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V. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao Iraque


A "Guerra ao Terror" garante defender a vida dos norte-americanos e a dos próprios iraquianos

Desde março de 2003, nunca morreram tantos cidadãos iraquianos e militares estadunienses em toda a história

Na conta presidencial dos Estados Unidos, dezembro de 2014:
1.455.590 iraquianos mortos, e 4.801 militares estadunidenses


As grandes potências, a ONU e a grande mídia internacional consideram terrorismo apenas atos praticados por indivíduos e grupos, mas não preveem terrorismo de Estado, fora de moda das discussões e dos noticiários mas em alta no cenário político global, encontrando seu ápice na política esterna dos Estados Unidos, especialmente nos oito longos anos que se estenderam de 2001 a 2009, sob a administração de George Bush, e nestes anos de Barack Obama na Casa Branca, desde o fim da era Bush, um dos presidentes mais anti-populares da história do país. E o escândalo mundial através das torturas na cadeia de Abu Ghraib no Iraque (imagens mais abaixo) cometidas por soldados norte-americanos contra presos locais (mais de 80% sem nenhuma ligação com atos terroristas, como ficaria provado), é a maior evidência disso.

Tais atrocidades, somadas às barbáries contra civis (veja mais abaixo) têm se configurado em graves crimes de guerra e contra a humanidade de acordo com a Convenção de Genebra, ratificada inclusive pelos Estados Unidos, e também de acordo com o Tribunal Penal Internacional (artigos 7 e 8), estabelecido para julgar crimes de guerra cometidos por militares, o qual os Estados Unidos se negam a assinar.

A covarde invasão norte-americana ao Iraque perpetrada por Bush a partir de 2003, bem como ao Afeganistão a partir de 2001, fere a Constiuição dos Estados Unidos, que não autoriza guerra preventiva, isto é, sem que o país haja sido agredido antes. No plano externo, Bush passa por cima dos acordos internacionais estipulados pelas Nações Unidas (ONU), a qual prevê guerra apenas como "Ação em Caso de Ameaça à Paz, Ruptura de Paz e Agressão" em sua Carta, capítulo VII, ratificada por seus 193 países-membros, incluindo os próprios EUA.

A ONU também estava vistoriando o Iraque desde novembro de 2002, sem encontrar nada que motivasse intervenção militar e se manifestava totalmente contrária à invasão dos EUA, em consonância com os países da região e de praticamente todas as partes do mundo. Porém, Bush invadiu o Iraque em março e jamais as bombas de destruição massiva alegadas por ele seriam encontradas no paí. nem nunca houve nada que ligasse Saddam Hussein - presidente iraquiano derrubado do poder, capturado pelas forças norte-americanas e enforcado - a Osama bin Laden - este mesmo, jamais levado e uma Corte Internacional, nem sequer reivindicou participação nos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, pelo contrário, sempre negou isso através de meios de comunicação do Oriente Médio.

Em quase 12 anos de invasão ao Iraque (março de 2003 - dezembro de 2014), o saldo de mortos, entre civis e militares, é de mais de 1 milhão e 400 mil, sendo quase 200 mil apenas civis além de mais de mais de 1 milhão de refugiados do país, guerra mais sangrenta pós-II Guerra Mundial, tudo isso como consequência das mentiras de Bush e de Obama.

Desta maneira, tal invasão configura-se, de acordo com todas as leis internacionais, em Guerra de Agressão ou Crime contra a Paz, indiscutivelmente os piores crimes que uma nação pode cometer, enquanto os Estados Unidos têm espalhado bases militares em todo o mundo como jamais antes na história do planeta, e pilhado petróleo e riquezas naturais do Iraque e de outros países, em nome de "Combate ao Terror". Quem julga os Estados Unidos por isso tudo?



Página dedicada aos defensores ferrenhos da imposição da liberdade,
da democracia e do livre-mercado ao mundo


Em nome de uma raça superior, nação eleita por Deus para salvar o planeta


Figuras Contemporâneas de Destaque:

Eles, Barack Hussein Obama e George Walker Bush, em:

Moderna Cruzada em Favor do Livre-Mercado, da Democracia
E da Apresentação da Palavra de Deus aos Iraquianos

V. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao IraqueV. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao Iraque

Escárnio de Obama e de Bush, antes de mais nada, contra pagadores de impostos norte-americanos
Contra pais de família enviados a essa invasão, cujos danos acarretados são irreparáveis

Veja:
Soldado norte-americana gravemente queimada
Cumprimenta ator de cinema, Denzel Washington
V. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao IraqueV. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao Iraque












Soldado W.C. Ross
Sob cuidados intensivos em avião do
Exército. Médicos conseguiram
reconstituir seu cranio arrebentado




Soldado Gómez ficou inválido no Iraque
Ajudado por seus pais a mudar de posição na cama
V. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao IraqueV. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao Iraque










Sargento Brend Bretz cumprimentando
sua filha de 4 anos na volta do Iraque;
perdeu as pernas em explosão
militar não idenificado
V. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao Iraque
Esbanjando simpatia e otimismo

V. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao Iraque












Bush visita soldado amputado
no hospital militar
Fontes norte-americanas independentes estimam em 30 mil
oficiais dos Estados Unidos mutilados no Iraque
Fonte das Imagens e da informação ao lado: VoltaireNet.org



Assista vídeo Leading to War (legendado em português)

Documentário que apresenta as mentiras da administração Bush
que levaram à imperialista e genocida invasão ao Iraque

No sìtio Leading to War, encontram-se mais vídeos e artigos apresentando
documentos, entrevistas e discursos contraditórios de Bush, e de funcionários de seu governo



ABC News a Bush, em 2008, último ano de Bush na Casa Branca: - A Al-Qaeda só entrou e passou a agir no Iraque após a invasão norte-americana ao Afeganistão, e ao próprio Iraque em 2003.

Resposta de Bush: - E daí?


ABC News ao vice de Bush, Dick Cheney, no mesmo ano: 70% dos cidadãos norte-americanos aprovam retirada imediata das tropas dos Estados Unidos do Iraque.

Resposta de Cheney: - E daí?



