
Golpe Militar no Chile: Crimes, Mentiras e Telegramas
Cumplicidade de Pinochet e americanos nas violações de direitos humanos no Chile,
expressa-se em telegramas cínicos e cheios de gentilezas; Pinochet sugeriu
ao embaixador canalizar recursos através do Brasil
expressa-se em telegramas cínicos e cheios de gentilezas; Pinochet sugeriu
ao embaixador canalizar recursos através do Brasil
Fonte: A Pública / 11.04.2013
Observação do Blog: Nestes telegramas que revelam apoio de funcionários do governo dos Estados Unidos ao golpe militar no Chile em 1973, e a Augusto Pinochet, ficam evidentes alguns pontos de suma importância: o embaixador norte-americano Nathaniel Davis, obviamente sob consentimento do presidente republicano Richard Nixon e de seu secretário de Estado, Henry Kissinger, conforme mencionados nas mensagens secretas, sustentam a mentira de que o novo governo militar chileno não feria os direitos humanos, mas era sido vítima de terrorismo por parte de militantes de esquerda. O governo republicano à época enfrentava oposição dos democratas para suas "ajudas" e intervenções em países que violavam direitos humanos, como era o caso do Chile.
Líder do Senado dos EUA, o democrata Ted Kennedy estava atento quanto a governos que violavam direitos humanos, o Chile de Pinochet mesmo fora condenado pela ONU já em 1977 por isso, e tentava barrar qualquer apoio militar de seu país neste sentido através da proposta da Emenda Kennedy, e das próprias leis pré-estipuladas pela Constituição norte-americana.
O embaixador Davis ainda afirma que plantará matérias na Imprensa a fim de exaltar uma "ajuda humanitária" dos EUA no Chile, demonstrando bastante segurança que conseguirá fazer isso unto à mídia - efetivamente conseguiu. Pinochet, a Embaixada dos EUA no Chile a Casa Branca ainda contaram para tal tarefa, com a cúpula da Igreja Católica, tanto chilena quanto norte-americana.
O que vemos nisso tudo, é que os factoides e as graves mentiras envolvendo toda a sabotagem dos altos escalões dos governos de Washington ao redor do mundo, assim como no caso dos golpes militares na América Latina, vão se alastrando como em "efeito dominó", etapa a etapa derrubando as peças do tabuleiro mundial sedentas pela verdade, muitas vezes: as distorções são passadas pelos embaixadores ao presidente da República e a seus secretários, vendendo uma imagem equivocada à maior parte dos congressistas.
Tais mentiras, vendidas pela grande mídia e sustentadas pela cúpula religiosa, em muitos casos íntimas desses altos escalões governamentais, sabem exatamente do que se trata a questão, repassando a versão oficial às sociedades mundiais. Vale ressaltar esta afirmação de Pinochet, apresentadas ao Congresso e à sociedade norte-americana, e a todo o mundo: "O governo do Chile é cristão que, diferente dos regimes comunistas, tem respeito autêntico pela pessoa humana".
Muitos ideologicamente "cegos", compram estas "verdades", os "debates" entre os cidadãos acabam sendo insolúveis enquanto partem de pontos totalmente diversos embora muitas vezes buscando o mesmo objetivo (democracia), uns referindo-se ao que é, outros à versão oficial e outros ao que deveria ser havendo, assim, uma intensa fragmentação social sem nunca se chegar a lugar nenhum.
Comparando tudo isso com telegramas secretos mais recentes liberados por WikiLeaks, fica claro que este mesmo jogo político e midiático sujo é praticado hoje. Outra revelação, à parte WikiLeaks e também exposta com tradução exclusiva aqui no Blog [Apresentação e treinamento de novos membros Illuminati / Estrutura e projetos da organização secreta (role a tela)], de líder recrutando novos adeptos de alta sociedade secreta com sede nos EUA, afirma que dividir ferozmente a sociedade é uma das principais táticas para que os donos do poder sigam exercendo sua dominação, baseados, é claro, na mentira e nas ideologias que lhes são impostas.
Mais recentemente, no caso do golpe no Paraguai que destituiu o presidente Fernando Lugo e na Venezuela, especialmente sobre os governos de Hugo Chávez e da eleição de seu sucessor, Nicolás Maduro, vê-se claramente esta mesma prática político-midiática. Ainda no caso do Chile sob ditadura militar, uma das mais sanguinárias que a história já conheceu, Pinochet agradeceu o apoio secreto dos EUA, baseado em mentiras do alto escalão da Casa Branca, e recompensou os norte-americanos com as ricas minas de cobre chilenas.
Ele liderou o bombardeio do Palácio de La Moneda por aviões da força aérea, derrubou o governo Allende e assumiu o poder no Chile durante 17 anos. Em 1977, quatro anos depois do golpe que levou o presidente eleito, Salvador Allende, ao suicídio, e instituiu a ditadura militar no Chile, seu governo foi condenado pela ONU pela crueldade – comprovada – exercida contra presos políticos. Foram 40.018 vítimas da ditadura militar – mortos, torturados e presos políticos – de acordo com a contabilidade oficial do governo do Chile, divulgada em 2011. Em 2012, quase seis anos após sua morte, uma investigação judicial no país determinou a abertura de seu testamento, revelando uma fortuna de US$ 26 milhões, dos quais somente US$ 2 milhões possuíam justificativa contábil.
Com essas credenciais, parecem no mínimo inadequados os adjetivos escolhidos pelo embaixador americano no Chile, Nathaniel Davis, para descrever o comportamento de Augusto Pinochet em telegrama secreto enviado em 12 de outubro de 1973, um mês depois do golpe, quando dois jornalistas americanos – Frank Teruggi, 24 anos, e Charles Horman, 31 anos, estavam oficialmente “desaparecidos”.
