponta o professor da Universidade do Arizona à reportagem, afirmando ainda que "o crime de Assange é ter realizado o trabalho de um jornalista sério: fornecer ao público informações críticas que o governo dos Estados Unidos não quer que os cidadãos tenham."
De acordo com Cockburn, "WikiLeaks fez o que todos os jornalistas deveriam fazer, disponibilizar informações importantes ao público permitindo-lhes formar julgamentos baseados em evidências sobre o mundo ao seu redor, seus governos e crimes de Estado”.
Ex-agente da C.I.A. e denunciante John Kiriakou disse, em entrevista a este jornalista em dezembro de 2018 (mais abaixo): “Julian não roubou informação. Simplesmente recebeu informação, e então a tornou pública”.
Washington disse, contudo, imediatamente apos o termino da audiencia de Londres no dia 4, que o regime americano apelaria da decisão de Beraitser: o Departamento de Justiça dos EUA alegou estar "extremamente decepcionado" com a decisão da juíza britânica, e acrescentou: "Continuaremos tentando a extradição de Assange."
“Meu palpite é que, secretamente, o Departamento de Justiça ficou bastante satisfeito com a decisão, e pode encontrar algum tipo de pretexto para deixá-lo descansar - talvez concordando com o julgamento de que Assange sofre de problemas psiquiátricos”, observa Noam Chomsky.
"Julian Assange é jornalista. Ele nunca deveria ter sido acusado de nenhum crime", disse Kiriakou, também membro de Assange Defense, em entrevista a este autor.
"Ao demonizar o mensageiro, os governos procuram envenenar a mensagem", escreveu Chomsky recentemente, ao jornal britânico The Independent.
Inimigo do Estado
O então secretário de Estado Mike Pompeo, criticou WikiLeaks colocando-o “serviço de inteligência hostil não estatal”, acrescentando que “não podemos mais permitir que Assange e seus colegas usem os valores da liberdade de expressão contra nós”.
O então procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, disse em abril de 2017 que processar Assange era "prioridade" para ele.
A ex-candidata à presidência dos EUA Hillary Clinton e o então vice-presidente Joe Biden, chamaram Assange de “terrorista”.
Apesar de ter se recusado a processar Assange, o governo Obama foi o que mais perseguiu denunciantes na história dos EUA.
Lei de Espionagem: Guerra Americana contra o Jornalismo
Promotores na Virgínia do Norte acusaram Julian Assange segundo a Lei de Espionagem de 1917, de conspirar para cometer intrusão ilegal de computadores com base em seu suposto acordo, para tentar ajudar a ex-militar Chelsea (Bradley) Manning a quebrar uma parte codificada da senha que teria permitido que ela se conectasse a uma rede militar classificada, sob a identidade de outro usuário.
Manning assumiu total responsabilidade por suas ações, e disse que Assange não a pressionou a fim de obtê-las. “Ninguém ligado à W.L.O. [a organização WikiLeaks] me pressionou a enviar mais informações ”, disse ela na época. “Assumo total responsabilidade”, disseram os ex-militares dos EUA em um tribunal em 2013.
O caso Assange é a primeira vez que a Lei de Espionagem acaba sendo utilizada contra um jornalista não apenas por publicar informações classificadas, representando uma séria ameaça à segurança dos EUA mas também, de acordo com a acusação, por colocar em risco as fontes de WikiLeaks.
"O histórico de Obama a esse respeito foi vergonhoso. A Lei de Espionagem foi promulgada durante a Primeira Guerra Mundial para punir espiões. Não foi utilizada em nenhum tribunal, e poderia muito bem ser considerada inconstitucional se tivesse sido", aponta Chomsky a esta reportagem.
De acordo com o advogado e defensor das liberdades civis Ben Wizner, da American Civil Liberties Union (ACLU), qualquer processo contra o Assange, pelas publicações de WikiLeaks, seria algo sem precedentes e inconstitucional. "Abriria as portas para investigações criminais contra outras organizações de notícias”, teme Wizner.
"Obama inovou ao usá-la mais que todos os governos anteriores combinados, não contra espiões mas contra 'vazadores' que liberavam material classificado para o público", relembra Chomsky.
O advogado de direitos humanos dos Estados Unidos, Carey Shenkman, disse em depoimento em setembro passado, no Tribunal de Londres:
“O que agora é certo, para jornalistas e editores em geral, é que qualquer jornalista em qualquer país do mundo - na verdade, qualquer pessoa - que transmita segredos que não estejam de acordo com as posições políticas da administração dos Estados Unidos, pode ser julgada sob a Lei de Espionagem de 1917."
O Estado contra o Cidadão
A principal alegação dos EUA é que WikiLeaks representa uma ameaça à sua segurança nacional. Tese refutada por Chomsky em entrevista a este jornalista:
"Em teoria, o material é classificado por 'motivos de segurança'. Mas a inspeção do rico registro de material desclassificado mostra que a 'segurança' em questão é muito comumente a segurança do poder do Estado de seu inimigo doméstico, a população doméstica."
O intelectual americano completa concisamente sua ideia, segundo uma possivel visao do regime de Washington: "Essas criaturas irritantes [os cidadãos] devem ser mantidas na escuridão sobre o que está sendo feito em nome delas, embora não seja do interesse delas."
A exposição de Chomsky acima nos faz lembrar o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, que ao invés de comentar as torturas de militares americanos na detenção de Guantánamo Bay então reveladas por WikiLeaks, culpou a associação liderada por Assange pelas revelações.
“É uma pena que várias organizações de notícias tenham tomado a decisão de publicar vários documentos obtidos ilegalmente por WikiLeaks, sobre o centro de detenção de Guantánamo”, disse Morrell.
De acordo com o analista mais renomado do mundo, Noam Chomsky, os fatos básicos não escaparam aos estudos.
"Quarenta anos atrás", ele aponta de sua residência em Tucson, "o distinto cientista político e conselheiro do governo Samuel Huntington, Professor de Ciência do Governo em Harvard, escreveu que 'Os arquitetos do poder nos Estados Unidos devem criar uma força que pode ser sentido, mas não visto. O poder permanece forte quando permanece no escuro; exposto à luz do sol, começa a evaporar."
Para Chomsky, esta claro que Obama entendeu bem esse princípio. "Talvez, tenha aprendido isso em seus tempos de estudante em Harvard", lamenta o professor americano de Linguística.
A mesma segurança nacional dos EUA que Julian Assange é acusado de ter ameaçado e "minado" seus chamados processos democráticos, é o próprio sistema que o próprio fundador de WikiLeaks, em uma ironia amarga, provou ser uma mentira total.
A segurança nacional dos Estados Unidos que Julian Assange é acusado de ter ameaçado, "minando" seus chamados processos democráticos, é o próprio sistema que o próprio fundador de WikiLeaks, amarga ironia, provou ser uma mentira total.
A Mídia contra o Jornalismo
A mídia em todo o mundo incluindo a auto-proclamada alternativa em ampla medida, de quem se deveria esperar a mais forte voz de aopio a Julian Assange, tem se esquecido supreendentemente em suas reportagens e editoriais as crueis verdades trazidas corajosa e brilhantemente por WikiLeaks, e mantido silêncio covardemente conivente diante das ameaças e torturas psicológicas que o jornalista australiano tem sofrido, por praticar o jornalismo investigativo em seu mais elevado grau.
"A mídia americana", lembra Chomsky, "como a de outros países ficou feliz em usar materiais fornecidos por WikiLeaks, mas deu as costas a Assange e se juntou - e muitas vezes liderou - aos ataques com o fim de desacreditá-lo".
Segundo o líder do movimento Assange Defense, a mídia britânica, em geral, tem sido ainda mais covarde e às vezes baixa à mera vulgaridade neste ponto. "Isso inclui a tolerância da mídia com a tortura de Assange ao longo dos anos, a qual não preciso recordar aqui. A perseguição brutal contra ele, é um escândalo internacional".
"Não menos vergonhoso é o fato de que muitos daqueles que usam avidamente suas revelações, não estão se levantando para defender Julian Assange," indigna-se Chomsky, observando ainda que a integridade básica de uma imprensa livre e independente está sob ataque neste desempenho vergonhoso da midia internacional.
O Rei Está Nu
Curiosamente, a mídia predominante internacional tem não apenas virado as costas a Assange, como tem também perpetuado a velha, bem-conhecida linha que vai na contramão de suas proprias publicacoes, em favor do establishment nos mais diversos casos.
No caso da mídia dita alternativa, bastante seletiva ao reverberar WikiLeaks enquanto, desde o início, regozijava-se com as infindáveis revelações sobre os podres do Império americano e da direita política global, jamais considerou as traquinagens de seus políticos de estimação, os tão alardeados progressistas nos mais diversos países - incluindo o Brasil sob o governo do Partido dos Trabalhadores, considerado o supra-sumo da esquerda latino-americana - nos porões de suas políticas, nacionais e internacionais.
Assange desnudou, sem nenhuma distincão político-partidária, os bastidores da política global. O Rei, de repente, foi exposto nu nos mais diversos rincões do planeta. Pois a mídia em geral, evidenciando sua verdadeira face a quem ainda tinha alguma dúvida de seu (mau) caráter, preferiu despir-se completamente junto dos donos do poder locais, e, desfilando pelada, desavergonhadamente, pela mais cínica passarela da vergonha, abraçar seus velhos reis ao invés de, em nome da verdade dos fatos e dos princípios jornalísticos elementares, coroar a boa prática do jornalismo independente e combativo de Assange que virou o mundo de cabeça para baixo, vindo a revolucionar nossa geração.
Enquanto a mídia em geral faz como que os telegramas confidenciais, secretos e ultrassecretos revelados por WikiLeaks, simplesmente inexistissem.
"Na melhor das hipóteses, o debate público sobre as questões reais será prejudicado; na pior, a opinião pública será manipulada em favor do estabelecimento", escreveu Chomsky em The Independent em setembro de 2020.
A mídia mundial tem, certamente, cooperado para o pior cenário considerado por Noam Chomsky nesta entrevista.
Papéis Invertidos
Detenção de criminosos dos EUA devido a seus crimes de guerra, crimes contra a humanidade e conspirações para derrubar governos legítimos em todo o mundo. A inversão de papéis dos EUA mais do que nunca, impossível de ser negada desde que Assange entrou em ação.
"O dever primordial da imprensa", escreveu Robert Lowe no diário britânico The Times em 1852 (citado por Cockburn), 'é obter a inteligência mais antiga e correta dos acontecimentos de seu tempo e instantaneamente, divulgando-os, tornando-os propriedade comum da nação."
Envolvendo a politicagem imperialista e global incluindo a propalada progressista, demagógica especialmente latino-americana, nada poderia ser mais atual que as observações de Lowe há quase dois séculos - e o mundo inteiro sabe disso graças a Julian do WikiLeaks -, que completou sua ideia da seguinte forma:
"O estadista coleta suas informações secretamente, e por meios secretos; ele mantém guardada até a atual inteligência do dia, com precauções ridículas."
Imprensa Livre Significa Assange Livre
“Julian Assange não deveria ser motivo de audiência de um grande júri: ele deveria receber uma medalha. Ele está contribuindo com a democracia”, disse Chomsky certa vez.
Questionado por esta reportagem sobre o quanto realmente vê o caso de Assange como politicamente motivado pelo regime de Washington, Chomsky, mais que um brilhante analista - ser humano de rara beleza interior, indivizivelmente humanitário no mais profundo sentido do termo em um mundo repleto de oportunistas -, aponta que a única questão de segurança nacional que surge é a proteção do poder estatal da exposição aos cidadãos.