Baseado em discursos completamente desencontrados e absolutistas, e frente a todas as provas que logo vieram à tona de que o Iraque não produzia bombas de destruição massiva, a equipe de governo de George Bush foi até o fim com a agressiva invasão ao Iraque



É por esta razão que eles chamam isto de Sonho Norte-Americano: você deve estar dormindo para acreditar
George Carlin (humorista norte-americano, 1937 - 2008)


'GUERRA AO TERROR'
Mãos Ocidentais Manchadas de Sangue (também) no Iraque

6 de novembro de 2016 / Publicado no Jorna Pravda (Rússia)


Em 30 de outubro, um carro-bomba explodiu em um popular mercado de frutas e verduras no bairro xiita de Huriya, a noroeste de Bagdá, deixando dez mortos e 34 feridos. Tratou-se do quinto bombardeio apenas na capital iraquiana naquele dia. O autor de todos eles foi o Estado Islamita (EI), quem já havia executado, em julho deste ano, o mais mortal carro-bomba no Iraque desde a invasão norte-americana em 2003: o saldo foram mais de 300 mortos.

No Afeganistão, em dois meses cumpridos em 31 de outubro, mais de 300 escolas foram destruídas pelo Taliban, e apenas em 4 de novembro 30 civis foram assassinados "por equívoco" pelas forças militares norte-americanas, entre eles mulheres, crianças e bebês.

Quando mencionadas pelos tomadores de decisão e pela mídia predominante ocidental, o que raramente ocorre, tais vítimas são abordadas nada mais que como meros números. Política e linha editorial que, respectivamente, contraria de maneira gritante a abordagem quando se trata de vítimas do lado de cá do mundo, ainda que em número muito menor e diante de todos os crimes contra as leis internacionais por parte dos governos ocidentais no Oriente Médio, há quase dois séculos desde as frustradas tentativas do então Império britânico de colonizar o Afeganistão, na primeira metade do século XIX.

Banalizou-se o derramamento de sangue na região mais rica em petróleo do planeta, e as causas dos "conflitos" ali (i.e., invasões unilaterais e genocídio made in West), especialmente contemporâneos cujas mentiras e pretexto para maior alimentação da indústria bélica emergiram dos escombros das Torres Gêmeas do World Trade Center, ofuscadas pela densa cortina de fumaça que distraiu a atenção global como nenhum outro acontecimento deste século.

Mortos Esquecidos de um Genocídio sem Fim

Desde a Revolução Iraniana de 1979 que derrubou o xá Reza Pahlevi (entreguista pró-Ocidente) e nacionalizou o petróleo, raiz da "Guerra ao Terror" comandada pelos Estados Unidos, a história de "pacificação ocidental" tem se repetido, tragicamente, como farsa. Fracassadas as investidas da CIA na nação persa que, em 1953, havia derrubado o primeiro-ministro Mohammad Mosaddeq instalando seu fantoche Pahlevi no poder, Washington passou todos os anos de 1980 treinando e armando (inclusive com bombas químicas) os aliados iraquianos (entre eles Saddam Hussein) para combater os vizinhos iranianos: criou ferozes divisões sectárias (inexistentes até então) e alimentou disputas territoriais entre ambas as nações.

No final daquela década, em 1988 o saldo da guerra Irã-Iraque inclui estimativas que se aproximam de dois milhões de mortos. Mais sangrento confronto pós-Segunda Guerra Mundial que não deixou vencedor, além de prejuízo de cerca de 1,6 trilhão de dólares aos dois países.

Pouco depois, em menos de um mês a Guerra do Golfo (17 de janeiro de 1991 a 28 fevereiro de 1991) deixou cerca de 1,5 civis kuwaitianos mortos, e no lado iraquiano estima-se em torno de 3.5 mortos, apenas entre civis. Como punição por ter reivindicado soberania sobre terras kuwaitianas, ricas em petróleo, o embargo econômico norte-americano sobre o Iraque ao longo da década de 1990 causou mais de 200 mil mortes, em sua maioria crianças. O detalhe é que à vésperas da invasão de George H. W. Bush (pai) ao Iraque, a Casa Branca havia garantido a Hussein que não interviria pois, a seu ver, tratava-se de assunto interno de ambos os países.

Desde que baby Bush invadiu unilateralmente o Iraque em março de 2003 contrariando não "apenas" a ONU, as mais diversas nações ao redor do planeta e a grande maioria da própria sociedade local, como também as próprias evidências de que não havia bombas de destruição em massa no país e nada que ligasse Saddam Hussein à Al-Qaeda, o número de mortos em um dos berços da cultura mundial já chega a 1,5 milhão, entre civis e combatentes.

Guerra-Fantasia contra Al-Qaeda e Estado Islamita

Se não bastasse, o Iraque que à época de Hussein era Estado laico considerado pela ONU o mais respeitador das minorias no mundo árabe, tornou-se caótico, entregue às sanguinárias disputas sectárias. Passou, então, a haver seguidos ataques com carros-bomba (inexistentes antes da invasão de 2003), a Al-Qaeda, antes limitada ao Afeganistão, entrou e espalhou-se pelo país além do crescimento vertiginoso do EI ali, em número de membros, de ataques e de assassinatos dos mais crueis.

A cidade de Mosul, maior base do EI hoje que abriga numerosas minorias — cristãos, yazidis, shabaks e curdos —, tem sido palco de constantes ataques que deixam inúmeras vítimas tanto das forças de coalizão quanto desta mais nova criação da CIA, acirrada como resposta às agressões justamente dos Estados Unidos cujos tomadores de decisão sabem, muito bem, a revolta que gera entre nacionais as invasões arbitrárias. Datado de 16 de agosto de 2002, o Plano P2OG (Counter-Terrorism Proactive Preemptive Operations Group) elaborado pelo então secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, destinou 3,3 bilhões de dólares para promover atentados terroristas em solo iraquiano.

O objetivo era a “estimulação de reações” terroristas, registrado na parte sob o título de "Operações Proativas Agressivas, Preventivas", através de “ações encobertas, encobrimento e embuste”. As qualificações necessárias para o P2OG foram detalhadas pelo então braço direito de Bush filho: “Pessoal altamente especializado com técnica única e perícia em [operações de] inteligência tais como operações de informação, PSYOP [operações psicológicas], redes de ataque, atividades encobertas, operações de embuste”.

Em resumo, o Plano consistia em praticar atos de terror no Iraque a im de gerar reação na mesma proporção, "política" nada nova na história do único país que atacou com bombas atômicas na história, exatamente os Estados Unidos

Esta guerra, mais longa da história dos Estados Unidos, é de abertamente agressão e, portanto, contrária às leis internacionais. Veladamente embora já não se possa mais esconder, possui o fim de produzir o efeito reverso evidenciado pelo Plano P2OG. A guerra dos Estados Unidos e das grandes potências aliadas não respeita regras, é fundamentada na intolerância e na discriminação (seria redundância dizer que se baseia na mentira, como toda guerra), que não se vê no dever de prestar contas e nem se vale de tribunais internacionais para julgar e punir supostos terroristas: invade territórios soberanos e faz sua própria justiça, assassinando sumariamente quando e como bem entende.