“Pinochet foi gracioso e eloquente ao expressar seu desapontamento com minha transferência”, descreveu Davis, que deixou o comando da embaixada três semanas depois e foi definitivamente substituído em fevereiro de 1974, referindo-se a uma reunião marcada a pedido do então chefe da Junta Militar no poder, que queria “um momento de tranquilidade para conversar” com o embaixador.
“Ele disse que o Chile precisava enormemente de nossa ajuda, tanto econômica quanto militar, acrescentando que se o governo da Junta fracassar, a tragédia do Chile será permanente”, escreve Davis.“Aproveitei para lhe falar sobre nossos problemas políticos no momento: o debate sobre a Emenda Kennedy, e o problema de direitos humanos levantado pelos casos Teruggi e Horman”.
Ele prossegue justificando mais um pedido de ajuda militar do ditador: “Pinochet argumentou que o governo chileno compartilha de nossas preocupações com os direitos humanos e que está fazendo o melhor possível para prevenir violações, acrescentando que não é fácil porque os extremistas de esquerda continuam a atacar oficiais e soldados e praticar atos de sabotagem. Os extremistas ainda têm metade de seu arsenal, disse Pinochet, e as fábricas de bazucas e outras armas ilícitas continuam clandestinas. Se o exército deixasse o problema escapar de controle, o resultado seria um banho de sangue bem maior do que o atual”.
À luz do que se sabe hoje, o relato de Davis pode ser classificado de francamente cínico e mentiroso – e com a cumplicidade do destinatário. Não há registro da resposta de Kissinger ao telegrama de Davis. Mas a referida Emenda Kennedy tinha sido proposta pelo senador democrata Ted Kennedy, que se opunha ao governo Nixon e a seu secretário de Estado, Henry Kissinger, a quem se destinava o telegrama do embaixador. Aprovada no ano seguinte, essa emenda proibia a venda de armas e/ou ajuda militar americana a governos com denúncias de violação dos direitos humanos, e foi evocada diversas vezes pelos senadores americanos para suspender o suprimento militar ao Chile, embora o secretário de Estado, Henry Kissinger, defendesse que apoio militar e direitos humanos eram “assuntos diferentes”.
Desde 1975, com a conclusão do Church Report, o relatório do senador americano Frank Church, a participação ativa dos Estados Unidos no golpe do Chile era conhecida. Quanto aos casos dos jornalistas desaparecidos dias depois da derrubada de Allende, a explicação é mais complexa – e bem mais comprometedora para o embaixador, principalmente depois que o caso Horman se tornou mundialmente conhecido através do filme “Desaparecido” (“Missing”) de Costa Gravas, lançado em 1982.
Nele, o cineasta retrata a busca desesperada do pai e da mulher de Horman e as fortes suspeitas de envolvimento da embaixada americana no desaparecimento do jornalista logo depois do golpe militar no Chile. O autor dos telegramas publicados aqui, o embaixador Nathaniel Davis, vestiu a carapuça e entrou com um processo de 150 milhões de dólares contra Costa Gravas. O filme foi proibido de ser exibido durante a disputa judicial, que terminou com a vitória do cineasta. O capitão americano Ray E. Davis, adido militar da embaixada, foi acusado de cumplicidade no assassinato de Horman e teve sua extradição dos Estados Unidos pedida em dezembro de 2011 por um juiz chileno durante investigação sobre os crimes da ditadura.
Embaixada Oculta Assassinatos dos Jornalistas
Dois meses antes do golpe, com a ajuda do jovem Teruggi, o jornalista investigativo Charles Horman havia publicado no jornal alternativo FIN uma história sobre o envolvimento da CIA na desestabilização do governo Allende. Casualmente acabou descobrindo mais detalhes em uma viagem de turismo realizada a pedido de uma amiga americana, na véspera do golpe, ao litoral chileno, onde estavam as forças de apoio da Marinha. Horman e a amiga ficaram retidos em Viña Del Mar – as estradas haviam sido bloqueadas pelos golpistas -, e voltaram à capital chilena no dia 15 de setembro de 1973, de carona com o chefe da missão militar americana, o capitão Ray E. Davis, que lhes relatou milhares de prisões e centenas de mortes na Santiago pós-golpe.
Dois dias depois, Charles Horman foi preso dentro de sua casa, na frente de sua mulher – e nunca mais foi visto vivo. Documentos liberados a partir de 1999 pelo governo americano incriminaram o capitão Davis e apontaram a cumplicidade da embaixada dos Estados Unidos em Santiago na ocultação do crime. No dia 9 de outubro, três dias antes do cínico telegrama de Davis – que sabia do real destino dos jornalistas – a Embaixada publicou um anúncio do desaparecimento de Horman, por pressão de seu pai, que só deixou Santiago depois que o corpo do filho e de Teruggi foram “encontrados” nas ruas de Santiago com marcas de execução, dia 18 de outubro de 1973.
No dia anterior, Edmund Horman, pai do jornalista, havia visitado a Fundação Ford em Santiago, e ouvido de um consultor de programas da fundação que uma fonte confiável lhe havia dito que seu filho fora executado no Estádio Nacional, o centro de interrogatórios, torturas e execuções do governo chileno.
Só então o governo americano – que chegou a declarar que os jornalistas haviam retornado aos Estados Unidos – reconheceu a morte e emitiu a certidão de óbito de Charles Horman, cuja autópsia, assinada por um médico do necrotério do Chile, coloca como causa da morte “múltiplos ferimentos de bala”. O corpo de Teruggi, preso quatro ou cinco dias depois de Harmon, foi encontrado no mesmo dia, nas mesmas condições.