"A perseguição de Assange por esta tal 'violação de segurança' é politicamente motivada, virtualmente por definição", diz o especialista mais respeitado do mundo.
A editora-chefe de WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, reagiu imediatamente aos comentários da juíza Beraitser antes que o depoimento começasse, no dia 4 de janeiro, perguntando à defesa o quanto o resultado da eleição presidencial dos EUA poderia afetar o caso de Assange, apontando ainda que ela esperava emitir uma decisão antes do dia das eleições.
"Baraitser reconheceu o que estava claro, desde antes mesmo de a primeira acusação contra Assange ser aberta: esta é uma acusação politicamente motivada."
"Se as guerras podem ser iniciadas com mentiras, a paz pode ser iniciada com a verdade", costuma dizer Assange, apontado em 4 de janeiro a receber o Prêmio Nobel da Paz de 2021.
Julian Assange, que certa vez denominou WikiLeaks como "a CIA do povo", deve ser libertado e publicar novamente a fim de lançar a luz da verdade sobre a falsa democracia dos Estados Unidos, seus crimes de guerra e boicotes mundo afora além de expor o grande picadeiro político global, os imundos bastidores dos usurpadores do poder em todos os espectros, em todos os lugares.
Jornalismo não é crime. Assange livre, imprensa livre em favor da verdade e da democracia.
ENTREVISTA COM PETER TATCHELL
Iminente Extradição de Assange aos EUA
Iminente Extradição de Assange aos EUA
O fundador de WikiLeaks "é um herói, não um criminoso", afirma nesta entrevista o ativista britânico pelos direitos humanos, Peter Tatchell, para quem Assange jamais deveria ser julgado: "o governo e os militares dos EUA devem ser julgados". Tatchell questiona por que The Guardian e The New York Times, que publicaram revelações de Assange, não são acusados junto do jornalista australiano. "A diminuição de uma mídia vigilante e investigativa enfraquece um importante controle e equilíbrio sobre a elite de Washington". Abaixo, a íntegra da entrevista
15 de dezembro de 2018 / Published on Pravda Report
Edu Montesanti: Acusado de espionagem, o julgamento de Julian Assange em um tribunal nos Estados Unidos é iminente. O fundador do WikiLeaks é considerado por aqueles que o acusam, atolados em um lamaçal de ilegalidade, "ameaça" à segurança nacional dos Estados Unidos e de "minar" seus processos democráticos.
Qual sua visão disso, Peter?
Peter Tatchell: Sabemos que um grande júri secreto foi convocado anos atrás após as revelações de WikiLeaks, que destacaram os crimes de guerra dos Estados Unidos, e as mentiras e os encobrimentos do seu governo. A intenção é acusar Assange de sérios crimes que, provavelmente, resultarão em sua prisão por 30 anos.
Funcionários da administração de Trump admitiram que processar Assange é uma prioridade legal importante. Eles estão loucos para pegá-lo.
A verdade é que Assange prestou um grande serviço público, revelando os abusos dos direitos humanos dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Ele é um herói, não um criminoso.
O que a condenação de Assange significaria ao jornalismo e à liberdade de expressão, e ainda para a luta contra o imperialismo e a corrupção? Aliás, Peter, não se trata de amarga ironia que os mesmos que cometem os piores crimes em todo o mundo, inclusive contra a humanidade sem ser responsabilizado por nada disso, trompeteiem aplicação da lei no caso de Assange, denunciante desses crimes?
Os Estados Unidos espionam o mundo inteiro, procurando condenar Assange agora por ter provado exatamente o que Washington, sem nenhuma evidência, histericamente acusa o Kremlin, por exemplo...
Assange publicou revelações do denunciante Chelsea Manning. O mesmo aconteceu com o jornal The Guardian em Londres e The New York Times. Por que Assange é escolhido para ser processado, mas não os dois jornais?
Liberdade de informação e liberdade de imprensa são importantes princípios de direitos humanos, minados pelo plano de colocar Assange em julgamento nos EUA, e prendê-lo por décadas.
O governo e os militares dos EUA devem ser julgados, não Assange.
Peter, acredito firmemente que a grande mídia desempenha importante e criminoso papel na atual situação de Assange, sob risco de ser preso, já que a mídia mundial ignorou o fundador de WikiLeaks e suas revelações... ou a mídia corporativa não lhe deu muita importância, como suas revelações exigem. Lembremo-nos que a revista alemã Der Spiegel relatou, anos atrás, que muitos "jornalistas" europeus são ativos da CIA, o que também é verdade na minha região, a América Latina.
Como você avalia a cobertura da mídia sobre WikiLeaks ao longo dos anos, e quanto ela é "culpada", digamos assim, o que você pode dizer sobre a responsabilidade da mídia pelo destino de Assange agora?
Grande parte da mídia ocidental não conseguiu relatar totalmente as terríveis restrições a Assange na Embaixada equatoriana em Londres, que são semelhantes às restrições impostas aos prisioneiros em prisões de segurança máxima. Ainda assim, Assange nunca foi acusado, e muito menos condenado por nenhum crime.
A mídia, em sua maioria, não conseguiu responsabilizar o governo dos EUA nem as Forças Armadas pelas violações dos direitos humanos reveladas por Assange. Isso é prejudicial à democracia.
A diminuição de uma mídia vigilante e investigativa enfraquece um importante controle e equilíbrio sobre a elite de Washington.
CASO ASSANGE
Extradição aos EUA Seria Ilegal, 'Jornalista Fazendo Seu Trabalho': John Kiriakou
Extradição aos EUA Seria Ilegal, 'Jornalista Fazendo Seu Trabalho': John Kiriakou
Enquanto se acredita que o Equador extraditará Assange aos EUA, John Kiriakou, “denunciante relutante” considerado o
primeiro oficial de inteligência dos EUA a revelar informações sobre o uso de técnicas de tortura pela comunidade de
inteligência norte-americana, comenta o caso envolvendo o fundador de WikiLeaks em conversa com Edu Montesanti
primeiro oficial de inteligência dos EUA a revelar informações sobre o uso de técnicas de tortura pela comunidade de
inteligência norte-americana, comenta o caso envolvendo o fundador de WikiLeaks em conversa com Edu Montesanti
por Edu Montesanti, 5 de dezembro de 2018 / Publicado em Pravda (Rússia), e em Global Research (Canadá)
"A única coisa que pode salvar Julian Assange é a anulação do júri", diz o denunciante (whistleblower) John Kiriakou, ex-oficial de contraterrorismo da CIA e ex-investigador chefe do Comitê de Relações Exteriores do Senado norte-americano residente no estado da Virgínia, em entrevista exclusiva a este repórter.
O Departamento de Justiça dos EUA está agindo nos bastidores para que Assange seja extraditado da Embaixada do Equador em Londres, e processado em solo estadunidense. As acusações criminais contra o fundador de WikiLeaks foram acidentalmente reveladas no início de novembro, quando o nome de Assange foi encontrado no processo judicial de um caso não relacionado ao seu, sugerindo que os promotores haviam copiado um texto clichê e se esqueceram de mudar o nome do réu.
O procurador-assistente Kellen S. Dwyer, instando um juiz a manter a questão lacrada, escreveu que “devido à sofisticação do réu e à publicidade em torno do caso, nenhum outro procedimento é susceptível a não ser manter confidencial por qual fato Assange foi acusado. Mais tarde, Dwyer escreveu que as acusações "precisariam permanecer seladas até que Assange fosse preso".
É muito provável que o jornalista australiano, que em março de 2017 divulgou um arquivo de documentos detalhando as operações de hacking da C.I.A. conhecidas como Vazamento Vault 7, esteja sendo acusado pelos promotores norte-americanos de violar a Lei de Espionagem de 1917.
O engenheiro Joshua A. Schulte, 29, de Nova Iorque, é o principal suspeito de fornecer ao WikiLeaks os documentos que revelam as sensíveis ferramentas de espionagem eletrônica massiva da CIA em todo o mundo, é acusado pelos promotores de violar repetidas vezes a Lei de Espionagem.
"Tecnicamente, a anulação do júri é ilegal. Dá-se quando um júri absolve não porque o réu é inocente, mas porque a lei está errada. A Lei de Espionagem está errada. Julian Assange é jornalista. Ele nunca deveria ter sido acusado de nenhum crime, em primeiro lugar", diz Kiriakou, a primeira autoridade dos EUA que discursou, em dezembro de 2007, contra o programa de tortura de George Bush e permaneceu 30 meses de prisão por causa disso, de 2013 a 2015.
A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) também qualifica a Lei de Espionagem de “fundamentalmente injusta e inconstitucional”. Kiriakou lembra que tem argumentado, ao longo dos anos, que “a Lei de Espionagem é tão ampla a ponto de ser inconstitucional, embora não tenha sido contestada pelo Supremo Tribunal".
'Investigando a MIM!?'
"Um oficial graduado da C.I.A. no Centro de Contraterrorismo me perguntou se eu queria ser 'treinado para o uso de técnicas avançadas de interrogatório', Eu neguei. Disse que tinha um problema moral e ético com tortura e que, apesar do julgamento do Departamento de Justiça, considerava-o ilegal", relatou Kiriakou em março passado ao jornal The Washington Post.
Autor de três livros, Kiriakou foi um dos protagonistas do documentário de James Spione, intitulado Silenced, no qual o ex-agente da C.I.A. informou-se ao lembrar que depois de suas denúncias, "percebi que eles estão investigando a MIM!?". O caso de John e de Assange possuem semelhanças não apenas por causar reação a favor de ambos por parte de pessoas que representam uma reserva moral em todo o mundo.
A "democracia profundamente fracassada dos EUA", segundo palavras de Kiriakou a este repórter em outubo de 2016, está mais uma vez agindo contra a liberdade de expressão e a justiça, pilares de uma verdadeira democracia. Na mais absoluta contraposição aos crimes estatais que ambos revelam, duramente condenados pelo mesmo Estado usurpador do poder.
Enquanto as revelações de Kiriakou - não ecoadas suficientemente pela grande mídia - não mudaram nada na "política" dos EUA, dentro e fora do país enquanto o regime de Washington continua cometendo hediondos crimes de guerra, contra a humanidade e contra a própria Constituição dos EUA - sob silêncio midiático enurdecedor - os criminosos denunciados por Assange pretendem processá-lo: em nome da democracia e da justiça.
Em seu primeiro discurso público como diretor da CIA no início do ano passado, Mike Pompeo criticou WikiLeaks, qualificando-o de “um serviço de inteligência não estatal hostil”, acrescentando que “não podemos mais permitir que Assange e seus colegas utilizem os valores da liberdade de expressão contra nós. Usar valores de liberdade de expressão contra nós”?
Portanto, mais uma vez está claro que, aos donos do poder estadunidense, há um limite para a uitilização da Primeira Emenda da Constituição local que garante liberdade de expressão, e para a democracia como um todo; o dispositivo constitucional, que faz os "falcões" baterem no peito e se vangloriar de possuírem a democracia mais avançada do planeta, é válido apenas enquanto não contrariar os interesses do establishment local.
Nenhum Ato de Espionagem
Kiriakou prevê que o governo dos EUA argumentará que Assange fez exatamente o que a Lei de Espionagem de 1917 descreve como espionagem, isto é, “fornecer informações de defesa nacional a qualquer pessoa que não tenha o direito de recebê-la”.