O Império de turno vale-se indiscriminadamente da indústria da guerra e da "política" (eufemismo para crimes) coercitivo-expansionista, tendo debaixo de si uma mídia completamente prostrada, de joelhos diante do Estado mais terrorista da história. Dias atrás, o jornal The New York Times, "Pentágono midiático", referiu-se às investidas militares norte-americanas no Iraque como "operações de sucesso".

Mohammed Muhsin, xeque da cidade de Hawija, província de Kirkuk, afirmou em um workshop na cidade de Arbil organizada pelo United States Institute of Peace e pela organização iraquiana Sanad for Peacebuilding, apontou três razões para a existência do EI: pobreza, injustiça e marginalização, pontos não apenas jamais combatidos por Washington, como promovidos por este. Hassan Nusaif, político árabe sunita, outro participante do workshop, disse: “Para ser honesto, o derramamento de sangue vai continuar. Esta é a realidade". O ceticismo em relação à paz após a retomada de Mosul, também é geral no Iraque.

Mesmo diante disso tudo, os Estados Unidos e a OTAN insistem na mesma "estratégia" fracassada de todos estes anos de "Guerra ao Terror" iniciada nos anos 80, projetada para ser interminável mesmo antes dos atentados de 11 de setembro de 2001: o uso indiscriminado da força militar que apenas enriquece sua bilionária indústria bélica, e a de seu maior parceiro a nível militar e global, o também genocida Estado de Israel, silenciosamente por trás desta indústria das megamortes sistemáticas.

As causas da violência (injustificável de qualquer lado) não têm sido confrontadas pelo regime norte-americano, nem sido colocadas em discussão pela mídia de desinformação. E nada indica que este quadro se modificará, a fim de aumentar justamente o caos e, assim, sirva como pretexto para Washington perpetuar a permanência na região espalhando ainda mais bases militares, e, ali e onde mais puder, "terceirize" guerras contra seus rivais a nível global além de, é claro, pilhar recursos naturais de nações soberanas, especialmente petróleo.

#Posté le mercredi 16 juillet 2008 09:41

Modifié le lundi 14 octobre 2019 22:29

Hitler News - Império Neo-Nazista Invade o Iraque


Hitler News - Império Neo-Nazista Invade o Iraque

O Século XXI Saúda a Grande Civilização
Imperialista Intolerante, das Megamortes Sistemáticas

Algumas imagens das torturas cometidas por soldados norte-americanos na cadeia de Abu-Ghraib no Iraque, em 2003. Observe soldados, divertindo-se sobremaneira, espancando, atacando iraquianos com cachorros, submetendo-os a humilhações sexuais entre si e corpos mutilados. Após ter se tornado escândalo mundial seguido de investigação, comprovou-se a participação direta do sr. Donald Rumsfeld, então secretário de Defesa dos EUA: "Vocês estão sendo bonzinhos demais com os iraquianos (...). Eles devem ser tratados como cães".

Em seus oito anos na Casa Branca, Bush ousou confessar aquilo que nem mesmo Hitler confessou: estar acima das leis internacionais de tortura e de espionagem a civis - sem mandato judicial.

Posteriormente, ficaria provado que mais de 80% desses prisioneiros iraquianos não tinham nenhuma ligação com atos terroristas dentro do país.

Hitler News - Império Neo-Nazista Invade o Iraque
"É fácil: tudo o que se deve fazer é dizer às pessoas que elas estão sendo atacadas, e denunciar os promotores de paz de não ser patriotas, e export o país ao perigo” – Hermann Göring (líder nazista)


A Convenção de Genebra declara ilegal que os prisioneiros de guerra sejam mostrados,
fotografados ou humilhados. E isso é algo que os Estados Unidos não fazem


Donald Rumsfeld (imagem à direita), 23 de março de 2003



Hitler News - Império Neo-Nazista Invade o IraqueHitler News - Império Neo-Nazista Invade o Iraque













Hitler News - Império Neo-Nazista Invade o IraqueHitler News - Império Neo-Nazista Invade o Iraque













Hitler News - Império Neo-Nazista Invade o Iraque
Uma piada atualmente popular na China fala de um piloto que diz aos passageiros ter
boas e más notícias: "A boa notícia é que estamos adiantados; a má notícia é que estamos perdidos". Pode-se fazer analogia dessa anedota com a realidade estadunidense de hoje?
Edu Montesanti pergunta



assista vídeo:

Tirania Global

saiba como governos mundiais ao longo da história criam crises e atos terroristas,
usando-os para alarmar a sociedade, centralizar poder e alcançar determinados objetivos




Vídeo: Bebês Iraquianos Deformados por Uso Norte-Americano de Urânio Empobrecido - Cenas Fortes

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Não se alcança democracia através da violência e da mentira. O caos é o reino dos ladrões


Você sabia que...

... do início da Guerra do Golfo contra o Iraque, no final de 1990, até 2012, passando pelos quase 10 anos de embargo econômico dos EUA sobre aquele país ao longo de toda a década de 90, foram mortos cerca de 3,3 milhões de iraquianos, sendo 750 mil crianças?


ESTADOS UNIDOS
Guerra contra a Humanidade

3.2.2014 / Publicado no Observatório da Imprensa

Republicado por Navegações nas Fronteiras do Pensamento


De acordo com o porta-voz do Parlamento iraquiano, Osama Nujaifi, cerca de 650 civis foram mortos ou gravemente feridos em Fallujah (província de Al-Anbar, cidade a 69 km da capital nacional de Bagdá) no final de janeiro por ataques do governo local, apoiado com armas pelos EUA. Cerca de 140 mil pessoas estão desabrigadas, e entre os feridos estão um menino de 4 anos de idade e três meninas, de 7, 13 e 15 anos.

Um pouco antes, entre 17 e 21/1, 38 pessoas haviam sido executadas em Fallujah e outras cidades de Al-Anbar, Ramadi, Karma, Khalidiya e Hawija. Desde dezembro, têm havido manifestações pacíficas em nessas cidades contra o regime sectário e repressor de direitos humanos do primeiro-ministro Nouri al-Maliki, colocado no poder por George Bush em 2003 logo que Saddam Hussein foi derrubado do poder (chocante vídeo de uma dessas atrocidades, feito por TV a cabo do Iraque, mostra civil com pés amarrados em veículo militar). Além de execuções sumárias em massa, o regime de Al-Maliki tem detido arbitrariamente inúmeros civis iraquianos.