Embaixador Se Entende com Pinochet: Canalizando Recursos pelo Brasil
No mesmo 18 de outubro de 1973, dia em que o governo americano finalmente reconheceu o assassinato do jornalista, o embaixador Davis enviou um telegrama ao Departamento de Estado de Kissinger, com o seguinte sumário no alto da página:
Convoquei o presidente da Junta, Pinochet, dia 17 de outubro. A conversa revelou a preocupação com o governo do Chile com sua imagem nos Estados Unidos. E sensibilidade para a necessidade de cautela para ambos os governos, americano e chileno, em relação ao estreitamento excessivo da identificação pública [entre os dois governos] (...). O presidente do PDC [Partido Democrata Cristão] Aylwin e o Cardeal Silva planejam visitar os Estados Unidos para tentar ajudar no problema da imagem pública do Chile.
No corpo do longo telegrama secreto enviado a Kissinger, o embaixador – que não diz uma palavra sobre o reconhecimento da morte de Horman que se deu naquele mesmo dia – muda de tom. Explica que seguiu a “rotina diplomática, pedindo o encontro protocolarmente há duas semanas” e que na mesma tarde, Pinochet, que estava “relaxado e amigável”, também recebeu “outros embaixadores”.
Ao tratar da questão econômica no Chile e da cooperação financeira dos EUA, o embaixador conta que Pinochet falou rapidamente com o ministro de Relações Exteriores chileno, Ismael Huerta Díaz, em visita aos Estados Unidos, e que ficou com a impressão que o resultado da viagem seria positivo. “Ele sorriu e disse que entende que nós gostaríamos de ser prestativos, mas em alguns casos a ajuda deveria canalizada em breve através do Brasil ou de terceiros”, acrescentou o embaixador.
De fato, como revelaram os jornalistas Rubens Valente e João Carlos Magalhães, do diário Folha de S. Paulo em novembro daquele ano, o Brasil governado pelo general Emilio Médici liberou US$ 50 milhões ao Banco Central chileno para estimular exportações do Chile. O Brasil também abriu linhas de financiamento na Carteira de Crédito para Exportação do Banco do Brasil para empresários brasileiros interessados em vender para o Chile e em adquirir cobre das jazidas chilenas.
Na conversa com Pinochet, o embaixador Davis prosseguiu: “Mencionando o fato que o governo americano tinha levado uma quantidade considerável de suprimentos médicos para o Chile, eu disse que seria útil divulgar essa ajuda em uma materinha na imprensa. E acrescentei que ficaríamos felizes em seguir qualquer preferência ou orientação de Pinochet a esse respeito. Disse que achava que seria útil naquele momento exibir nosso interesse e apoio no campo humanitário. Pinochet disse que achava uma boa ideia. Seu comentário foi que a publicidade deveria se restringir a coisas humanitárias, e que deveríamos ficar bem quietos a respeito de nossa cooperação em outros campos”. Entre parênteses, o embaixador acrescentou: “Comentário: Tanto em relação à canalização da ajuda através de outro país como sobre a publicidade, Pinochet está mostrando uma compreensão considerável e, ao menos, um pouco de sensibilidade aos problemas que nossos países enfrentam”.
Ainda sobre o assunto, o embaixador relata:
Pinochet me disse que o Cardeal Silva lhe prometeu tentar ajudar no problema da imagem do Chile no exterior. Pinochet acha que, talvez, o cardeal possa viajar para Washington para falar com o senador Kennedy, com outros políticos e religiosos dentro de uma ou duas semanas. Comentei que o cardeal era muito respeitado como liderança progressista na Igreja, e teria uma influência considerável.
Novamente entre parênteses, o embaixador comenta que o presidente do PDC tinha ligado para ele na manhã daquele dia, também pensando em viajar ao exterior:
Aylwin espera convencer Kennedy e outros líderes democratas de que o Chile precisa da ajuda econômica americana, porque uma rápida recuperação do país permitiria que ele voltasse à democracia institucional. Mas expressou alguns escrúpulos morais em envolver seu partido profundamente na Junta, principalmente porque teme que a Lei de Fuga esteja sendo usada para eliminar oponentes extremistas.
Vitória de Pinochet e Seus Aliados no Governo Americano
Um telegrama de 3 de abril de 1974, às vésperas de Pinochet ser nomeado definitivamente presidente da República pela Junta Militar, mostra que a estratégia de Davis – a essa altura substituído por David Popper à frente da Embaixada – e o general foi bem sucedida. Em uma reunião cordial de 40 minutos com o secretário americano do Tesouro, George Schultz, Pinochet agradece a “ajuda indireta” dos EUA, “sem especificar o tipo”, ressalta o embaixador que aproveita para transmitir os cumprimentos do presidente Nixon, ao que Pinochet agradece, “referindo-se calorasamente à carta que a sra. Nixon lhe entregou em Brasília”.
Pinochet também promete compensar financeiramente os Estados Unidos através das minas de cobre, e quando questionado por Schultz sobre direitos humanos, responde, segundo Popper que “depois dos acontecimentos de setembro de 1973 [golpe militar], não havia outra maneira de impedir a infiltração da esquerda”, mas que “a autoridade de seu governo sempre seria exercida dentro dos limites de respeito pelo indivíduo, como ser humano”.
Como prova da liberdade no Chile, dá o seguinte exemplo:
Como o secretário podia ver, se a situação retratada por líderes da oposição chilena no exterior perdurasse,
não haveria crianças chilenas nas ruas nem mulheres dirigindo carros”. E “enfatizou a importância que
representou para todo o hemisfério livrar o Chile do atraso comunista.
não haveria crianças chilenas nas ruas nem mulheres dirigindo carros”. E “enfatizou a importância que
representou para todo o hemisfério livrar o Chile do atraso comunista.