O denunciante norte-americano observa que "a questão aqui, altamente incomum, sem precedentes mesmo para um cidadão estrangeiro, e Assange é australiano, é ser acusado de espionagem tendo em vista que ele não roubou informação. Assange simplesmente recebeu informação, a qual ele posteriormente, tornou pública". Kiriakou aponta que Assange alega que se trata apenas de um jornalista fazendo seu trabalho: "Nenhum governo jamais acusou um jornalista de espionagem por fazer seu trabalho".
Jesselyn Radack, diretora do Programa de Proteção ao Informante e à Fonte e uma das advogadas de Kiriakou, escreveu em um editorial de 2014 intitulado Why Edward Snowden Wouldn't Get a Fair Trial: “Os argumentos da Primeira Emenda fracassaram, em grande parte porque criminalizariam o jornalismo feito possível pelos vazamentos. O motivo e a intenção do denunciante são irrelevantes. E não há defesa do denunciante, o que significa que o valor público do material divulgado não importa, absolutamente”.
Despotismo no Judiciário dos EUA
Outro sério obstáculo que Assange enfrentaria é a juíza Leonie Brinkema, de acordo com o ex-agente da C.I.A. Brinkema lidou com seu caso, assim como o da outra ex-agente da C.I.A. e denunciante, Jeffrey Sterling, além de também reservar o caso de Edward Snowden para si. "Brinkema é uma juíza de enforcamento", lamenta Kiriakou.
"Brinkema não me deu, literalmente, nenhuma chance de defesa. Em determinado momento, enquanto se aproximava o julgamento, meus advogados fizeram 70 moções pedindo que 70 documentos classificados fossem desclassificados, para que eu pudesse usá-los para me defender. Eu não tinha defesa sem eles. Ficamos três dias parados para as audiências. Quando chegamos ao tribunal, Brinkema disse: "Deixem-me economizar bastante o tempo de todo mundo: nego todas estas 70 moções. Você não precisa que nenhuma dessas informações seja desclassificada". Todo o processo levou um minuto. Ao sair do tribunal, perguntei ao meu advogado-chefe o que acabara de acontecer. "Acabamos de perder o caso. Foi o que aconteceu".
Ele lembra o triste final daquele julgamento quando, em 2013, Brinkema disse-lhe, com o dedo em riste, que se levantasse, e disse: “Senhor Kiriakou, odeio esse apelo. Se pudesse, o condenaria por dez anos”. John Kiriakou classifica seus comentários como“ inapropriados, mas essa é Brinkema”.
Guerra Declarada dos EUA contra a Humanidade
Barry J. Pollack, um dos advogados de Assange, disse assim que o nome do fundador de WikiLeaks foi encontrado no processo judicial de um caso não relacionado, mencionado mais acima: “O governo que impõe uma acusação criminal a alguém por publicar informações verídicas, trilha um caminho perigoso para uma democracia. A única coisa mais irresponsável que acusar uma pessoa de publicar informações verdadeiras, seria colocar uma informação pública que claramente não se destinava ao público e sem qualquer aviso ao senhor Assange. Obviamente, não tenho idéia se ele foi realmente acusado nem pelo quê, mas a noção de que as acusações criminais federais podem ser impostas com base na publicação de informações verdadeiras, é um precedente incrivelmente perigoso”.
O Procurador Geral dos EUA, Jeff Sessions, disse que processar Assange é "prioridade" para ele. Há alguns no Ocidente plenamente convencidos de que Assange merece ser julgado e posto na cadeia por "ameaçar" a segurança nacional dos EUA, e "minar" seus chamados processos democráticos - o sistema que Assange mesmo, amarga ironia, provou ser uma mentira total. A ex-candidata presidencial americana Hillary Clinton e o ex-vice-presidente Joe Biden o chamaram de "terrorista", mas a realidade é que o trabalho de Assange, fornecendo informações de alto interesse público, atua como antídoto revolucionário contra notícias falsas e a sombria política global, especialmente a estadunidense que é servida pelo povo, ao invés de servir ao povo.
Tudo isso, enquanto as amargas verdades que Assange traz à luz enviam uma mensagem clara de que a chamada democracia ocidental deve ser submetida a um processo de transparência radical. WikiLeaks não deixa duvidas, Valt 7 como mais recente exemplo, de que os serviços de inteligência em todo o mundo, a começar pela terrorista C.I.A., devem ser brecados - como desejava o presidente John Kennedy - enquanto ferramentas não democráticas destinadas a preservar o poder de uma minoria.
De acordo com o advogado norte-americano e defensor das liberdades civis Ben Wizner da ACLU: "Qualquer processo contra Assange pelas publicações de WikiLeaks não teria precedentes e inconstitucional, e abriria as portas para investigações criminais de outras organizações de notícias".
A grande mídia também deve ser culpada no caso de uma condenação de Julian Assange, e por essa distorção total de cenários já que não só nunca pressionou minimamente esses criminosos do regime de Washington que invadem smartphones, computadores e televisões conectadas à Internet em qualquer lugar do mundo - e ainda fazem parecer que os hacks eram praticados por outro serviço de inteligência.
Quem julga a C.I.A.?
Quem protege as pessoas de serem hackeadas?
Outra amarga ironia nisso tudo, é que uma provável condenação de Assange porá em perigo os próprios fundamentos da imprensa livre, imprensa especialmente ocidental que afirma ser livre mas que nunca deu a Assange a atenção que seu trabalho merece, longe disso - enquanto a inação da mídia fala por si mesma, o jornalista australiano também tem provado por todos estes anos, que a mídia corporativa não é livre.
A tempo: alguma semelhança, na forma de lidar com as leis e no comportamento arrogante, entre os juízes e promotores de lá e um "certo" juiz de terras tupiniquins, que escandaliza o mundo por ferir os princípios legais mais básicos? Pois WikiLeaks tambem já provou, documentalmente como sempre faz, que o juizeco Serginho Moro e toda a patota da cúpula do Poder Judiciário e Ministério Público tupiniquim, fez cursinhos jurídicos secretos nos Estados Unidos - com tudo pago.
Que seríamos de nós, em que mundo viveriamos se não fosse WikiLeaks?
FUTURO DA INTERNET
“Próxima Disputa Global Será pela Privacidade das Pessoas”
por Julian Assange (mentor do WikiLeaks)
Reproduzido pelo Observatório da Imprensa, e pela Folha de S. Paulo / Fevereiro de 2013
A luta do WikiLeaks se dá através de várias facetas. Em meu trabalho como jornalista, lutei contra guerras e para forçar os grupos poderosos a prestarem contas ao povo.
Em muitas ocasiões, manifestei-me contra a tirania do imperialismo, que hoje sobrevive no domínio econômico-militar da superpotência global.
Por meio desse trabalho, aprendi a dinâmica da ordem internacional e a lógica do império. Vi países pequenos sendo oprimidos e dominados por países maiores ou infiltrados por empreendimentos estrangeiros e forçados a agir contra os próprios interesses.
Vi povos cuja expressão de seus desejos lhes foi tolhida, eleições compradas e vendidas, as riquezas de países como o Quênia sendo roubadas e vendidas em leilão a plutocratas em Londres e Nova York. Expus grande parte disso e continuarei a expor, apesar de ter me custado caro.
Essas experiências embasaram minha atuação como um cypherpunk. Elas me deram uma perspectiva sobre as questões discutidas nesta obra, que são de especial interesse para os leitores da América Latina. O livro não explora essas questões a fundo.
Para isso seria necessário outro – muitos outros livros. Mas quero chamar a atenção para essas questões e peço que você as mantenha em mente durante a leitura.
Fibras ópticas
Os últimos anos viram o enfraquecimento das velhas hegemonias. Do Magrebe até o Golfo Pérsico, as populações têm combatido a tirania em defesa da liberdade e da autodeterminação.
Movimentos populares no Paquistão e na Malásia acenam com a promessa de uma nova força no cenário mundial.
E a América Latina tem visto o tão esperado despontar da soberania e da independência, depois de séculos de brutal dominação imperial. Esses avanços constituem a esperança do nosso mundo, enquanto o Sol se põe na democracia no Primeiro Mundo.
Vivenciei em primeira mão essa nova independência e vitalidade da América Latina quando o Equador, o Brasil e a região se apresentaram em defesa dos meus direitos depois que recebi asilo político.
A longa luta pela autodeterminação latino-americana é importante por abrir o caminho para que o resto do mundo avance na direção da liberdade e da dignidade. Mas a independência latino-americana ainda está engatinhando.
Os Estados Unidos ainda tentam subverter a democracia latino-americana em Honduras e na Venezuela, no Equador e no Paraguai. Nossos movimentos ainda são vulneráveis. É vital que eles tenham sucesso. Portanto, devem ser protegidos.
É por isso que a mensagem dos cypherpunks é de especial importância para o público latino-americano. O mundo deve se conscientizar da ameaça da vigilância para a América Latina e para o antigo Terceiro Mundo.
A vigilância não constitui um problema apenas para a democracia e para a governança mas também representa um problema geopolítico.
A vigilância de uma população inteira por uma potência estrangeira naturalmente ameaça a soberania. Intervenção após intervenção nas questões da democracia latino-americana nos ensinaram a ser realistas. Sabemos que as antigas potências colonialistas usarão qualquer vantagem que tiverem para suprimir a independência latino-americana.
Este livro discute o que acontece quando corporações norte-americanas como o Facebook têm uma penetração praticamente completa na população de um país, mas não discute as questões geopolíticas mais profundas.
Um aspecto importante vem à tona se levamos em consideração as questões geográficas. Para tanto, a ideia do “exército ao redor de um poço de petróleo” é interessante.
Todo mundo sabe que o petróleo orienta a geopolítica global. O fluxo de petróleo decide quem é dominante, quem é invadido e quem é excluído da comunidade global. O controle físico até mesmo de um segmento de oleoduto resulta em grande poder geopolítico. E os governos que se veem nessa posição são capazes de conseguir enormes concessões.
De tal forma que, em um só golpe, o Kremlin é capaz de condenar o Leste Europeu e a Alemanha a um inverno sem aquecimento. E até a perspectiva de Teerã abrir um oleoduto do Oriente até a Índia e a China é um pretexto para Washington manter uma lógica belicosa.
A mesma coisa acontece com os cabos de fibra óptica. A próxima grande alavanca no jogo geopolítico serão os dados resultantes da vigilância: a vida privada de milhões de inocentes.
Não é segredo algum que, na internet, todos os caminhos que vão e vêm da América Latina passam pelos Estados Unidos. A infraestrutura da internet direciona a maior parte do tráfego que entra e sai da América do Sul por linhas de fibra óptica que cruzam fisicamente as fronteiras dos Estados Unidos.
Palco africano
O governo norte-americano tem violado sem nenhum escrúpulo as próprias leis para mobilizar essas linhas e espionar seus cidadãos. E não há leis contra espionar cidadãos estrangeiros.
Todos os dias, centenas de milhões de mensagens vindas de todo o continente latino-americano são devoradas por órgãos de espionagem norte-americanos e armazenadas para sempre em depósitos do tamanho de cidades.
Dessa forma, os fatos geográficos referentes à infraestrutura da internet têm consequências para a independência e a soberania da América Latina. Isso deve ser levado em consideração nos próximos anos, à medida que cada vez mais latino-americanos entrarem na internet.
O problema também transcende a geografia. Muitos governos e militares latino-americanos protegem seus segredos com hardware criptográfico. Esses hardwares e softwares embaralham as mensagens, desembaralhando-as quando chegam a seu destino.