Moradores de Fallujah, destroçada há anos por também se oporem à ocupação norte-americana, negam veementemente alegações do governo sustentadas por Washington, de que a Al-Qaeda está infiltrada na cidade, arrasada após 11 anos de bombardeio norte-americano em nome de "intervenção humanitária". Suprimento de alimentos básicos estão sendo cortados pelo regime local, e o saneamento básico e energia elétrica encontram-se em completo estado de caos devido aos bombardeios de mais de uma década.

Para isso tudo, a escusa do títere Al-Maliki não poderia ser mais original, isto é, “garantia da segurança nacional” em perfeita sincronia com a precária retórica da “Guerra ao Terror”, justamente segurança nacional dos EUA e até “salvação da humanidade” nesta suposta luta do bem contra o mal. Nenhuma das pessoas indiciadas pelos protestos em Al-Anbar possui antecedentes criminais.

Porém, a repressão descomedida da “democracia iraquiana” de Al-Maliki, imposta por Washington (cômico, se não fosse trágico), dá-se contra oponentes políticos, nada mais que isso, enfraquecendo a justificativa do primeiro-ministro iraquiano, tanto quanto a da “Guerra ao Terror”. Para agravar ainda mais a situação, a Rússia, determinante para que não houvesse guerra contra a Síria, que seria catastrófica, vende armas ao Iraque. Contradições criminosas de uma geopolítica global canalha.

O jurista da União Europeia, Struan Stevenson, membro do Parlamento Europeu que dirige a Delegação de Relações com o Iraque, advertiu que “o Iraque está despencando rapidamente para uma guerra civil e para o genocídio”. Segundo suas estimativas, um ataque contra supostos terroristas da Al-Qaeda em seis províncias iraquianas nada mais é que um disfarce para a aniquilação dos partidos que se opõem às políticas cada vez mais sectárias do primeiro-ministro Nouri al-Maliki. Stevenson ainda alertou que as reivindicações de Al-Maliki são "um total absurdo". Ainda assim, ele convenceu seus aliados de que "está travando uma guerra contra o terror, e is aliados estão despejando foguetes, aviões e outros equipamentos militares que Al-Maliki está usando para bombardear e matar alvos civis".

Diante da escalada iminente do situação de caos em Al-Anbar, a Geneva International Centre for Justice (GICJ) apelou a todos os órgãos da ONU e seus Estados-Membros para que:

• Façam tudo ao seu alcance para evitar uma nova escalada, e que se cessem os assassinatos de civis no Iraque;
• Acabem com todo o apoio militar às forças de Al-Maliki, através de armas e equipamentos técnicos (por exemplo, drones);
• Estabeleçam um comitê internacional independente a fim de investigar a situação e as violações dos direitos humanos cometidos pelas forças de Al Maliki. (GICJ.org, Crimes against humanity under the pretext of 'Fight against Terrorism'!)

Pois assim como os regimes de Al-Maliki e de Washington, amounts to the same thing, confundem-se no discurso (em seu sentido mais amplo), o primeiro repete também no uso da força as lições de Tio Sam, muito bem aprendidas: aplica-a de maneira completamente desproporcional, apenas gerando mais repúdio e violência. Assim, a política nacional do Iraque consagra-se como uma horrenda reprodução da política imperialista.

É exatamente o que quer o poder estabelecido: revolta sem fim e caos cada vez mais aprofundado a fim de justificar a permanência e aumento das bases militares dos EUA na região mais rica em petróleo do mundo com 60% de suas reservas de petróleo e de gás natural o que, por sua vez, torna possível ainda a expansão do domínio global norte-americano. Para isso tudo, não faltam fantoches de Washington em diversos governos nacionais, como no caso do Iraque.

– E a Democracia? – 'Don't Mention It!'

Segundo a Anistia Internacional, o Iraque é o terceiro país do mundo em números de execução. Para tanto massacre indiscriminado contra civis, museus, mesquitas, escolas, hospitais, residências e patrimônios da humanidade que fazem com que o ditador Hussein deixe saudades, os helicópteros Apache dos EUA (os mesmos revelados por WikiLeaks em 2010, cujos vídeos em que militares cortam corpos de civis e jornalistas da Reuters ao meio chocaram o mundo; veja o vídeo Collateral Murder aqui) são amplamente utilizados além das bombas fosforadas, de urânio empobrecido e as napalm, a mesma usada no Vietnã, todos proibidos pelo Direito Internacional configurando-se, assim, crimes de guerra e contra a humanidade a exemplo do que o regime de Barack Obama faz no Afeganistão, na Palestina, na Líbia, No Líbano, no Iêmen, na Somália, no Sudão, no Paquistão e na Síria.

Para o prêmio Nobel da Paz, Barack Obama, encontrar, cercar e atacar ilegalmente grupos oposicionistas, militantes, ativistas por direitos humanos em geral e até jornalistas, apoia-se na vigilância global, conforme já ficou comprovado que ocorre inclusive dentro dos próprios EUA.

Duas semanas atrás, foi a vez do Afeganistão e seus inocentes civis serem vítimas de mais infinitos crimes de lesa humanidade pelos EUA (leia Afeganistão, Ataque dos EUA Volta a Matar Crianças). Tudo isso, em nome de quê?

Em março de 2003, os EUA invadiram o Iraque, hoje a 5ª maior reserva petrolífera do mundo (à época da invasão norte-americana, a 2ª), contrariando a ONU e praticamente clamores de todo o mundo, autoproclamando-se libertadores, garantido livrar o país da tirania ao proporcionar democracia, liberdade e justiça.

O regime de Washington se declarava libertador do país sob domínio de Hussein, acusado injustamente por George Bush de desenvolver bombas de destruição em massa e de possuir ligações com Osama bin Laden. O tempo passou, e em pouco tempo as mentiras de Bush foram desfeitas: não foram encontradas as tais bombas e nem há nada que ligue Hussein ao então líder da Al-Qaeda, supostamente mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 em solo norte-americano.

Maior Mentira da História

A “Guerra ao Terror”, maior mentira da história, fundamentalmente discriminatória e imperialista que comete os piores crimes da humanidade pós-II Guerra Mundial em nome da expansão das bases militares dos EUA pelo mundo, já dura intacta mais de 12 anos em plena era de informação global, e em tempo real.

Um dos “contradiscursos” emblemáticos da “Guerra ao Terror” foi o da congressista democrata Barbara Lee (Califórnia), após solenidade na Catedral Nacional de Washington D.C. em 14/9/2001: “Este deveria ter sido um culto em memória às vítimas do 11/9, não um culto de corrida para a guerra”.

Daquela Catedral, o então presidente Bush havia declarado guerra contra o Afeganistão, invadido em 7/10 daquele ano, afirmando que a responsabilidade de seu país para com a história era “livrar o mundo do mal” atacando os “inimigos da liberdade”, apelando sempre para Deus e para o patriotismo de maneira altamente emotiva.