Em outro momento, Pinochet diz a Popper: "O governo do Chile é cristão o qual, diferentemente dos regimes comunistas, tem respeito autêntico pela pessoa humana”. Reconhecendo que “incidentes isolados de abusos ainda ocorrem porque as pessoas 'não são perfeitas'”, o ditador adverte que os que denunciam as violações de direitos humanos “não são anjos”, e que teriam seus próprios motivos para fazer tais denúncias.
Passado quase um ano do encontro com o Secretário, em janeiro de 1975, quando o Senado americano cobrava investigação dos crimes contra dos direitos humanos cometidos no Chile e a participação americana nos delitos, Pinochet concluiria uma conversa por telefone com o embaixador Popper, falando sobre “amizade”:
Um dia os Estados Unidos entenderão que o Chile é um verdadeiro amigo – provavelmente o melhor – e talvez o
único verdadeiro amigo no hemisfério. Em nosso caso, isso sempre foi verdade, e agora é muito tarde para mudar.
único verdadeiro amigo no hemisfério. Em nosso caso, isso sempre foi verdade, e agora é muito tarde para mudar.
Equador Acusa Embaixadora dos EUA de Espionagem e A Expulsa do País
8.4.2011 / Fonte: Correio do Brasil
Observação do Blog: Os norteamericanos, que justificam suas históricas empreitadas invasivas em "levar democracia à América Latina e ao mundo", não só não denunciaram corrupção na Polícia equatoriana ao governo local, como ainda a usaram para exercer espionagem dentro do país. Por que no Brasil não se segue o exemplo equatoriano e venezuelano, e não se trata como merecem espiões (como, aliás, trata-se quem faz isso dentro dos próprios Estados Unidos, e muitas vezes até de maneira mais grave)? Simples: porque aqui, diferentemente de Equador, Venezuela, Bolívia e Argentina, as cúpulas dos partidos dominantes (PT, PSDB e DEM) têm colaborado com a espionagem norteamericana, conforme temos lido nos documentos revelados por WikiLeaks. Se se repetir a dose da expulsão por tal atividade no Brasil, terão que ir junto ao exílio Lula, seus ministros e os líderes dos outros mencionados partidos. Quem sabe um dia? Nunca é demais sonhar...
O presidente do Equador, Rafael Correa, acusou nesta sexta-feira a Embaixada dos Estados Unidos de espionar a polícia e as Forças Armadas equatorianas, acrescentando que a espionagem foi um dos fatores para a expulsão da embaixadora norte-americana esta semana. Na terça-feira, o Equador disse à diplomata Heather Hodges que deixasse o país andino devido a despachos diplomáticos dela relatando suposta corrupção policial divulgados pelo WikiLeaks.
– A gravidade é que WikiLeaks disse que eles (a embaixada dos EUA) têm informantes na polícia e nas Forças Armadas... Isso é espionagem – disse Correa em entrevista a uma rádio, acrescentando que a embaixada tinha o dever de informar o governo dele caso tivesse evidência de um crime, mas não o fez.
Correa é aliado dos governos socialistas da Venezuela e da Bolívia, que também expulsaram os embaixadores dos EUA de seus países em 2008. Classificando a expulsão de “injustificada”, Washington expulsou o enviado equatoriano ao país e cancelou uma série de reuniões comerciais em uma ação de represália. O governo equatoriano disse que os despachos assinados pelo escritório de Hodges sugeriam que os principais comandantes da polícia equatoriana tinham conhecimento sobre práticas de corrupção na organização e que um funcionário da embaixada norte-americana acreditava que o gabinete de Correa também sabia.
Correa reconheceu que há corrupção na polícia e disse que seu governo está se esforçando para acabar com ela.
– A gravidade é que, se eles têm informações de dentro da polícia, em vez de informar o governo...eles não falam nada e tentam envolver o presidente do país – disse ele.
O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patino, disse na quarta-feira que a decisão de expulsar Hodges foi tomada para defender a honra de Correa, mesmo que os laços comerciais com os EUA sejam abalados. Os EUA são o maior parceiro comercial do Equador. O país, que é membro da Opep, enviou cerca de 35% de suas exportações aos EUA em 2010.

WikiLeaks e "A Guerra Midiática dos EUA" na América do Sul
Telegramas mostram luta pela opinião pública
Entre Telesur e Voz da América
Entre Telesur e Voz da América
26.3.2011 / Fonte: Al-Jazeera
Tradução de Edu Montesanti
Observação do Blog: As guerras civis e étnicas no Oriente Médio, Ásia e África são resultado dos almejos imperalistas, sobretudo à época da Guerra Fria, a qual acabou mas seguem fortemente, ainda hoje, suas graves consequências - sem que os culpados façam nada para reparar o que suas "civilizações" criaram. Uma dessas consequências é o ressentimento contra ideais e práticas governamentais progressistas na América Latina, conforme revela mais esta guerra, desta vez midiática da única superpotência mundial intolerante das megamortes sistemáticas. A Guerra Fria acabou, mas não os desejos de expansão corrupta e coercitiva dos EUA que, desde o desmoronamento da ex-União Soviética em 1991, buscam desesperadamente inimigos em todas as partes a fim de justificar suas ações, o crescimento de sua indústria bélica e seu domínio global: Guerra ao Terror, Guerra às Drogas, e agora Guerra Midiática. Aos que ingenuamente acreditavam que elas haviam acabado, a espionagem e a opressão imperialistas não implodiram junto com o Muro de Berlim em 1989, nem com a dissolvição da União Soviética dois anos depois. Nem sua peculiar arrogância desmanchou-se no ar, de lá para cá. E com a atual crise econômica que já se estende por anos, toda essa agressividade só tende a aumentar.