Os governos os compram para proteger seus segredos, muitas vezes com grandes despesas para o povo, por temerem, justificadamente, a interceptação de suas comunicações pelos Estados Unidos.
Mas as empresas que vendem esses dispendiosos dispositivos possuem vínculos estreitos com a comunidade de inteligência norte-americana.
Seus CEOs e funcionários seniores são matemáticos e engenheiros da NSA, capitalizando as invenções que criaram para o Estado de vigilância.
Com frequência seus dispositivos são deliberadamente falhos: falhos com um propósito. Não importa quem os está utilizando ou como --os órgãos de inteligência norte-americanos são capazes de decodificar o sinal e ler as mensagens.
Esses dispositivos são vendidos a países latino-americanos e de outras regiões que desejam proteger seus segredos, mas na verdade constituem uma maneira de roubar esses segredos.
Os governos estariam mais seguros se usassem softwares criptográficos feitos por cypherpunks, cujo design é aberto para todos verem que não se trata de uma ferramenta de espionagem, disponibilizados pelo preço de uma conexão com a internet.
Enquanto isso, os Estados Unidos estão acelerando a próxima grande corrida armamentista. A descoberta do vírus Stuxnet, seguida da dos vírus Duqu e Flame, anuncia uma nova era de softwares extremamente complexos feitos por Estados poderosos que podem ser utilizados como armas para atacar Estados mais fracos.
Sua agressiva utilização no Irã visa a prejudicar as tentativas persas de conquistar a soberania nacional, uma perspectiva condenada pelos interesses norte-americanos e israelenses na região.
Antigamente, o uso de vírus de computador como armas ofensivas não passava de uma trama encontrada em livros de ficção científica.
Hoje se trata de uma realidade global, estimulada pelo comportamento temerário da administração Obama, que viola as leis internacionais.
Agora, outros Estados seguirão o exemplo, reforçando sua capacidade ofensiva como um meio de se proteger. Neste novo e perigoso mundo, o avanço da iniciativa cypherpunk e da construção da ciberpaz é extremamente necessário.
Os Estados Unidos não são os únicos culpados. Nos últimos anos, a infraestrutura da internet de países como a Uganda foi enriquecida pelo investimento chinês direto.
Empréstimos substanciais estão sendo distribuídos em troca de contratos africanos com empresas chinesas para construir uma infraestrutura de backbones de acesso à internet ligando escolas, ministérios públicos e comunidades ao sistema global de fibras ópticas.
A África está entrando na internet, mas com hardware fornecido por uma aspirante a superpotência estrangeira. Há o risco concreto de a internet africana ser usada para manter a África subjugada no século XXI, e não como a grande libertadora que se acredita que a internet seja.
Mais uma vez, a África está se transformando em um palco para os confrontos entre as potências globais dominantes. As lições da Guerra Fria não devem ser esquecidas ou a história se repetirá.
Momento certo
Essas são apenas algumas das importantes maneiras pelas quais a mensagem deste livro vai além da luta pela liberdade individual.
Os cypherpunks originais, meus camaradas, foram em grande parte libertários.
Buscamos proteger a liberdade individual da tirania do Estado, e a criptografia foi a nossa arma secreta. Isso era subversivo porque a criptografia era de propriedade exclusiva dos Estados, usada como arma em suas variadas guerras.
Criando nosso próprio software contra o Estado e disseminando-o amplamente, liberamos e democratizamos a criptografia, em uma luta verdadeiramente revolucionária, travada nas fronteiras da nova internet. A reação foi rápida e onerosa, e ainda está em curso, mas o gênio saiu da lâmpada.
O movimento cypherpunk, porém, se estendeu além do libertarismo.
Os cypherpunks podem instituir um novo legado na utilização da criptografia por parte dos atores do Estado: um legado para se opor às opressões internacionais e dar poder ao nobre azarão.
A criptografia pode proteger tanto as liberdades civis individuais como a soberania e a independência de países inteiros, a solidariedade entre grupos com uma causa em comum e o projeto de emancipação global.
Ela pode ser utilizada para combater não apenas a tirania do Estado sobre os indivíduos, mas a tirania do império sobre a colônia. Os cypherpunks exercerão seu papel na construção de um futuro mais justo e humano. É por isso que é importante fortalecer esse movimento global.
Acredito firmemente nessa mensagem, escrita nas entrelinhas deste livro, apesar de não discutida em grandes detalhes. A mensagem merece um livro à parte, do qual me ocuparei quando chegar o momento certo e minha situação permitir. Por enquanto, espero que baste chamar a atenção para essa questão e pedir que você a mantenha em mente durante a leitura.
Bloqueio Econômico Impede WikiLeaks de Publicar - Outubro de 2011
WikiLeaks Interrompe Publicação devido a "Bloqueio Financeiro"
Tradução de Edu Montesanti
Wikileaks cessou publicação de conteúdo novo, a fim de se concentrar em romper o "bloqueio financeiro" que tem baixado sua receita em 95 por cento.
Em entrevista coletiva em Londres em 24 de outubro (vídeo à direita), o fundador de Wikileaks, Julian Assange (imagem à direita), disse que o sítio em breve deixará de existir se não tiver condições de ter acesso a fundos de seus apoiantes.
Bank of America, Visa, Mastercard, Paypal e Western Union deixaram de processar pagamentos a Wikileaks em ezembro passado, dias depois que o sítio publicou centenas de milhares de documentos secretos da segurança dos EUA e telegramas diplomáticos.
Assange acusou as instituições financeiras de operar um "bloqueio financeiro arbitrário e ilegal", que custou ao sítio "dezenas de milhões de dólares".
Ele disse que o bloqueio era parte de um "ataque da orquestrada política norteamericana", através de grupos de direita. "Se publicar a verdade sobre a guerra é o suficiente para justificar essa ação agressiva dos escalões de Washington, então todos os jornais que publicam informações de Wikileaks estão à beira de ter seus leitores e anunciantes com pagamentos completamente bloqueados".
O fundador de Wikileaks, que atualmente depende de fiança de extradição à Suécia para enfrentar acusações de abuso sexual, disse ao Greenpeace, à Anistia Internacional e a outras ONGs internacionais que eles poderiam enfrentar o mesmo destino se seu trabalho irrita certos grupos poderosos.
Wikileaks tem instruído os advogados para se preparar para ações judiciais contra as instituições financeiras na "Islândia, Dinamarca, Bruxelas, Londres, Austrália e os EUA", disse Assange.
Também apresentou queixa à Comissão Europeia, de que Visa e Mastercard estão violando o direito da concorrência. Ele espera que a Comissão decida até meados de novembro se inicia ou não uma investigação completa.
Assange afirmou que o Tesouro dos EUA não havia encontrado associações para o bloqueio, enquanto uma investigação formal sobre o sítio na Austrália descobriu que ele não havia ferido a lei.
"Os jogadores mais poderosos do setor bancário têm se revelado um braço politizado de direita de Washington. Este conluio ocorreu fora de qualquer processo judicial ou administrativo ", disse ele.
Um representante de Wikileaks mostrou, na entrevista coletiva, um gráfico de sua captação de recursos que revelou o recebimento de uma média de 100 mil euros um mês antes da retirada de serviços de pagamento, cujo valor já hava caído para algo entre 6 e 7 mil euros.
Falando frente a um cenário de fundo que contou com logotipos de Mastercard, Visa, Paypal e Bank of America, Assange disse que Wikileaks precisava de 3,5 milhões de dólares para operar no próximo ano, e que agora recorreu a aceitar doações por correio.

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“Somos a CIA do Povo”
Porta-voz do WikiLeaks analisa as estratégias da organização e os impactos que sua atuação vem causando no mundo
Porta-voz do WikiLeaks analisa as estratégias da organização e os impactos que sua atuação vem causando no mundo
28.11.2011 / jornal Brasil de Fato
Regido pelo princípio de que a livre circulação de informações emancipa os povos para que empreendam suas lutas, o WikiLeaks – organização responsável pela divulgação de documentos confidenciais que revelam a má conduta de governos, empresas e organizações no mundo inteiro – chegou a tornar públicos, até dezembro do ano passado, cerca de 250 mil documentos diplomáticos estadunidenses. Por sua luta, tem sido penalizado por grandes conglomerados financeiros, como Mastercard, Visa, American Express, Bank of America etc., que têm bloqueado a transferência de doações feitas por simpatizantes no mundo inteiro, por meio de seus cartões de crédito. Apesar da tentativa de miná-la, a organização continua ativa e recebendo doações. O jornalista investigativo islandês Kristinn Hrafnsson, seu porta-voz, falou sobre o assunto ao Brasil de Fato, durante sua participação no I Encontro Mundial de Blogueiros, realizado entre os dias 27 e 29 de outubro, em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Brasil de Fato – Como você chegou ao WikiLeaks?
Kristinn Hrafnsson – Depois de trabalhar mais de 20 anos com jornalismo, tornava-me mais e mais exasperado com o fato de os jornalistas não estarem cumprindo com seu papel de expor a má conduta dos governos. O jornalismo é reflexo do que acontece na Europa e nos EUA, com a noção errada de objetividade. Os jornalistas se impõem uma castração quando vão cobrir os fatos, sob o pretexto de uma pretensa objetividade. Comecei a ser muito crítico com o jornalismo. Eu tinha estado no Afeganistão, no Iraque, cobria eventos internacionais. Claro que eu estava com nojo da cobertura da imprensa sobre as questões do meu país, momentos antes das invasões ao Iraque e Afeganistão. Mas, relação a estas, via-se que os jornalistas estavam sendo alimentados com mentiras como se fossem bebês para justificar o envolvimento militar estadunidense na região.
Onde você trabalhava?
Na televisão islandesa. Em 2008, houve a bolha com os bancos na Islândia, mais um exemplo de mentiras que os jornalistas compraram. Em quatro dias ela estourou e colapsou todo o sistema bancário. As pessoas que não tinham nenhuma experiência em promover manifestações políticas foram às ruas e ameaçaram queimar o parlamento. Foi, basicamente, o que derrubou o governo, um processo popular. Quando a poeira começou a baixar, começamos a receber informações de como os bancos armavam as fraudes; o trabalho interno. O que todos achavam que era um milagre econômico era simplesmente o trabalho de jovens banqueiros com tendências doentias por jogos. Em 2009 eu conheci o WikiLeaks, quando ele expôs pela primeira vez esse sistema ao publicar a carta de empréstimos do maior banco da Islândia. Eles eram tão poderosos que controlavam governos e as instituições que deveriam monitorá-los. Para mim, foi um momento chave de mudança quando eu percebi que ele podia expor o que meus colegas jornalistas não expunham, as falcatruas. Nesse período, conheci Julian Assange na Islândia e nos tornamos amigos. Ele me contou que a proposta do WikiLeaks era baseada no ideal dos hackers australianos do final dos anos 1980, e, embora o termo hacker tenha hoje uma conotação ruim, trabalhava com a ideia clara e simples de que a informação deve ser pública. No momento em que me engajei, esse movimento estava crescendo em espiral, vindo à tona esses vazamentos massivos que temos publicado desde abril do ano passado. O primeiro foi o vídeo do helicóptero num ataque ao Iraque [Assassinato colateral], que me deixou muito chocado. A ideologia do WikiLeaks é muito simples e direta: trata-se de liberdade de informação, transparência e importância dos informantes que ajudam a revelar corrupção e má conduta. Quando a notícia é apropriadamente disseminada, pode ser um veículo de mudança social, para trazer o que chamamos de justiça.