A partir de então, repetir-se-ia no Oriente Médio a Resolução do Golfo de Tonkin (Vietnã, 1964), colocando uma vez mais na história do Estado teocrático norte-americano a retórica do ex-presidente Richard Nixon, sempre latente na política belicista da Casa Branca: “Quando o presidente faz, significa que não é ilegal”.

Dias depois na Casa dos Representantes, Barbara disse: “Nosso país está em luto. Enquanto agimos, que não nos tornemos o mal que deploramos”. Voz no deserto, a representante da Califórnia foi a única entre os 531 congressistas que votaram por não à guerra.

O 11/9 foi tudo o que Bush precisava para colocar em prática o PNSNA, e aprofundar o intervencionismo norte-americano. A Al-Qaeda e o Taliban, até então aliados históricos de Washington, ambos criação da CIA a qual recrutou, doutrinou segundo o extremismo religioso, treinou, armou e financiou a fim de provocar uma invasão soviética ao Afeganistão em 1979, passaram a ser inimigos da nação “predestinada por Deus para salvar o planeta” e, por determinação dos EUA, inimigos também de toda a humanidade sob a famosa sentença de Bush após o 11/9, “quem não está ao nosso lado, está contra nós”.

Os ataques terroristas de setembro de 2001 e suas posteriores invasões, adiaram o aprofundamento da crise econômica que já se fazia sentir no país à época, e jogaram no esquecimento o fato de que Bush ganhara as eleições de novembro de 2000 de maneira fraudulenta, e de que estava envolvido em graves escândalos de corrupção especialmente com a Enron, empresa de energia.

Obama assumiu a Presidência em 2009 prometendo fechar Guantánamo, retirar as tropas de Iraque e Afeganistão e garantir os direitos humanos, dentro e fora de casa. Contudo, já está confirmado o prolongamento da permanência das forças imperialistas em solo afegão por mais, pelo menos, 14 anos, enquanto a ocupação do Iraque segue na prática atingindo em cheio o país através do regime-marionete de Al-Maliki, e a Detenção de Guantánamo não foi fechada, para onde detentos são levados sem provas que os possa incriminar e sem direito à defesa, submetidos a gravíssimas torturas, entre os maiores crimes contra os direitos humanos da contemporaneidade, aberta em solo cubano (outro crime) justamente para que o regime de Washington não se submeta à jurisdição local– tudo isso, sob absoluto silêncio global.

Como pouca desgraça tem sido uma grande bobagem na era do Império agonizante, a mesma administração que, através da então secretária de Estado, Hillary Clinton, havia anunciado na chegada à Casa Branca garantir incondicionalmente dali em diante a liberdade na Internet e de expressão em todos os meios, tem de encarar WikiLeaks desde 2010, e Edward Snowden desde o ano passado, ambos minimizados pela mídia internacional, especialmente brasileira, grandes veículos de comunicação controlados pelas empresas petrolíferas, pelos bancos, pela Indústria Farmacêutica e pelas megacorporações em geral. Ambos perseguidos implacavelmente por Washington, por revelarem os crimes sem precedentes cometidos por este.

Se na era Bush tortura, ataques ilegais e vigilância indiscriminada eram velados, hoje com Obama isso tudo, após ter se tornado impossível ocultar, é abertamente praticado sob escusa de levar democracia ao mundo. Desta maneira, a Doutrina Bush e sua execrável “Guerra Justa” que fez com que o subconsciente mundial associe árabe-islamita a terrorista, norteiam a política externa norte-americana mais que nunca porém, hoje, com tom “humanitário” de Obama quem, logo no primeiro ano na Casa Branca, revelou-se um engodo total em relação às promessas de campanha, isto é, de garantia aos direitos humanos dentro e fora de casa. Obama ainda mantém a política de Bush que não permite que seus militares sejam submetidos a cortes internacionais para julgar crimes de guerra.

De 1945 até o presente, os EUA, direta ou indiretamente, atacaram 44 países causando a morte de mais de 20 milhões de pessoas – número que não inclui vítimas de pobreza, fome e doenças decorrentes da situação de caos causada por esses ataques.

Venda do Iraque

Após a invasão unilateral ao Iraque, os EUA não “apenas” feriram sua própria Constituição e todas as leis internacionais, mas logo de início desrespeitaram as próprias leis iraquianas ao, simplesmente, vender o país às empresas norte-americanas.

Já nas primeiras semanas pós-invasão, foram feitos contratos privados durante a dita "reconstrução" do Iraque, o que viola a convenção internacional que governa a conduta das forças ocupantes, a Convenção de Haia de 1907, e até mesmo o código de ética do exército norte-americano.

As regras de Haia afirmam que "uma potência ocupante deve respeitar as leis vigentes no país". A Autoridade Prisional da Coalizão, todavia, destruiu esta simples norma e também a Constituição do Iraque, que proíbe a privatização de importantes bens do Estado, ou a possessão de empresas locais por parte de estrangeiros.

Em menos de três meses de guerra, porém, a administração da Coalizão liderada pelo norte-americano e ex-embaixador Paul Bremer acabou com esses dispositivos e, finalmente, em 19 de setembro de 2003, Bremer colocou em vigência a Ordem 39, que autorizou a privatização de 200 empresas estatais, além do decreto que prevê que empresas estrangeiras podem apropriar-se de 100% dos bancos, minas e fábricas, permitindo-lhes levar 100% de seus ganhos.

Houve alerta do Procurador Geral da Grã-Bretanha, Peter Goldsmith, em memorando de 26 de março de 2003, no qual dizia que "a imposição de reformas estruturais não está autorizada pela lei internacional", mas tal documento, no entanto, foi completamente ignorado pelas forças de ocupação.

Ainda que a venda do Iraque tivesse sido levada à cabo com transparência e em licitações abertas, seguiria sendo ilegal pela simples razão que o país não pertence aos Estados Unidos, pelo contrário, é um país soberano.

Segundo vários especialistas em legislação internacional, isso significa que se o próximo governo decidir nacionalizar novamente os bens privatizados pelos ocupantes, terá poderosos argumentos legais para isso (mas pelo que a história da política opressora norte-americana nos mostra, se isso ocorrer certamente os EUA, alegando provavelmente "prédicas comunistas de nacionalização", declararão a Terceira Guerra do Golfo com aumento ainda maior de forças militares no Iraque).

Como resposta a esse saque norte-americano no país, é claro, a violência, as explosões de oleodutos como forma de protesto e os casos de homens-bomba iraquianos suicidando-se aumentaram vertiginosamente ao longo dos anos.