A partir de nossos relatos de traumáticas experiências pessoais e profissionais com norteamericanos em solo brasileiro, tanto na seção No Pique da Vida quanto em Terrorismo - Trabalho neste Blog, somados a tudo que WikiLeaks vêm revelando, temos uma ideia - claro que não dará em nada, não ainda, mas nunca é demais sonhar: que tal uma campanha "Fora, Norteamericanos do Brasil"? Boa ideia, você não acha?
Do Golpe de 64 no Brasil à vídeochacota apresentada pelo pastor norteamericano Fawcett a Edu Montesanti dentro da sala pastoral em São Paulo no ano de 2008, gargalhando dos erros de português do presidente Lula (muitos causados por sua língua meio presa), os norteamericanos já mostraram a que vieram, não nos interessam mais (depois de WikiLeaks, está mais que provado para quem ainda tinha alguma dúvida), além do que eles já têm crises demais - não só a financeira tão profunda, como também são os maiores consumidores de narcóticos e maiores poluidores ambientais do mundo. Assim, eles prestarão um grande favor, antes de tudo a si mesmos, cuidando da vida deles lá na América. Já basta de norteamericano dando ordens no Brasil e na América Latina, você não acha?
Em um esforço para desviar e combater regimes de esquerda na América Latina durante a Guerra Fria, Washington deu grande importância política a seus esforços de propaganda.
De Cuba ao Chile, os EUA tentaram promover meios de comunicação amigáveis, enquanto cultivaram, ao mesmo tempo, apoio de jornalistas de direita
Em última instância, os esforços de propaganda, conforme provado, são não só economicamente destrutivos como também politicamente autoderrotantes, enquanto Washington antagonizou a esquerda latina deixando uma herança de ressentimento para os próximos anos.
À luz da experiência da Guerra Fria, que se poderia esperar que Washington aprendesse com os erros, ainda em 2006 a Voz da América iniciou transmissões em relação à esquerda na Venezuela.
Fundada originalmente em 1942, a Voz da América é supervisionada pela Broadcasting Board of Governors (BBG), empresa quase independente sob incumbência da "diplomacia pública" dos EUA que, por sua vez, transmite programas de rádio e televisão para vários países, tais como Cuba.
'Guerra Midiática"
Recentes cabos diplomáticos divulgados pela equipe de denúncias WikiLeaks, revelam grandes atividades de Washington no que diz respeito à guerra midiática na América Latina.
Apesar de Cuba ter sido, anteriormente, ponto central dos esforços de propaganda dos EUA, mais recentemente tal centro é Hugo Chávez, presidente da Venezuela, que fez soar o alarme no Departamento de Estado norteamericano.
Em um cabo de 2007 divulgado sítio argentino Página/12, diplomatas dos EUA falam abertamente sobre a necessidade de se combater iniciativas da mídia lançadas pelo líder esquerdista "agitador" da Venezuela.
Conforme discuti amplamente em meu livro mais recente, Chávez tem feito muito a fim de desenvolver meios de comunicação patrocinados pelos Estado da América do Sul, um esforço para neutralizar a tradicional mídia conservadora ligada aos EUA.
Depois que as forças midiáticas de extrema-direita aliadas ao governo Bush e à direita venezuelana não conseguiram destituir Chávez em um golpe em 2002, Caracas reforçou sua guerra de informação, em primeiro lugar desenvolvendo a mídia nacional, posteriormente aniquilando o crescimento daquelas mais inovadoras da América do Sul.
Apesar de diplomatas dos EUA manifestarem preocupação em relação à mídia de esquerda em geral, era a Telesur que mais aguçava a "ira" dos norteamericanos.
Uma rede de notícias via satélite patrocinada pela Venezuela e seus aliados esquerdistas, tais como Argentina, Uruguai, Cuba e Bolívia, a Telesur foi "a principal fonte de transmissão de propaganda anti-EUA", reportando principalmente documentários sobre a intromissão da CIA na América Latina.
Autoridades dos EUA escreveram que continuariam recomendando medidas diferentes para neutralizar Chávez, que representam ameaça aos interesses norteamericanos.
Voz da América
Em Washington, diplomatas declararam: "Não podemos esperar que os líderes da região se reúnam em nossa defesa, e precisamos ser mais proativos em defender e implementar nossa clara estratégia para a região".
Como se vê, os funcionários do Departamento de Estado não foram os únicos a ficar preocupados com o crescimento da mídia pró-Chávez.
No Capitólio, o deputado republicano Connie Mack da Flórida criou uma emenda, o Projeto de Fundos Exteriores do Departamento de Estado, a fim de expandir a radiodifusão na Venezuela.
Mais cedo, Mack havia soado o alarme após a Telesur ter celebrado um acordo de parceria de notícias com a Al Jazeera. A medida, Mack acusou, certamente serviria para criar "uma rede global de televisão para terroristas".
A proposta de Mack, aprovada pela Câmara, incluiu um pedido para fornecer à BBG recursos adicionais para estender o alcance da entidade de radiodifusão, chegando até a Voz da América.
Quando ficou sabendo da medida de Hugo Chávez, não muito satisfeito como era de se esperar, ressaltou que a proposta era "uma absurda idéia imperialista".
Felizmente, porém, as tensões se acalmaram um pouco após a era Bush, já que Washington adotou uma agenda um pouco menos agressiiva para a América Latina.
É incerto, contudo, se a administração Obama continuará dando grande importância aos esforços de sua propaganda secreta.
Felizmente, WikiLeaks continuará divulgando seus cabos sobre esses assuntos, vitais para que o público possa formar opinião mais clara sobre a verdade das prioridades políticas da Casa Branca e de Obama para a região.
Golpe Militar em Honduras
Seria providencial, por exemplo, ter-se acesso a mais cabos WikiLeaks referentes ao Golpe de Estado em Honduras em 2009, e ao papel da mídia.