Qual balanço vocês fazem do resultado desses vazamentos?
É difícil avaliar os impactos, mas talvez o mais forte tenha sido o psicológico. Por mostrar que uma organização pequena pode expor as grandes más ações das nações mais poderosas, que tem o impacto de dar poder ao povo e convencê-lo de que a justiça é possível. De que é possível trazer mudanças sociais por meio da ação direta. Nós mostramos tantas informações novas sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão, expondo suas realidades, que foi possível contar o que realmente aconteceu a partir dos próprios atores que dela participaram, dos papéis oficiais. Os papéis jogaram luz sobre a vocação imperialista dos EUA no mundo e mostraram como eles operam em cada país, além das informações de má conduta que os próprios EUA encontraram nesses países.
Você vê relação entre os vazamentos do WikiLeaks e a Primavera Árabe e os movimentos “Occupy”?
É quase certo que, quando começamos a expor os papéis da Tunísia, por exemplo, isso foi como um catalisador que deixou as pessoas mais furiosas para fazer a transformação. Não queremos superestimar o papel do WikiLeaks, mas acredito que as pessoas ficaram mais dispostas após os vazamentos. Mas o real ponto de virada foi a autoimolação do jovem Mohamed na praça, que derrubou o Ben Ali em dez dias. Não quero exagerar, mas acredito que alguma dose de contribuição foi dada naqueles processos. Quando as pessoas derrubaram os ditadores na Tunísia e Egito, perceberam que podiam derrubar também os maiores ditadores de todos, os bancos, o capital financeiro, as grandes corporações, que na realidade causaram mais estragos do que qualquer praga. Não houve mudanças, mesmo com esse efeito devastador. Foram socorridos financeiramente, não houve regulação do sistema financeiro em lugar nenhum. Os movimentos “occupy” são grandes apoiadores do WikiLeaks, reconhecem-se de alguma forma como lugar de inspiração. Começaram pequenos e foram crescendo, e a expectativa é a de que haja mais impulso e ganhe um papel mais proeminente. Esperamos poder entregar ainda muito mais informação sobre as instituições financeiras, que em geral trazem muito segredo e muita corrupção, geralmente em graus próximos, proporcionais. Da mesma forma em que segredos de Estado são geralmente justificados para proteger as pessoas contra o terrorismo etc, no caso financeiro, os segredos dos bancos são considerados essenciais, mas na prática são uma forma de esconder as “falcatruas”.
Vocês trabalham com informações prontas ou há situações em que, a partir do vazamento de um documento, é preciso investigar mais, aprofundar a apuração? Apenas a exposição da informação é suficiente?
Fizemos isso seja por nossa própria conta ou via parceria com outros órgãos de mídia. Depende basicamente da natureza do material. No caso do vídeo do helicóptero, trouxemos mais informações internas e divulgamos as duas coisas ao mesmo tempo, o vídeo e as informações mais detalhadas. Claro que as informações do Iraque e do Afeganistão tornaram o WikiLeaks mais famoso, mas antes disso já vínhamos trabalhando informações sobre falcatruas em todas as partes do mundo, como o banco do Julius Baer na Suíça, a Igreja da Cientologia, o despejo de lixo tóxico na África, corrupção no governo queniano... Havia um largo escopo de informações que foram sendo reveladas aos poucos, e quando você as junta vê que não é uma agenda meramente antiestadunidense.
O trabalho do WikiLeaks mostrou a hipocrisia do discurso da liberdade de expressão e do direito à informação. Você diria que as garantias legais de liberdade de expressão nas democracias ocidentais são fracas?
Um dos aspectos psicológicos mais interessantes do trabalho é justamente expor essa hipocrisia. É hilário, por exemplo, comparar um discurso da Hillary Clinton, em janeiro de 2010, falando da importância da internet para informantes conseguirem vazar esquemas de corrupção na China, e alguns meses depois se deparar com a mesma exposição, mas de seu próprio governo. O tom mudou completamente. Expusemos também a hipocrisia na mídia corporativa; revelamos, por exemplo, quão suscetíveis são empresas como o New York Times e o The Guardian para uma cultura de autocensura e de cooperação com o governo. Esses são alguns efeitos colaterais da nossa atuação. No que se refere à legislação, é frustrante ver como, ao invés de se partir de um ponto extremo de que tudo deve ser livre, com algumas exceções muito bem definidas, quando se vai trabalhar no aspecto legal em relação à democratização da informação parte-se do contrário: o segredo é a regra, apenas algumas coisas devem ser públicas, o que fere a lógica do direito público ao acesso à informação. Há também a tendência, em grande parte dos governos ocidentais, de privatizar parte importante da esfera pública, jogando o que devia ser público para o privado e acabando com a liberdade de informação. Esse é um dos problemas que fazem a ideia da liberdade de informação menos efetiva.
Qual seria a grande mudança no WikiLeaks desde o início do trabalho? Aumentou a credibilidade ou o impacto, ou eles vêm juntos? O WikiLeaks pode, hoje, garantir que se houver uma informação ele vai divulgar e que, se divulgar, ela vai repercutir?
Nós publicamos informações que foram escondidas ou suprimidas e que são de relevância política, histórica, social ou econômica. Nós somos o refúgio dessas informações. Somos a agência de inteligência do povo. A CIA do povo.
De quanto o WikiLeaks precisa para continuar trabalhando?
3,2 milhões de dólares. Uma boa parte vai ser usada para promover batalhas legais contra as corporações financeiras que estão fazendo o bloqueio econômico ao WikiLeaks, como Visa, Mastercard, PayPal, Bank of America, Western Union... vamos destruir esses canalhas. Estamos falando de expor governos, mas, pela resposta que essas organizações financeiras deram ao nosso trabalho, fica claro a quem esses governos estão ligados. Visa, American Express, estão todos ao nosso redor, e mantêm a ideia de que não são políticos, de que funcionam para todos... Você pode dar seu dinheiro para a Ku Klux Klan com seu Visa, patrocinar zoofilia com seu Mastercard, pode bancar movimentos nazi da Europa, grupos de extrema direita, você pode comprar quase tudo, menos doar para o WikiLeaks.
WIKILEAKS
Carta de Alforria para Ex-Paranóicos Brasileiros
Carta de Alforria para Ex-Paranóicos Brasileiros

por Edu Montesanti, 24 de maio de 2011
"Achar que os norte-americanos se sentam com nossa mídia todos os dias ao meio-dia para pautá-la, é uma paranóia comunista", sentenciou certa vez nosso professor de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo, sr. Andrade, devido a reclamações de alunos especialmente à prática "jornalística" da Rede Globo - dentre tais críticos, estávamos os que, constantemente, reclamávamos da própria prática "jornalística" da faculdade, e das precárias condições dos materiais ali. Semanas antes, havíamos organizado dentro da instituição barulhento panelaço com apitaço e cornetaço, além de discursos protestantes em microfone nos idos de 2002.
Doce ironia do destino: "(...) O Estado de S. Paulo e O Globo, além da revista Veja, podem se dedicar a informar sobre os riscos que podem advir de se punir quem difame religiões, sobretudo entre a elite do país. Essa embaixada tem obtido significativo sucesso em implantar entrevistas encomendadas a jornalistas, com altos funcionários do governo dos EUA e intelectuais respeitados (...)", é uma das graves revelações WikiLeaks atualmente, através de telegrama secreto emitido pela Embaixada dos EUA conforme divulgamos nesta seção, em Brasil - Página 2, na tradução de telegrama secreto intitulado Plano de Washington: Constranger governo brasileiro usando a mídia, a fim de não votar na ONU a favor de punição internacional à difamação religiosa. Revelações que denunciam todo tipo de espionagem e conspiração dos norte-americanos em parceria direta com a mídia grande e altos escalões da politicagem brasileira, conforme temos feito ampla cobertura aqui no Blog, com traduções inéditas no Brasil.
WikiLeaks tem provado, através de cabos secretos de "embaixadores" dos Estados Unidos em todo o mundo (muitos deles, agentes da CIA travestidos de diplomatas), que por "democracia" dentro de um país o governo de Washington considera livre-mercado, a abertura das economias nacionais às empresas norte-americanas independente de haver efetivamente democracia na acepção do termo no Estado em questão: um governo democraticamente eleito que priorize justiça social e direitos humanos. Mesmo contrariando tudo isso, e sem apoio das sociedades locais, a Casa Branca exerce sua influência para que tal governo siga no poder. Por outro lado, se se contraria os interesses de Washington, ainda que dentro dos padrões democráticos, pacífico e bem sucedido em diversos pontos, inclusive econômico, sofre invariavelmente sabotagem, das mais diversas formas, da única superpotência mundial.
É isso que explica a omissão dos EUA, por exemplo, em relação à Arábia Saudita, maior aliada de Washington no Oriente Médio dentre os países árabes e país que mais fere os direitos humanos no mundo ao lado da China, enquanto, sob escusa de democracia e liberdade, invade a Líbia, o Iraque e pratica toda a sorte de sabotagem contra o governo venezuelano que, democraticamente eleito, amplamente apoiado pela massa elevando em muitas vezes os índices sociais, nacionalizou suas reservas petrolíferas e contrariou o Consenso de Washington (baseado justamente na abertura dos mercados nacionais sob os ditames dos EUA). Foi assim no golpe militar de 1964 no Brasil, é assim até hoje em toda a América Latina e em todo o mundo. Um Império agressivo, cruel, disposto a tudo em nome de seus interesses, valendo-se para isso dos mais sofisticados recursos.
Hipocrisia em excesso à parte, em 2008, antes da revelação desses mais de 250 mil telegramas-bomba apenas envolvendo os segredos de Estado dos Estados Unidos sob poder de WikiLeaks, o jornal A Nova Democracia já havia publicado reportagem, SNI Continua Sabotando o Povo (leia-a aqui no Blog, em Arquivo). A matéria mostra como a atual "Abin (Agência Brasileira de Inteligência) não passa de uma reedição do SNI, o Serviço Nacional de Informações, criado sob a supervisão da CIA em 1964 pelo gerenciamento militar, então recém instaurado no Brasil". O jornal ainda relata, baseado em fatos e testemunhos, que "hoje, os sucessivos casos de grampos ilegais que chegam ao conhecimento público — além das exorbitantes 407 mil autorizações judiciais para escutas telefônicas — nada mais são do que a ponta do iceberg. Valendo-se das atualizações tecnológicas, generalizou-se uma prática fascista do SNI da época dos milicos [militares] sob o nome de "sangrar linhas".
Tais grampos envolvem até mesmo, ou na verdade principalmente, conforme apontam dados provados na mencionada matéria de A Nova Democracia, pessoas mais comuns a fim de espioná-las e sabotá-las se for o caso, tais como ativistas por direitos humanos e militantes em geral que, de acordo com as classes dominantes apoiadas por agentes norte-americanos, representam "ameaça" a seus interesses.
Uma célebre evidência disso, foram as denúncias públicas de Heloísa Helena de que estava sendo "monitorada" através de grampos telefônicos (e quem praticava isso, fazia questão que ela soubesse que estava sendo vigiada), recebendo inclusive ameaça de morte quando expulsa do Partido dos Trabalhadores (PT), por votar contra seus ditames e manifestar-se contra casos de corrupção dentro do partido.