A lei de Guerras Terrestres das Forças Armadas norte-americanas afirma que "o ocupante não tem o direito de vender ou utilizar de maneira desqualificada a propriedade (civil)". Realmente, o fato de bombardearem um território não dá direito aos atacantes de vendê-lo.

O Iraque tem dívida externa de U$ 127 bilhões, que se triplica levando-se em conta as indenizações exigidas pelos vizinhos árabes, por perdas na I Guerra do Golfo, mas os EUA querem que a renda petrolífera seja usada para financiar negócios ali em proveito de firmas estadunidenses, não para pagar dívidas com quem quer que seja.

Novo 'Pearl Harbor' e Genocídio

Os EUA estão atacando permanentemente países que jamais lhe apresentaram nenhum tipo de ameaça, e nem podem se defender em mínimas condições de igualdade em guerras nunca declaradas formalmente. Tudo isso representa graves violações às leis internacionais (ratificadas inclusive pelos EUA, como a Carta da ONU) e à própria Constituição dos EUA, as quais não permitem guerra de agressão.

A ONU não permite intervenção militar sem que haja representação real de ameaça contra a soberania e a paz de determinado(s) país(es), e sem que antes seu Conselho de Segurança autorize o uso da força (o qual deve ser sempre proporcional ao do país atacado, o que não é respeitado, nem de longe, pelo regime tirano de Washington no Oriente Médio, região mais rica em petróleo do globo).

Assassinatos em massa de civis iraquianos, afegãos, líbios, sírios, iemenitas, libaneses, sudaneses, palestinos, paquistaneses e somalis incluindo crianças, mulheres e idosos, destruição completa de residências de inocentes em cada um de seus países, estupros e torturas por parte de militares fazem da “Guerra ao Terror” o pior genocídio dos últimos 70 anos, desde que Adolf Hitler foi derrotado pela União Soviética.

Derrubaram ilegalmente e baseados em mentiras o presidente iraquiano Saddam Hussein, ditador laico que mantinha a coesão nacional, garantia a soberania e as riquezas do país, considerado pela ONU um dos que mais respeitavam a liberdade de culto no mundo islamita. Substituído tragicamente por aqueles que se intitulavam libertadores.

Após a invasão norte-americana ao Iraque, a Al-Qaeda entrou no país onde age livremente. Ali, suicídios crescem vertiginosamente desde 2003, o que era raro à época de Hussein.

As bombas ilegais, proibidas pelas Convenções de Genebra, muito além de queimar e rasgar corpos vivos, deixam um legado tenebroso: bebês têm nascido há uma década completamente deformados e com graves problemas mentais, figuras deprimentes, e seguirão nascendo assim por muitos anos mais em um dos países do mundo que mais histórias têm para contar, hoje completamente arrasado. Não há mais patrimônio da humanidade, praticamente não há mais solo fértil. O Iraque, completamente pilhado pela única superpotência mundial, é hoje só sangue e choro, literalmente.

A tônica de Bush que definiu sua política belicista pós-11/9, foi arquitetada ainda em campanha presidencial no ano 2000 através do Projeto para um Novo Século Norte-Americano (PNSNA) que, desde 1997 a 2006, visava a ampliar o domínio global dos EUA. A política externa de Bush fundamentou-se no PNSNA, afirmando na seção V (Reconstruindo as Defesas dos EUA) que apenas um novo Pearl Harbor poderia fazer sua administração avançar na agenda de nova invasão ao Iraque.

Tudo isso não apenas continuado, mas intensificado por Barack Obama conforme já abordado. E através do incremento descomedido da vigilância em escala global, fator determinante para o êxito da empreitada norte-americana que fez o juiz da Corte de Washington D.C., John Bates, questionar o presidente Barack Obama em 2010: “Com quem, exatamente, os EUA estão em guerra?”. O incremento descomedido da vigilância em escala global é fator determinante para o êxito da empreitada norte-americana.

Guerra contra Quem?

O juiz da Corte de Washington D.C., John Bates, questionar o presidente Barack Obama em 2010: “Com quem, exatamente, os EUA estão em guerra?”.Trata-se de pergunta sem resposta por parte da Casa Branca desde o início da “Guerra ao Terror”, enquanto o monopólio da desinformação global jamais se atreveu a responder. Apenas repete sua histórica postura omissa e distorcionista, desde setembro de 2001. Ou desde janeiro de 1991, quando eclodiu I Guerra do Golfo.

Ou, por que não, desde a Guerra Irã-Iraque (1980-1988), a qual os EUA abasteceram os dois lados com bombas químicas (o lado iraquiano, do mesmo Hussein anos mais tarde derrubado como “tirano global”, armado e treinado pela CIA desde 1979 assim como talibans e membros da Al-Qaeda no Afeganistão, a partir daquele mesmo ano), guerra devastadora da qual veio o escândalo conhecido como Irã-Contras envolvendo o então presidente norte-americano, Ronald Reagan.

Nestes mais de 12 anos de “Guerra ao Terror”, a mídia internacional recusa-se, terminantemente desde o início, a colocar a "Guerra ao Terror" sob a luz do Direito Internacional. As leis internacionais não são jamais discutidas nos principais meios de comunicação, brasileiros e internacionais.

Assim como Bush, Obama leva às últimas consequências a teologia do pastor evangélico norte-americano William Branham (1909-65), quem afirmava que os EUA eram predestinados por Deus a salvar o planeta pelo poder da espada. Tal poder tem sido elevado a níveis jamais vistos antes, nem mesmo durante a Guerra Fria.

Os gastos militares dos EUA chegam próximos dos sete trilhões de dólares, mais 5 trilhões apenas no Iraque e no Afeganistão (2 e 3 trilhões, respectivamente), o que em ambos os países já custou a vida de cerca de 2 milhões de civis, 1 mlihão e meio no Iraque, retirando assim recursos financeiros de investimentos sociais dentro dos EUA, em profunda crise econômica, bem mais aguda do que indicava que seria no início dos anos 2000, logo que Bush assumiu a presidência. Tal crise de deve muito aos trilionários gastos militares dos EUA.

"Alguns vão discordar disso, mas acho que os Estados Unidos são excepcionais", disse dias atrás Barack Obama. Quando senadora em 2008, afirmou Hillary Clinton, secretária de Estado mais tarde, no primeiro mandato de Obama (2009-2012): "Sem nós, o mundo não pode fazer nada".