O golpe militar de direita, que derrubou o presidente democraticamente eleito Manuel Zelaya, configurou-se prematura mancha histórica de Obama em política externa.
Dissidente que desafiou Washington, Zelaya era aliado-chave de Chávez na América Central, e faz-se desnecessário dizer que a secretária de Estado, Hillary Clinton, foi impetuosa na destituição do presidente hondurenho.
O que é menos sabido, porém, é que a Telesur desempenhou papel fundamental na cobertura do golpe, mesmo durante os piores dias do autoritarismo militar.
Em determinado momento, a rede ainda transmitiu uma entrevista ao vivo com o presidente Zelaya, enquanto o líder deposto saía de Tegucigalpa em um jato.
A Telesur investiu vários recursos para sua cobertura em Honduras e, por vezes durante a primeira semana do golpe, a rede sul-americana foi o único canal com transmissão ao vivo da capital hondurenha.
Nada louvável, o exército hondurenho cortou as emissões locais da Telesur, enquanto os soldados prendíam jornalistas da rede em Tegucigalpa.
Qual foi a postura da administração de Obama sobre política da mídia em torno do golpe de Honduras? Washington estava preocupada com a crescente importância da Telesur em toda a região?
Sem uma visão mais clara dos cabos WikiLeaks, é difícil dizer se os acontecimentos recentes sugerem que podem estar objetivando diretamente um futuro: recentemente, o presidente da BBG, Walter Isaacson, comentou que os EUA não podiam se permitir estar "fora da comunicação" por parte de inimigos, como a Telesur.
Dois anos atrás, o recém-empossado Obama falou da necessidade de uma parceria igualitária entre os EUA e a América Latina durante a Cúpula das Américas, em Trinidad.
No entanto, quando funcionários como Isaacson fizeram declarações antiquadas e inflamatórias que remontam à Guerra Fria, tais sublimes objetivos estão seriamente comprometidos.
Em última análise, os EUA terão que rodar a catraca para trás em relação à sua máquina de propaganda de longa-data, se quiserem aliviar as tensões regionais e melhorar as relações com os gostos de Chávez.
WikiLeaks: Documentos Acusam Corrupção Generalizada em Cuba
Novos dados afirmam que práticas irregulares seriam recorrentes
na polícia e em vários setores da atividade econômica cubana
na polícia e em vários setores da atividade econômica cubana
23.1.2011 / Fonte: ÚltimoSegundo.Ig.com.br
A corrupção em Cuba transformou-se em um problema generalizado, que atinge tanto a cúpula do Partido Comunista como profissionais de fora da política, de acordo com documentos do Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Havana, divulgados pelo Wikileaks.
Os novos dados revelados dão conta de que as práticas corruptas "reinam" em um regime empobrecido, informou o jornal El País. Segundo os documentos, "essas práticas incluem suborno, desvio de recursos públicos e fraudes contábeis".
As mensagens do escritório americano ressaltam que o roubo e a corrupção atingiriam a polícia, os setores turístico, transporte, de construção e distribuição de alimentos. Segundo os papéis do Wikileaks, as autoridades cubanas toleram as corrupções até certo ponto, mas podem atuar com contundência e severidade quando os desvios de dinheiro são muito grandes, daí as constantes destituições de ministros e altos cargos da Administração.
Em outras mensagens reveladas pelo Wikileaks, os diplomatas americanos se referem também à situação da Igreja Católica cubana, da qual chegam a dizer que renunciou ao ativismo político na ilha em troca de conservar seu espaço. "Desde o cardeal Jaime Ortega até as freiras das províncias, a Igreja Católica evita desafiar o governo", assinalou o chefe do Escritório de Interesses dos EUA em Havana em 2008, Jonathan Farrar.
Segundo essas fontes, "o medo de despertar a ira do governo reduz os programas da Igreja a trabalhos muito limitados, como o cuidado de doentes mentais". A conclusão dos diplomatas americanos de suas conversas com membros da Igreja Católica da ilha é que a organização religiosa não desafiará o regime e "prefere interceder perante as autoridades em segredo".
EUA Supervisionando Relação do Irã com a América Latina, Segundo WikiLeaks
1.12.2010 / Fonte: Telesur
Tradução de Edu Montesanti
EUA vigiava as relações diplomáticas do Irã com a América Latina, supondo que aquele país estava à procura de urânio na região, como pode ser lido em vários cabos diplomáticos secretos de Washington, revelou nesta quarta-feira o WikiLeaks.
Os contatos entre as embaixadas dos EUA na América do Sul e o Departamento de Estado, mostram que Washington reviu cuidadosamente as relações do Irã com Venezuela, Bolívia e Brasil, afirmando que Teerã está buscando o "yellow cake", termo usado nos cabos para descrever o óxido de urânio concentrado.
Várias cartas diplomáticas afirmam que a embaixada dos EUA em Caracas monitorou um total de 57 técnicos iranianos que, supostamentem têm trabalhado em agências relacionadas à mineração e geologia na Venezuela, entre 2004 e início de 2010.
Os governos da Venezuela e da Bolívia reforçaram suas relações bilaterais com o Irã em uma agenda de alto nível de cooperação, desde outubro de 2004. Empresas iranianas assessoram Venezuela e Bolívia em várias áreas como agricultura, habitação, finanças, petróleo e energia atômica para fins pacíficos.
Os documentos divulgados também se referem aos comentários do ministro israelense de Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, durante uma visita ao Peru em 2009, quando disse que a missão diplomática iraniana em La Paz é uma "tamanho imensurável" e, portanto, pressupõe que se deve à procura de urânio no país andino.
Os telegramas revelam que as embaixadas dos EUA estão acompanhando de perto a presença de urânio em qualquer país da região, seja natural ou processado.