Conforme escrevemos em - Novo Terrorismo Made in USA na Argentina? - Não, o Mesmo de Sempre, Sir, na Terceira Página - Crônicas, os EUA criam problemas, para depois vender suas soluções e justificar intervenções em várias partes do mundo. Na América Latina, região mais rica do mundo em biodiversidade, e riquíssima em gás natural (Bolívia) e em petróleo (Venezuela e Brasil), é antigo o "interesse" dos norte-americanos: remonta fins do século XIX e princípios do XX, com a política do Big Stick (Grande Porrete) de Theodore Roosevelt, que definia sua "diplomacia" na América Latina através do provérbio africano "fale com suavidade, e tenha à mão um grande porrete".
Depois, veio a luta "anticomunista", na qual nossos "libertadores" derrubaram governos democraticamente eleitos e amplamente apoiados pelo povo, colocando em seus lugares ditaduras mais sangrentas que, seguindo fielmente os ditames de Washington, causaram o terror de Estado mais genocida desde as antigas colônias na América Latina. Paus-de-arara, choques elétricos, voos da morte através dos quais atiravam pessoas amarradas ao oceano, enfim, a luta ideológica reacionária, "incansável defensora" da "vida", da "boa religião", da "família", dos "bons princípios", da "democracia" enfim, da "liberdade!", não encontrou limites em sua luta por "libertação" dos países latino-americanos do "grande mal comunista". A Guerra Fria - que levava em seu bojo a retórica de Luta do Bem contra o Mal principalmente por parte dos EUA, que se colocavam como salvadores da humanidade - deixou o saldo mais sangrento da história da humanidade, e inúmeras nações divididas e em feroz guerra civil até hoje.
Vale registrar que, para compor tal histérico Eixo do Mal, versão Guerra Fria, bastava que governantes e/ou civis clamassem por nacionalismo, aumentos salariais, direitos humanos e reforma agrária - pelo que, na verdade, os próprios Estados Unidos sempre lutaram em sua história interna, haja vista que a seguridade social e própria questão agrária do país, embora em grande queda nas últimas décadas, estão muito mais consolidadas que no Brasil e em toda a América Latina.
Confiscaram a Bandeira do Japão, Pensando que Fosse a da China: "Na invasão da Universidade de Brasília, militares confiscaram como indícios de subversão comunista: O Vermelho e o Negro, romance do escritor francês Stendhal (1783 - 1842); a revista de arquitetura Comunitas; e maior prova de comunização apresentada à imprensa, uma bandeira da China que encontraram hasteada na Faculdade de Educação - só que era do Japão, em homenagem a crianças japonesas que ali expunham gravuras."
Bíblia Subversiva: "'O golpe sai vencedor. Autoridades organizam em Porto Alegre uma exposição com material dito subversivo, apreendido em casas de esquerdistas e militantes em geral. Lá está um livro, bem antigo, e ao lado a legenda: 'Livro Subversivo', em chinês'. Era uma Bíblia, em hebraico."
Citado em Golpes Militares na América Latina - Brasil, aqui no Blog, esses foram alguns dos grandes feitos reacionários brasileiros em sua "sábia luta anticomunista por democracia", a qual servia de justificativa para praticar justamente o que, na teoria, mais condenavam: oposição às instituições democráticas e à soberania de um país, bem como as mais crueis práticas de terrorismo.
E para se ter ideia da importância que os EUA sempre deram ao papel do Brasil no continente, vale repetir as palavras do ex-presidente norte-americano Richard Nixon (1969-1974), conforme reportamos em Golpes Militares na América Latina - Brasil: "Para o lado que pendesse o Brasil (alinhamento aos EUA, à ex-União Soviética ou a terceira via, de não-alinhamento a nenhum dos lados na época da Guerra Fria), para lá seguiria toda a América Latina".
Desde a queda do Muro de Berlim em 1989 e do desmoronamento da ex-União Soviética dois anos mais tarde, a ocupação "anticomunista" na América Latina, como em todo o mundo, tem sido substituída pelo "combate ao terrorismo" (Colômbia, Equador, Venezuela e Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai), e "contra as drogas" (sendo que exatamente a sociedade norte-americana, é a maior consumidora de drogas em todo o mundo), instalando bases militares em toda a região, especialmente na Colômbia. Em tudo isso, está de volta ao mundo a retórica puritana e salvadora dos EUA da época da Guerra Fria, para cuja prática redentora é imprescindível a ampliação de seu poderio militar bem como de sua intervenção nos mais remotos rincões do planeta, colocando em descrédito os direitos humanos e a autodeterminação dos povos (e assim como nos tempos de Guerra Fria, quem não aceita essa "verdade" made in USA é considerado herege, inimigo da moral e de Deus que deve ser revelado e combatido a todo custo, de todas as maneiras).
Para tanto, no Brasil a alta elite, a mídia grande e altos os escalões da política são históricos porta-vozes e agentes muitas vezes diretos dos interesses de Washington. Outro mecanismo de dominação da única superpotência mundial no país, são diversas ONGs e até igrejas ditas cristãs, conforme observa o doutor em Ciências Políticas e professor de História da Universidade de Brasília, sr. Luiz Alberto Moniz Bandeira:
"A operação para eventualmente intervir no Brasil começou, por volta de 1961. O Departamento de Estado, naquele ano, começara a solicitar ao Itamaraty vistos para cidadãos americanos, que entravam no Brasil sob os mais diferentes disfarces (religiosos, jornalistas, comerciantes, Peace Corps etc), dirigindo-se a maioria para as regiões do Nordeste. Em meados de 1962, da tribuna da Câmara Federal, o deputado José Joffily, do partido Social-Democrático (PSD), denunciou a “penetration” e, no princípio de 1963, o jornalista José Frejat, através de O Semanário, revelou que mais de 5.000 militares norte-americanos, “fantasiados de civis”, desenvolviam, no Nordeste, intenso trabalho de espionagem e desagregação do Brasil, para dividir o território nacional. Se a guerra civil eclodisse, segundo ele, a esquadra do Caribe estaria pronta para apoiar as atividades dos supostos civis americanos, com armas e tropas.
"Comprovadamente, até 1963, o Itamaraty concedera mais de 4.000 vistos e recebera solicitação para mais 3.000, cujo atendimento os militares nacionalistas brasileiros obstaram. Esse volumoso número de requerimentos. causara tanta estranheza que levou o Itamaraty, certa vez, a interpelar o embaixador Gordon. A resposta foi evasiva. Ele declarou que apenas 2.000 americanos utilizaram efetivamente os vistos, sendo que os demais ficariam como reservas. Não era verdade. Mentiu. Cerca de 4.968 norte-americanos, conforme as estatísticas oficiais de desembarque, chegaram ao Brasil, apenas em 1962, batendo todos os recordes de imigração originária dos EUA e superando quase todos os números registrados durante os anos da Segunda Guerra Mundial, quando eles instalaram, oficialmente, bases militares em diversos estados do Nordeste. Aquele número baixou, em 1963, para 2.463, talvez em virtude de restrições do Itamaraty, mas, ainda assim, continuou acima da média de entradas de norte-americanos em todos os anos anteriores e posteriores".
No caso específico da importância que Washington dá às igrejas, a fim de cumprir seus almejos imperialistas e até espionagem (as igrejas podem manobrar eficientemente grandes massas) é importante notar trecho da revelação WikiLeaks mencionado na tradução de telegrama secreto intitulado Plano de Washington: Constranger governo brasileiro usando a mídia, a fim de não votar na ONU a favor de punição internacional à difamação religiosa, cuja trdaução pode ser lida, na íntegra, em Brasil - Página 2 sob o título Plano de Washington: Constranger governo brasileiro usando a mídia a fim de não votar na ONU a favor de punição internacional à difamação religiosa: "Aumentar a atividade pela mídia e o alcance das comunidades religiosas parceiras (...). Essa campanha [de manipulação midiática] também deve ser orientada às comunidades religiosas, que parecem ter influência sobre o governo do Brasil (...)".
Outro telegrama secreto liberado recentemente é, igualmente, bastante revelador neste sentido, conforme mostram dois artigos na seção Estados Unidos sob os títulos, EUA Tem Interesse em Manter Relações com Vaticano, e Novos Documentos WikiLeaks Mostram EUA Pressionando Vaticano sobre Iraque, e OGM's.
Ao longo da história, políticos e líderes mais inescrupulosos em geral, paradoxalmente, apoiam-se na Bíblia e incentivam às pessoas que frequentem igrejas, a fim de cumprir seus almejos escusos(leia artigo O Cristianismo de Sonhos, Igualdade e Poderosa Transformação do Ser Humano, como Ferramenta de Alienação e Arma para Corruptos Inescrupulosos, aqui no Blog).
A Internet, na qual a norte-americana Google literal e nocivamente "manda", tem o monopólio e absoluto controle de tudo, em seu sentido mais amplo, está totalmente vigiada - e WikiLeaks também revelou algo muito semelhante: "Fundador do WikiLeaks Diz que Facebook é uma Máquina de Espionagem", em Estados Unidos, embora haja tantas evidências, que nem era fundamentalmente necessário tal revelação WikiLeaks, para que tivéssemos plena consciência disso.
Tal revelação explica porque tantos blogs, especialmente os da própria Google (Blogspot) são sumariamente removidos sem nenhum prévio aviso em todo o mundo, conforme ocorrido conosco mesmo no blog que criamos em prol da ativista por direitos humanos, a afegã Malalaï Joya, e ocorrido mais recentemente com O Grito do Bicho, também do Blogspot da Google, em prol dos animais que relata, entre outras coisas, crueldade praticadas por algumas grandes empresas e pela ciência contra os animais.
Além de ameaça de morte que recebemos através de correio eletrônico (*) anos atrás, o que virou caso de Polícia, hackers ainda escreveram-nos a partir de contas de alguns de nossos contatos, dizendo que mesmo que trocássemos de conta nos encontrariam. Posteriormente, enquanto houve algumas pessoas afirmando ter enviado mensagens as quais nunca recebemos, e vice-versa (não entendíamos o que estava acontecendo), uma amiga nos comunicou que, de nossa conta e em nosso nome, escreveram-na mensagens sexuais de maneira bastante sutil, e também ficamos sabemos, através de funcionário da empresa envolvida, que um chamado profissional a nós foi enviado sem que nunca pudéssemos tê-lo lido e respondido - suspeitamos serissimamente de que outros também foram apagados -. Ao mesmo tempo, tivemos o telefone grampeado e nossas conversas eram reproduzidas pelos que faziam isso, a fim de nos intimidar.
Em relação às universidades brasileiras, o jornal A Nova Democracia publicou reportagem Invasão do Capital Estrangeiro no Ensino Superior, e vale registrar alguns argumentos e fatos aqui:
"Desde 2004 o imperialismo tem despejado uma torrente de dólares e euros na educação brasileira de nível superior. O objetivo não é ampliar nem atualizar conteúdos, especializar professores, equipar laboratórios e hospitais-escola. Pretende-se, na verdade, aprofundar o processo de transformação da educação em mercadoria para obter lucro máximo, seja com a venda de cigarros na cantina, o ensino à distância para tropas no Haiti, ou a coleta dos recursos do Pro Uni, criado para não universalizar o ensino público gratuito.
"(...) Em 18 de outubro do ano passado, 3.875 prepostos do capital financeiro internacional completaram uma injeção de 412,5 milhões de dólares para assumir 80% do SEB (Sistema Educacional Brasileiro S. A.). Com US$ 478.773.750,00, cerca de 12 mil estrangeiros assumiram 70% do controle da Kroton, criadora da rede Pitágoras e, com US$ 446.940.000,00 ficaram com 64% da Estácio de Sá, num negócio para o qual cada aluno foi "avaliado" em R$ 10.800.