A seguir, alguns dos mais célebres pensamentos políticos de George Bush filho: "Quando os Estados Unidos usarem a força no mundo [grifo nosso], a causa deverá ser justa, os objetivos deverão ser claros e a vitória deverá ser esmagadora" (em campanha presidencial, em 2000); "Ou [as nações] estão ao nosso lado, ou estão contra nós [passíveis de serem unilateralmente invadidas]" (logo após os ataques de 11/9); "Você sabe, uma ditadura seria bem mais fácil [para se colocar a atual política em prática]. Sem dúvida" (logo após os atentados de 11/9); "Os Estados Unidos não são apenas a sociedade mais forte, mas também a mais livre e a mais justa" (na Estratégia de Segurança Nacional, 2002).

Condolezza Rice, assessora de Segurança Nacional de Bush, declarou: [A ameaça] Convoca os Estados Unidos a utilizar sua posição de incomparável força e influência [grifo nosso], para criar um equilíbrio de poder que favoreça a liberdade. (...) Por ser a nação mais pdoerosa do mundo [grifo nosso], os Estados Unidos têm a responsabilidade especial de ajudar [grifo nosso] a tornan o mundo mais seguro.

Poucas semanas após os ataques de 11/9, David Fleischer escreveu no semanário norte-americano Newsweek, famoso por ser a voz oficial do Pentágono e da CIA: "Há muito ressentimento contra os Estados Unidos, por serem o número 1 e única potência mundial. Isso é como David contra Golias".

Em outubro de 2001, o jornalista Farred Zakaria escreveu no mesmo Newsweek: "Os EUA precisam de um plano que não apenas derrote o terror, mas que reforme o mundo árabe [grifo nosso]. Somos fortes,e eles se ressentem disso (...)". A secretária de Estado do presidente Bil Clinton (1993-2001), Madeleine Albright, declarou: "Nós voamos mais alto, vemos de cima e sabemos o que é melhor para o mundo."

Em campanha presidencial em 1990, Bush pai proferiu estas palavras: " "Esta eleição se resume no seguinte: A visão que o meu
adversário [o democrata Michael Dukakis] tem do mundo é a de um lento e extenso declínio para o nosso país, de uma queda inevitável induzida pelas forças históricas impessoais, mas a América não é está em declínio. A América é uma nação em ascensão. Eu vejo a América como líder entre as nações, uma nação única, por causa do papel especial que ela exerce no mundo. Este século foi chamado de 'século norte-americano', porque durante esse período nós fomos a força dominante, para o bem do mundo. Nós salvamos a Europa, encontramos a vacina para a pólio, desbravamos a Lua e iluminamos o mundo com a nossa cultura. Agora, nós estamos no limiar de um novo século. Eu digo que este também será um século norte-americano."

O que isso tudo quer dizer, somado ao genocídio sem fim contra outros povos desrespeitando completamente sua soberania e diferenças culturais, é o seguinte: a mídia não tem relembrado as sociedades mundiais de que a história revive o nazismo na última década, quem dizimava inimigos em nome de uma raça autoproclamada superior apelando sempre para Deus, mais especificamente Romanos 13:1, seu verso bíblico preferido (fora de contexto) de Hitler, a fim de desviar atenções e deixar o campo livre para agir.

Sejamos justos, contudo: o Führer, embora também apelasse para uma suposta raça superior usando equivocadamente a religião para retirar da sociedade a consciência cidadã, exatamente como fazem os tomadores de decisão de Washington, com seus 15 milhões de assassinados diretos entre as décadas de 1930 e 40, jamais ousou declarar estar acima das leis internacionais como faz o Estado policial-teocrático norte-americano com sua política neonazista, a qual não pode encontrar obstáculos para suas obstinações ilimitadas.

Guerra contra a Humanidade

35 mil soldados do Exército norte-americano permanecem no Iraque ainda hoje, a fim de "ajudar" o governo local a "combater o terrorismo", cuja conclusão lógica é que a invasão ao Iraque não terminou com Barack Obama. O Iraque é hoje um país completamente arrasado sob todos os aspectos, muito pior e bem mais violento que antes da invasão norte-americana há 11 anos.

No Afeganistão, a "retirada" das tropas do regime de Washington prevista para dezembro deste ano segue a mesma lógica da estratégia no Iraque: os soldados estadunidenses voltarão para casa, com exceção de 15 mil homens a fim de "ajudar" o governo local a "combater o terror" em um país em situação de absoluto caos, mais acentuado que se encontrava em 2001 quando da invasão liderada pelos EUA, além da produção e exportação de ópio que se multiplica em várias vezes ano a ano, batendo todos os recordes históricos levando o Afeganistão a ser o líder mundial neste quesito, a exemplo do que ocorreu através da invasão norte-americana ao país em 1979.

Portanto, o filme que o globo assiste há décadas repete-se nestes dois países, e desde 2011 na Líbia: os EUA deixam um vácuo político, caos econômico e social, e um maior radicalismo antiimperialista sobre os quais o regime norte-americano encontra justificativa para a permanente ocupação na região mais rica em petróleo do planeta, tornando desta maneira a "Guerra ao Terror" infindável.

Esta “guerra” é contra a humanidade, contra a própria civilização. É um genocídio desesperado em favor dos interesses econômicos e geopolíticos dos Estados Unidos. O Império agoniza e, consequência disso, torna-se cada vez mais agressivo. As guerras não-convencionais dos EUA, país que desrespeita soberanias nacionais, que se apropria de suas riquezas, que militariza o mundo como jamais antes na história, que gera crises e que derruba governos unilateralmente, são contra a humanidade a fim de cumprir a agenda global dos tomadores de decisão de Washington, subordinados aos interesses econômicos de megacorporações que desconsideram leis e não enxergam limites. São guerras baseadas em extensivos crimes para não serem vencidas nem muito menos levar democracia e humanitarismo, mas para desestabilizar nações, dominá-las e explorá-las.

Apoio seletivo a democracias – a dinastia Saud na Arábia Saudita, um dos regimes mais cruéis do mundo, aliado dos EUA, e o próprio Iraque hoje são prova de que um governo pode ser altamente repressivo, desde que seja aliado de Washington. Democracia e segurança não são nada mais que justificativas usadas pelos EUA, a fim de garantir sua hegemonia militar e domínio econômico global.

O Iraque jamais representou nenhum tipo de ameaça à paz mundial, a exemplo de outros países da região. Quem atenta contra essa paz há décadas são exatamente os “arautos da liberdade”, os Estados Unidos.

Nada disso seria possível ocorrer, contudo, sem uma mídia desinformante, propagandista de Washington diante de quem sempre esteve de joelhos, prostrada, fielmente controlada pelas indústrias petrolíferas, por banqueiros e megacorporações que a sustentam, uma completa distorcionista da realidade.