Exemplo disso é a atenção dos diplomatas dos EUA sobre um acordo de uma empresa canadense, maior produtora de urânio do mundo - para aumentar sua produção no Peru, um país tradicionalmente aliado de Washington.
WikiLeaks: El Salvador também na Mira dos EUA
29.11.2010 / Fonte: Telesur
Tradução de Edu Montesanti
O banco de dados WikiLeaks evidenciou a atenção da diplomacia dos EUA em El Salvador, segundo investigação publicada hoje pelo jornal El Mundo.
A embaixada dos EUA aqui, emitiu ao Departamento de Estado 119 mil de mensagens entre 1966 e 26 de fevereiro deste ano, afirmou o jornal em sua investigação em sítios da Internet autorizados por essa organização.
Ele observa que, embora até o momento os sítios não publiquem o conteúdo dos despachos diplomáticos, muitos dos quais são considerados altamente secretos, revelam os problemas a que se referem, aponta o jornal..
Informa que a maioria das mensagens são dos últimos quatro anos e que 47 levam a sigla FMLN, que correspondem à Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional.
Outras 40 se referem à Arena, sigla da direitista Aliança Republicana Nacionalista que governou o país por 20 anos, até sua derrota nas eleições de 15 de marco de 2009, para a FMLN.
Outras 30 têm como tema a Funes e, e, igual quantidade, a Saca, que o jornal presume se referir ao presidente Mauricio Funes e ao ez-mandatário Antonio Saca (2004-2009).
O Mundo é o primeiro órgão da mídia que dedica espaço para os dados divulgados pela WikiLeaks sobre El Salvador, assunto que as autoridades não tocam.
Presidente Equatoriano Considera que EUA Violou Confiança de Aliados com Ordens de Espionagem
1.12.2010 / Fonte: Telesur
Tradução de Edu Montesanti
O presidente do Equador, Rafael Correa, considerou que os EUA cometeram um erro ao pedir espionagem aos líderes de seus países aliados, pois com essas ações violaram a confiança dessas nações.
Essa consideração foi feita por Correa na terça-feira, referindo-se aos documentos do Departamento de Estado norteamericano, recentemente vazado por Wikileaks.
"Os EUA quebraram a confiança dos países aliados, seus países amigos com esse tipo de espionagem", disse Correa durante pronunciamentos à mídia, na cidade equatoriana de Guayaquil (oeste).
Além disso, o chefe de Estado equatoriano criticou que, com a divulgação desses documentos, tenha-se violado da lei dos EUA, dizendo que "cada Estado tem a informação confidencial".
No entanto, ele observou que é preciso saber a época em que se realizou a espionagem dos Estados Unidos, no qual ele disse que seria "muito grave se fosse na época do Presidente Barack Obama e da secretária de Estado, Hillary Clinton".
Wikileaks vazou no domingo mais de 250 mil documentos enviados pela embaixada do Departamento de Estado, que expõem os segredos da diplomacia EUA, que inclui ações de espionagem e manipulações ocultas e corrupção, além de críticas aos líderes mundiais.
Correa disse que pediu ao Ministério da Inteligência do Equador, um relatório sobre os documentos vazados por Wikileaks relacionativos ao Equador, e a assuntos referentes a outros países latinoamericanos.
"Eu pedi um relatório à Secretaria Nacional de Inteligência que sistematize correios eletrònicos que têm a ver com o Equador, e outros casos de nosso interesse, como o golpe de Estado de Honduras", disse ele.
Analistas internacionais dos EUA, como James Petras, consideram necessário investigar se os documentos que vazaram por WikiLeaks tenham sido selecionados para beneficiar alguns países e prejudicar a outros.
Em entrevista à Telesur, Petras perguntou por que WikiLeaks não esclarece práticas de inteligência dos EUA para assassinar.
"Pelo menos, até agora, Wikileaks não está apresentado mais cabos que revelam práticas norteamericanas, por exemplo práticas de israelenses assassinos que colaboram com a CIA (Agência Central de Inteligência)", disse Petras à Telesur.

Esforços dos EUA para Minar Chávez
9.12.2010 / Fonte: WikiLeaks.ch
No dia 15 de junho de 2007 (Link) o embaixador americano no Chile, Craig Kelly, escreveu uma lista secreta de estratégias para minar o poder político do presidente venezuelano Hugo Chavez no continente.
"Conheça o inimigo: nós temos que entender melhor como Chavez pensa e o que ele pretende; —Engajamento direto: temos que reforçar nossa presença na região e nos aproximar fortemente, em especial com as "não-elites"; —Mudar o cenário político: Devemos oferecer uma mensagem de esperança e apoiá-la com projetos financiados adequadamente; —Aumentar as relações militares: Nós devemos continuar a fortalecer os laços com esses líderes militares na região que compartilham as nossas preocupações sobre Chavez", resumiu.
Kelly propõe ainda reforçar as operações de inteligência na America Latina para entender melhor os objetivos de Chavez a longo prazo, e pressionar os vizinhos a se voltarem contra ele, por exemplo, excluindo a Venezuela de acordos de livre comércio.
Kelly, que acabou de se aposentar como o número dois para temas do hemisfério ocidental no Departamento do Estado, reconheceu no seu telegrama que “Chavez conseguiu muitos avanços, em especial para as populações locais, ao fornecer programas para os desprivilegiados”.
Mas também disse que o venezuelano tem uma visão “distorcida” e que "a boca de Chavez frequentemente se abre antes que o seu cérebro esteja funcionando". Kelly recommenda a Washington simplesmente dizer “ a verdade” sobre Chavez e "a sua visão estreita, suas promessas vazias, suas relações internacionais perigosas, começando pelo Irã”.