"Em 12 de março do ano passado, 14.651 investidores estrangeiros desembolsaram 512,5 milhões de dólares, para abocanhar 76% do capital da Anhanguera Educacional, complexo de ensino que possui 51 unidades distribuídas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, congregando 140 mil alunos, rendendo cada um 18,8 mil dólares (...)".
Isso vai de encontro ao que também observa o professor Moniz Bandeira: "As operações de guerra psicológica implicam propaganda e divulgação, ou seja, campanha através da media, junto às diversas organizações estudantis, sindicatos, outros grupos profissionais e culturais, bem como junto aos partidos políticos, sem que a procedência das informações possa ser atribuída ao governo americano.
"Ela é efetivada, muitas vezes, por agentes da CIA, estacionados na Embaixada Americana como diplomatas, ou homens de negócios, estudantes ou aposentados, enquanto as operações paramilitares consistem na infiltração em áreas proibidas, sabotagem, guerra econômica, apoio aéreo e marítimo, financiamentos de candidatos nas eleições, suborno, assassinatos (...)", aponta o professor.
E isso tudo também pode, muito bem, explicar a irritada colocação do nosso professor-jornalista, sr. Andrade.
Em toda nossa cobertura sobre os telegramas secretos liberados por WikiLeaks, pode-se constatar as mais diversas técnicas de espionagem, sabotagem, conspirações, manipulações e boicotes por parte de "embaixadores" dos EUA - como observa o professor Moniz Bandeira, e conforme fica claro através deste trabalho juntando tudo isso à própria história, agentes da CIA executando serviços de "diplomacia". Vale atentar, em Brasil - Página 1 (mais abaixo) e Página 2, às reuniões de políticos dos partidos dominantes brasileiros com tais "embaixadores, e o caráter espião e totalmente conspiratório desses encontros, a cujo serviço nossos políticos de todos os grandes partidos se rendem, nada patrioticamente.
Enquanto no Equador, na Bolívia, Argentina e Venezuela, entre outros países, a espionagem e as mais diversas conspirações se deram através de reuniões de embaixadores-agentes da CIA com grandes empresários e determinados setores da mídia, aqui no Brasil tudo isso foi além: envolveu políticos dos grandes partidos, inclusive o governista PT que, historicamente, adota ressonante discurso anti-imperialista e tal fato é, no mínimo, tão preocupante quanto os próprios embaixadores-espiões agindo livremente no país.
Em 2010, o embaixador norteamericano envolvido nas revelações WikiLeaks foi sumariamente expulso do Equador, em 2008 outro havia sido expulso da Bolívia por sabotar o governo de Evo Morales e conspirar seu assassinato, e dias depois a Venezuela fez o mesmo ao passo que em 2010 o então presidente Lula, quando perguntado por jornalistas sobre WikiLeaks, desconversou: "Se fossem telegramas importantes, não teriam sido revelados". O povo brasileiro, agora de maneira absolutamente inconteste, convive com cobras em seu quintal.
As justificativas mudaram, os métodos também, mas não a agressividade imperialista: hoje, em tempos que já não sopram mais os "ventos comunistas" e vivemos relativa democracia no Brasil, os atos de terror não se dão mais em paus-de-arara nem nas cadeiras elétricas (não tanto quanto antes, mas ainda se pratica deliberadamente tortura em certas regiões do Brasil, conforme reportamos em Saneamento Público - Onde Jogar Tanto Lixo Humano?, aqui no Blog), mas, geralmente, através de tortura psicológica e até "financeira", isto é, "queimando" profissionais no mercado (um de nossos professores de História da Diplomacia divergiu da faculdade de Relações Internacionais da Universidade Americana - bastante poderosa, o nome já diz tudo - pedindo demissão. Um dos funcionários da reitoria confidenciou-nos, diretamente a nós: "Ele não trabalha mais..."). Não raramente, conhecemos pessoas de diversos países (geralmente jornalistas, ativistas por direitos humanos e militantes em geral) que testemunham sofrer esse tipo de cerco. E tendo em vista a atual e já longa crise por que os EUA atravessam, tal agressividade tende a ser cada vez mais acentuada.
Muitos anos atrás, uma pessoa deveria ser bastante bem informada para saber que em meio à sociedade acontece esse tipo de coisa, ou era necessário que sofresse na pele tudo isso; e quem dizia que isso ocorria era, geralmente, tido como louco, paranóico por pessoas menos atualizadas e especialmente pelos mais reacionários.
Hoje, em tempos de Internet e de WikiLeaks, a máscara do Império, definitivamente, caiu. Mas os norte-americanos e seus afilhados brasileiros, que comem suas migalhas, ainda tentarão de tudo, inclusive usar argumentos mais bestas e sem sentido, fazendo verdadeira lavagem cerebral distorcendo a realidade dos fatos, como sempre fizeram, a fim de desqualificar toda e qualquer oposição. E a secreta guerra suja praticada por eles, amplamente apresentada a partir das próximas linhas, não vai parar por aí...
Enfim, por que somos 99% de indivíduos, das mais diferentes classes e pensamentos, lutando contra o 1% dono do poder ao longo dos séculos sem que o sistema, em sua essência, seja mudado em absolutamente nada, pelo contrário, siga fechado e servindo aos privilégios dessa ínfima minoria a que pese tanto sangue derramado e vidas perdidas? A resposta para essa inevitável pergunta está nestas páginas, claramente, inclusive na nota mais abaixo que retrata a mais baixa retaliação e covarde agressão que inúmeras pessoas ao redor do mundo têm sofrido. A cadeia dos poucos donos do poder está muito bem estruturada, e não admite oposição.
Nunca havíamos colocado exatamente isso na faculdade, mas realmente, professor, eles literalmente se sentam com nossa mídia para conspirar. O senhor já sabia? Como?
A democracia [para a política mundial dominante] é um luxo que nem todos merecem
Eduardo Galeano
Democracia é necessidade básica, nata aspiração humana em seu anseio por liberdade, o que as novas gerações "exigem" apoiadas também nas novas tecnologias que, entre outros benefícios, estão crescentemente evidenciando a essência do sistema mundial
Edu Montesanti
Eduardo Galeano
Democracia é necessidade básica, nata aspiração humana em seu anseio por liberdade, o que as novas gerações "exigem" apoiadas também nas novas tecnologias que, entre outros benefícios, estão crescentemente evidenciando a essência do sistema mundial
Edu Montesanti
(*) Sobre as constantes invasões a nossas contas de correio eletrônico, dia 3 de junho de 2011 edumontesanti@web.de foi desativada pela própria Web.de, de maneira emergencial de acordo com o relato abaixo (traduzido do alemão). Observação importante é que nesta conta em que, conforme observamos no artigo acima, sofremos ameaça de morte e da qual foram apagadas mensagens profissionais, foram apagados artigos arquivados além de um de nossos contatos, do sexo feminino, ter denunciado o recebimento de mensagens sexualmente ofensivas em nosso nome (ao que notou não ser nossas mensagens, mas tratar-se de invasão comunicando-nos em seguida o ocorrido, pelo que fizemos boletim policial - maiores detalhes, mais abaixo), estavam armazenados importantes registros de nossos contatos com Malalaï Joya do Afeganistão, arquivos de suma importância tais como seus contatos com o jornal brasileiro O Tempo (leia o artigo Por Trás das Cortinas do Jornalismo Internacional: Entrevista do Afeganistão Distorcida - Apresentamos a Original) revelando o jogo sujo da mídia brasileira, em grande parte perdidos (a solicitamos o envio disso tudo a outra conta criada, o que ela fez parcialmente já que tampouco os possuía na íntegra):
Nota:
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Sua recepção de correio não é afetada por este bloqueio.
Para desbloquear sua caixa de entrada novamente, por favor, faça o seguinte:
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Por favor, para destravar a caixa de correio entre em contato com o nosso serviço ao cliente. Nós fornecemos um número de telefone gratuito:
0800 932 332
Segunda a sexta-feira: 8-18h
Sábado e domingo: 10-18h
Segunda a sexta-feira: 8-18h
Sábado e domingo: 10-18h
Conosco, a segurança da sua caixa de correio e de seus dados são importantes. Ajude-nos a compor elevada qualidade dos dados, e garantir a funcionalidade completa de sua caixa de correio.
Obrigado por sua contribuição!
WEB.DE
Departamento de Abuso
Recebida diversas vezes no segundo semestre de 2011 após tentarmos, em vão, enviar mensagens de nova conta, recentemente aberta na Yahoo até que, finalmente, ficamos totalmente impossibilitados de enviar qualquer mensagem:
Sua mensagem não foi enviada.
Foi detectada uma atividade suspeita em sua conta.
Para proteger sua conta e nossos usuários, sua mensagem não foi enviada.
Mensagem de Hotmail em dezembro de 2011, quando tentávamos acessar uma outra conta:
Sua conta foi bloqueada
Por que você está vendo isso?
Alguém pode ter usado sua conta para enviar uma grande quantidade de lixo eletrônico (ou outro item que viole os Termos de Serviço do Windows Live).
Estamos aqui para ajudá-lo a reaver a sua conta.
O que você precisa fazer?
Você será orientado em algumas etapas para verificar a propriedade da conta e alterar a senha, caso outra pessoa também esteja acessando a sua conta. Bastam alguns minutos e você será desbloqueado.
Limpamos as configurações da sua conta
Em geral, os clientes chegam aqui porque outra pessoa obteve acesso à conta deles e ela está sendo usada, sem que saibam, para enviar spam. Para que você e seus contatos sejam protegidos, removemos todas as respostas automáticas ou contas vinculadas que você já teve.
Em 16 de setembro de 2012 tentamos acessar novamente essa conta, sem sucesso, ao que recebemos como resposta de Hotmail:
Parece que outra pessoa está usando sua conta
Para ajudar você a retornar ao edu.goldoni@hotmail.com, nós precisamos verificar se é sua.
A mensagem acima foi novamente recebida em 19 de junho de 2012 em outra conta criada, definitivamente bloqueada por Hotmail
Em 14 de junho do mesmo ano, nova conta recentemente criada para o lançamento do livro
Mentiras e Crimes da "Guerra ao Terror", foi igualmente bloqueada recebendo esta mensagem:
Detectamos uma atividade incomum na sua conta do Hotmail. Para ajudar a proteger você e todos os
outros usuários, sua conta foi temporariamente bloqueada. Para desbloqueá-la, verifique a sua conta.
6 de janeiro de 2013, na tentativa frustrada de acessar outra conta criada a menos de duas semanas na Yahoo, exibida esta mensagem:
Lamentamos por você não conseguir acessar o email alternativo ou número de celular fornecido para sua conta. Deseja tentar outro email ou número de celular?
Retorne em 07 de janeiro de 2013, após às 15:05, quando será possível redefinir sua senha usando a pergunta secreta escolhida para sua conta.
Por que tenho que esperar?
Bloqueamos essa opção para sua proteção, pois acreditamos que alguém pode ter acessado sua conta sem a sua autorização. Entre em contato com o Atendimento ao cliente.
Contatar o atendimento ao usuário
Neste mesmo dia, foi tentado entrar em duas contas criadas no ano anterior na Bol, ambas impossibilitadas, com senhas trocadas.
Desta maneira, neste mesmo 6 de janeiro à tarde, criamos outra conta na Bol, da qual contactamos algumas pessoas. À noite, a conta já
possuía senha também modificada, e por fim a Bol informou que investigaria o ocorrido, em ambos os casos com a seguinte mensagem:
Central de Ajuda BOL
Foi excedido o número de tentativas de acesso vindas do endereço IP: (...) do seu computador ou rede em Sun Jan 06 22:05:39 BRST 2013. Estas tentativas foram registradas para a segurança dos usuários do UOL.
O UOL pode usar estas informações para localizar e tomar todas as medidas legais cabíveis, para resguardar a privacidade de seus usuários.
2 de julho de 2011, ocorrido com o jornalista Jorge Kajuru:
CANALHAS DA INTERNET! ME DEIXEM EM PAZ! ESCLARECIMENTO IMPORTANTE:
Postado em 02/07/2011 por tvkajuru
ESTOU DESESPERADO! ACABO DE SABER QUE ALGUM CANALHA DESCOBRIU A SENHA DO MEU FACEBOOK E ESTÁ MANDANDO MENSAGENS PORNOGRÁFICAS E ABSURDAS, COINCIDENTEMENTE PARA MINHAS AMIGAS.
CASO VOCÊ TENHA RECEBIDO ALGUMA, JAMAIS CREIA, PELO AMOR DE DEUS, QUE TENHA PARTIDO DE MIM. ESTOU REVOLTADO E JÁ MUDEI A SENHA. ESSAS COISAS DE INTERNET, COMO HACKER E OUTROS BANDIDOS, ME DESANIMAM CONTINUAR USANDO ESSAS FERRAMENTAS.
A partir de fins de 2003, o que já virou caso de polícia, não apenas nossas contas de correio eletrônico passaram a ser invadidas, como também, segundo relatos de contatos confirmando nossas impressões, importantes mensagens enviadas à nossa conta estavam sendo apagadas, e mais: eram escritas mensagens em nosso nome, a partir de nossa própria conta conforme uma amiga, a Geanne da Igreja Assembleia de Deus de São Paulo comunicou, no segundo semestre de 2004- quando já estava evidente que algo do tipo estava ocorrendo -, ter recebido diversas sexualmente inconvenientes e até criminosas, cujo mensageiro se passava por nós de maneira muito sutil, primeiro convencendo a pessoa de que éramos nós escrevendo para depois, gradativamente entre muita "simpatia" e até humanitarismo, o tal "Edu Montesanti" ser totalmente inconveniente e ofensivo. A amiga Geanne, em dado momento, teve certeza do que se tratava: o mensageiro não era quem se dizia ser... Quando ainda estava meio em dúvida, contou-nos ter exortado o "Edu Montesanti": - Por que você escreve essas coisas, Edu? -, ao que foi respondida: - Mas eu sou de Jesus!
Essa revelação, que veio na mesma época em que uma empresa lamentou, tarde demais, ter enviado chamado profissional à mesma conta, ao qual nunca tivemos acesso, trouxe à luz muita coisa fazendo-nos entender diversas situações desagradáveis: a razão de pessoas recém-conhecidas com quem trocávamos endereços de correio eletrônico, especialmente do sexo feminino nos diversos lugares que frequentávamos, nos próximos encontros manifestavam silencioso incômodo e até aversão em relação a nós acabando por se afastar, em outros casos nem sequer nos atendiam em ligações telefônicas ou atendiam de maneira áspera ao que não entendíamos o porquê, além das intrigantes mensagens profissionais às quais nunca tivemos acesso. Depois disso, muitas outras mensagens seriam enviadas, segundo terceiros, as quais jamais pudemos ler e responder.
Em julho e agosto de 2004, antes do comunicado da amiga Geanne, escrevíamos para o Boletim On-Line (jornalístico) da empresa HS Contábil, de propriedade do sr. Humberto Batella. Diversas vezes ele nos enviava nosso artigo publicado junto de outras colunas, e na maioria das vezes não chegava causando muita estranheza no próprio sr. Humberto. Foi nesta mesma época que os artigos arquivados mencionados mais acima foram apagados da conta Web.de. As coisas estavam ficando muito claras, até que vieram as denúncias da Geanne e tudo saiu da subjetividade - ainda assim, situação e assunto extremamente delicados de serem tratados, obviamente.
É desta maneira, por tudo isso confirmando impressões, posteriormente declarações de contatos e agora as revelações WikiLeaks, que, há um bom tempo, Edu Montesanti já não está mais nas redes sociais, nem mantém nenhum endereço de correio eletrônico, após anos de trocas de senhas, até dos próprios endereços e, conforme informado mais acima, bloqueios das próprias Web, Hotmail e Yahoo alegando invasões, coincidindo totalmente com o dito por parte de nossos contatos, com o que milhões de pessoas têm passado em todas as partes do mundo, em maior ou menor grau dependendo de cada caso, e coincidindo, igualmente, com as diversas revelações WikiLeaks, documentais como sempre, às quais a mídia gorda não dá espaço mas, de nossa parte, estendemos o tapete vermelho a elas nestas quatro páginas com traduções exclusivas do Blog de documentos, secretos e sujos, emitidos pelas embaixadas dos EUA mundo afora. Sobre toda essa invasão virtual abordada, leia mais abaixo: "Governos Fazem Espionagem em Massa de Celulares e Computadores". Além de "WikiLeaks Diz que Facebook é uma Máquina de Espionagem", na página Estados Unidos, e "SNI Continua Sabotando o Povo", em Arquivo - Os Noticiários Mundiais - Página 2, ambos os materiais abordados em nosso artigo acima. Leia também reportagem do jornal Correio do Brasil do Rio de Janeiro, de 5 de abril de 2012: Perillo [governador de Goiás-PSDB] contrata hackers para bloquear oposição nas redes sociais, denunciam ativistas.
WikiLeaks Publica Telegramas Confidenciais das Embaixadas Americanas
28.11.2010 / Fonte: Wikileaks.ch
A partir do dia 28 de novembro de 2010, WikiLeaks começou a publicar 251.287 telegramas de embaixadas americanas pelo mundo - o maior vazamento de documentos confidenciais da história.
Para a organização, os documentos vão permitir que pessoas de todo o mundo conheçam a fundo como funcionam as atividades americanas no exterior.
Os telegramas, que cobrem desde 1966 até o final de fevereiro de 2010, contêm informações confidenciais enviadas por 274 embaixadas em diversos países e pelo Departamento de Estado em Washington para essas embaixadas.
Do total, 15.652 são classificados como secretos.
"Os telegramas mostram os EUA espionando seus aliados e a ONU; ignorando a corrupção e abusos de direitos humanos em Estados 'serviçais'; negociando a portas fechadas com Estados supostamente neutros e fazendo lobby em prol das corporações americanas”, diz o porta-voz da organização, Julian Assange.
No caso brasileiro, o WikiLeaks obteve 1.947 documentos enviados pela embaixada em Brasília entre 1989 e 2010. Desses, 54 são classificados como secretos e 409 como confidenciais.
O ano de 2009 foi o recordista em telegramas: foram 348, quase um por dia. Em 2010, foram 59 comunicados de janeiro a fevereiro apenas.
Além deles há 12 do consulado de Recife, 119 do Rio de Janeiro e 778 de São Paulo.
Eles revelam como os diplomatas americanos realmente vêem o Brasil à medida que o país busca reconhecimento internacional – nem sempre com bons olhos – e como a embaixada faz lobby pelos interesses dos EUA, desde petróleo até a venda de equipamentos militares.
Também relatam encontros com autoridades, membros do governo e da oposição, jornalistas e diplomatas de outros países. Revelam como os diplomatas americanos narraram alguns dos acontecimentos políticos e econômicos mais importantes dos últimos sete anos. E como os EUA continuam buscando influenciar a política nacional, mesmo na era Obama, fazendo lobby contra governos vizinhos.
Entre outras coisas, os documentos mostram que os EUA trabalham proximamente ao Brasil em operações de contraterrorismo, e que vêem buscando um papel maior em termos de segurança e combate às drogas.
"A publicação desses documentos revela a contradição entre a persona pública dos EUA e o que a potência faz por debaixo dos panos. E também provam que, se os cidadãos querem que seus governos ajam de acordo com as suas aspirações, devem exigir explicações sobre o que acontece às escondidas".
"Toda criança americana aprende que George Washington, o primeiro presidente dos EUA, não conseguia mentir. Se as administrações atuais seguissem o mesmo princípio, o vazamento de hoje seria apenas um pequeno vexame" diz Julian Assange. "Em vez disso, os EUA têm alertado governos ao redor do mundo - até mesmo os mais corruptos - sobre a publicação de hoje e se armando para a exposição que fatalmente irão enfrentar".
Diferentemente dos outros lançamentos do WikiLeaks, nas quais uma grande quantidade de documentos foi publicada de uma vez, a organização vai lançar os arquivos das embaixadas ao longo das próximas semanas.
"Os telegramas da embaixada vão ser lançados em etapas. Consideramos que o tema é tão importante e o alcance geográfico tão amplo, que se publicássemos tudo de uma vez não estaríamos fazendo justiça a esse material”.
"Devemos, a quem nos confiou o material, garantir o tempo necessário para que ele seja noticiado, comentado e discutido amplamente - o que seria impossível se centenas de milhares de documentos fossem publicados de uma só vez".
"Enquanto os documentos mostram cinismo e abuso diplomáticos chocantes, o fato desse material ter vazado prova que existem pessoas boas e corajosas dentro do governo que acreditam em transparência e em uma política exterior mais ética”, afirma Julian. “Essas pessoas estão buscando reformar as instituições para as quais trabalham. O lançamento de hoje mostra que elas também têm poder. Mas é a resposta do mundo a esses documentos que vai determinar se a sua publicação levará a uma mudança".
“Assim, nas próximas semanas vamos poder julgar o clima político em dezenas de países através da maneira como eles respondem. Será que vão se empenhar numa campanha para desviar as atenções ou será que vão fazer uma campanha para mudar a maneira como as coisas são feitas?”
Os telegramas, em números:
No total, são 251.288 documentos, ou 261.276.536 de palavras (sete vezes mais do que nos arquivos secretos sobre o Iraque).
Uma pessoa lendo com atenção levaria 70 anos para ler todos os arquivos.
Os telegramas são de 1966 até o final de fevereiro de 2010 e são provenientes de 274 embaixadas, representações e consulados.
Os principais assuntos são:
Relações internacionais – 145.451; Assuntos internos dos governos – 122.896; Direitos humanos – 55.211; Condições econômicas – 49.044; Terroristas e terrorismo – 28.801; O Conselho de Segurança da ONU – 6.532.
O Iraque é o país mais discutido – 15.365 telegramas (desses, 6.677 foram enviados do Iraque)
A embaixada de Ancara, na Turquia, foi a que mais enviou telegramas – 7.918
8.017 telegramas foram enviados pelo Departamento de Estado.
15.652 telegramas são secretos, 101.748 são confidenciais e 133,887 não são classificados.
Telegramas enviados pela embaixada dos EUA em Brasília -
Total: 1.947 54 secretos 409 confidenciais.
Por ano: 1989 - 1; 2002 - 1; 2003 - 45; 2004 - 196; 2005 - 306;
2006 - 391; 2007 - 321; 2008 - 279; 2009 - 38; 2010 - 59.
Consulado no Recife - 12; Consulado no Rio de Janeiro - 119; Consulados em São Paulo - 777
Total do Brasil: 2855
Confira lista do que já publicou WikiLeaks, clique aqui
www.edumontesanti.skyrock.com
quem poderia ter lhe contado?
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