Mesmo assim, o documento alerta que Chavez tem que ser levado a sério. “Seria um erro considerar Chavez apenas um palhaço ou um caudilho. Ele tem uma visão, mesmo que deturpada, e está tomando medidas calculadas para conseguir”.
Para ele, países pobres como o Uruguai não conseguem resistir às ofertas de ajuda do Venezuelano. A Argentina, depois da crise, também teria sido vítima dos “petrobolívares” de Chavez.
Passo a passo
Para reduzir a sua influência nos temas regionais, Kelly propõe que o Brasil e o Chile sejam estudados como “países que têm governos esquerdistas mas são democráticos e responsáveis na política fiscal”. Também sugere que os EUA ameacem reduzir o comércio como os países sulamericanos se a Venezuela conseguir ingressar no Mercosul.
O telegrama mostra como a diplomacia americana propõe desestabilizar o poder de Chavez internamente. Kelly recomenda usar “a diplomacia pública” para vencer o que seria uma “batalha de idéias e visões”. Além disso, diz ele, vale explorar o medo de lideres anti-chavistas e formadores de opinião que “apreciam a importância da relação com os EUA”
Visitas do alto escalão americano, como a de Bush em março de 2007, também podem ajudar o país a se aproximar das populações dos países hostis aos EUA. "Mostrar nossa bandeira e explicar diretamente para as populações nossa visão de democracia e progresso pode mudar a visão sobre os EUA".
Usando os militares
Outro dado interessante é que Kelly recomenda aumentar o financiamento para programas de parceria militar como o Military Education and Training (IMET) e Commander Activities (TCA).
Para ele, os militares latinoamericanos ainda são vistos como aliados, por causa da sua admiração ao poderio militar dos EUA.
“Os militares do cone sul continuam sendo instituições-chave nos seus respectivos países, e aliados importantes para os EUA. Esses militares geralmente são organizados e tecnicamente competentes. O seu desejo de manter a interoperabilidade e o acesso à tecnologia e treinamento americanos são algo que podemos usar em nosso favor”, diz o documento.
Ele também recomenda o corte de financiamento de outros programas, o que estaria sendo usaodo como uma retaliação à recusa dos países de assinar o Artigo 98, um contrato que impede cidadãos americanos de serem extraditado à Corte Penal Internacional se estiverem nesses países.
Efeito WikiLeaks: Embaixadora dos EUA no Paraguai Não Perde Tempo, e Reúne-Se com Blogueiros Locais
Tem circulado no Facebook, através da página da Embaixada dos EUA no Paraguai,
notícia deste encontro, do qual os paraguaios não têm notado o que realmente está por trás
notícia deste encontro, do qual os paraguaios não têm notado o que realmente está por trás
Nota publicada por Edu Montesanti no Facebook, originalmente em espanhol
25.3.2011
(Creo que la embajadora debería reunirse con los blogueros paraguayos para explicar, a lo mejor disculparse por la injerencia en el país recién expuesta por WikiLeaks. Comentário publicado por Edu Montesanti na página no Facebook da Embaixada dos EUA no Paraguai)
O jornalismo investigativo de WikiLeaks expôs ao mundo o caráter espião e autoritário das embaixadas norte-americanas em todo o mundo (o que não é nenhuma novidade), através de telegramas secretos aos quais o sítio teve acesso. Tais telegramas têm sido reproduzidos e traduzidos para diversos idiomas, especialmente por blogueiros espalhados pelo mundo.
O responsável por WikiLeaks, o australiano Julian Assange, tem sido procurado pela Interpol por publicar essas mensagens secretas dos embaixadores dos Estados Unidos quem, segundo os telegramas, buscam expandir o domínio global norteamericano corrompendo governos locais.
O Paraguai foi um dos países que mais sofreram com a ditadura militar patrocinada pelos Estados Unidos, nos 35 negros e cruéis anos do general Alfredo Stroessner (1954 - 1989), e o país ainda hoje sofre, como todos os outros latino-americanos, com o imperialismo da única superpotência mundial (WikiLeaks também desnudou tal fato, para aqueles que ainda tinham alguma dúvida disso).
Pois a embixadora norteamericana no Paraguai, Liliana Ayalde, reuniu-se segunda-feira passada, 21 de março, com blogueiros paraguaios em tese para conhecer melhor o trabalho deles, discutir a importância dos blogs na sociedade e a importância da aproximação deles com os governos.
Mas trata-se, evidentemente, de mais um jogo de marketing da "espiã" Embaixada dos Estados Unidos a fim de ganhar mentes e corações, e "diplomaticamente" impedir que as informações de espionagem e muita corrupção das embaixadas norte-americanas sejam divulgadas também no Paraguai, em momentos que vêm total e escandalosamente às claras o verdadeiro papel desempenhado por tais embaixadas e seu governo central, e que blogs e o próprio Facebook têm sido maior instrumento para derrubada de governos autoritários no mundo árabe.
Em meio a tudo isso, é muito provável que outros encontros do tipo venham a acontecer como consequência do efeito WikiLeaks, e os irmãos paraguaios, sempre abertos ao diálogo, o que é bom e necessário, devem por outro lado prestar bastante atenção a tudo isso, especialmente os blogueiros devem se manter bastante firmes em suas posições primando sempre pela objetividade, pela ética e pela verdade, a quem convidamos a saber mais do que tem feito as embaixadas dos EUA, inclusive no Paraguai, em nosso Blog onde temos traduzido os telegramas secretos expostos por WikiLeaks.
Tais documentos expõem muita vergonha dos políticos, mas são a realidade e o preço da nossa fome, da nossa pobreza, da nossa miséria, da nossa vergonha. Mais vergonha ainda, significa comer as migalhas jogadas por eles...
TeleSUR: Cables de WikiLeaks Demuestran Injerencia de EE.UU. en Latinoamérica
Retornar à página inicial