Os Estados Unidos parecem destinados pela Providência a infestar o mundo com misérias e morte, em nome da liberdade
Simón Bolívar



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#Posté le mercredi 16 juillet 2008 09:42

Modifié le lundi 14 octobre 2019 22:31



Soldados norte-americanos eletrocutando, espancando e atacando iraquianos com cães ferozes, submetendo-os a humilhações sexuais, debochando deles. Também houve casos, como mostram as fotos abaixo, de esposas e filhas de presioneiros torturadas e estupradas, com o objetivo de obter informações sobre o terrorismo internacional


Há conhecidos que conhecemos, há coisas que sabemos que sabemos. Também sabemos que há conhecidos que desconhecemos, o que quer dizer que sabemos que há algumas coisas que não sabemos. Mas também há coisas desconhecidas que desconhecemos, aquilo que não sabemos que não sabemos

Donald Rumsfeld, 12 de fevereiro de 2002









Todos os povos são iguais perante a ONU -
mas alguns são "mais iguais" que os outros








Selvageria Humana sem Limites

Abaixo, soldados norte-americanos estuprando esposas e filhas de prisioneiros de guerra iraquianos:




"Fizemo-La Voar em Pedaços"

Com exceção do povo iraquiano, ninguém sabe mais que os próprios soldados ianques o que seu exército está fazendo no Iraque. Um livro recém-publicado (nos EUA) oferece aos leitores, nas palavras dos próprios soldados, alguns relatos detalhados da devastação que a ocupação ianque levou ao Iraque

Este artigo encontra-se, no original em inglês, em www.globalresearch.ca

Dahr Jamail
, traduzido e publicado no Brasil pelo jornal mensal A Nova Democracia

Outubro de 2008



Winter Soldier Iraq and Afghanistan: Eyewitness Accounts of the Occupation
(Soldado de Inverno: Iraque e Afeganistão, Relatos de Testemunhas das Ocupações), publicado por Hayermarket Books, é uma crônica visceral e histórica de tudo quanto o exército ianque como seus próprios soldados têm feito no Iraque.

Seus autores são Veteranos do Iraque Contra a Guerra (Iraq Veterans Against the War, IVAW), e o jornalista Aaron Glantz. O livro é uma seleção de textos do encontro que ocorreu em Silver Spring, Maryland, de 13 a 16 de março de 2008, no National Labour College.

"Lembro de uma mulher que ia andando", relatou Jason Washington, um cabo dos marines ianques que serviu três períodos de serviço no Iraque, "Levava uma bolsa enorme e parecia que se dirigia a nós. Disparamos o Mark 19, que é um lança-granadas automático e, quando a poeira baixou, nos demos de que a bolsa estava cheia de provisões. Ela tentava nos trazer comida e nós a fizemos voar em pedaços".

Seu emotivo testemunho, como todos do livro, que possui sessões referentes à desumanização, o testemunho de civis, o machismo dos militares, a saúde dos veteranos e o desmonitoramento dos militares, trouxeram à luz questões que outros veteranos repetiram mais de uma vez.

"Outra coisa que éramos estimulados a fazer, quase com uma cumplicidade pícara, era levar 'armas que podem ser abandonadas'. Tratava-se de levar estas armas conosco, de maneira que se matássemos um civil por acidente, podíamos simplesmente deixar a arma ao lado do corpo e fazer com que parecesse um membro da resistência", afirmou Washburn.

Quatro dias de demolidores testemunhos, os quais testemunhei, se consolidaram neste livro duro de ler, repleto de devastadores relatos dos soldados sobre o que está se fazendo no Iraque.

Estão incluídos desde a tomada de "fotos-troféus" dos mortos, até torturas e matanças de civis.

"Também criar uma recompilação histórica do que ainda ocorre nesta guerra e do que é realmente esta guera", declarou Glantz.

Hart Viges, membro da 82ª Divisão Aerotransportada, que serviu por um ano no Iraque, fala das ordens transmitidas pelo rádio:

— Uma vez nos disseram que disparássemos contra todos os táxis porque o inimigo os utilizava como transporte... Um dos franco-atiradores contestou: "Perdão, ouvi bem? Disparar nos táxis?" O tenente-coronel respondeu: "Ouviu soldado. Disparem nos táxis". Depois a povoação se iluminou com os tiros de todas as unidades disparando contra os carros. Esta foi minha primeira experiência de guerra e marcou a pauta pelo resto do serviço.

Vincent Emanuele, um marine que passou um ano na zona iraquiana de AL-Qaim, perto da fronteira síria falou como esvaziavam os carregadores de munição na cidade sem objetivos identificados, como passavam por cima dos cadáveres com os Humvees (veículos militares blindados) e se deterem para tirar "fotos-troféu" dos mortos.

— Um fato que ocorria com muita frequência no Iraque era disparar ao azar contra os carros que passavam — afirmou — Isso não era um incidente isolado e ocorreu durante a maior parte dos dezoito meses em que estivemos de serviço.

Kelly Dougherty, diretora geral da IVAW, culpa as políticas do governo ianque pelo comportamento dos soldados no Iraque.

— Os abusos cometidos nas ocupações, longe de ser resultado de mal-comportamento de "umas poucas maçãs podres", são o resultado da política de nosso governo no Oriente Próximo, desenhada nas mais altas esferas do poder do USA — declarou.

Mesmo assim, saber disso mitiga muito pouco a devastação emocional e moral dos relatos.

— Se um indivíduo é visto com uma bandeira branca, que se aproxima lentamente e obedece às ordens, temos que acreditar que é um truque e disparar contra ele —disse Michael Leduc, um cabo dos marines que participou do ataque ianque a Faluja em novembro de 2004. Afirmou ainda que essas eram as ordens que recebeu do oficial de seu batalhão antes de entrar na cidade.

Este é um livro muito importante, particularmente para o público estadunidense, porque seus testemunhos não foram recolhidos por nenhum dos meios de comunicação dominantes, a não ser o Washington Post, que publicou um único artigo enterrado em seu fascículo "metropolitano".

Isso tem uma importância particular, uma vez que, como afirmou o ex-marine Jon Turner.

— Cada vez que os jornalistas vinham conosco, nossas ações mudavam drasticamente. Nunca atuávamos da mesma maneira, mas seguindo as normas.

— Para mim, este livro oferece um retrato do que é a guerra — acrescentou Glantz — porque aqui no USA temos uma versão muito neutra do que é uma guerra.

O livro trata também da desumanização dos próprios soldados, incluindo testemunhos de machismo, de racismo, e da difícil situação dos veteranos ao voltar para casa e lutar para obter assistência da Administração de Veteranos.

Há também relatos da desumanização sofrida pelo povo iraquiano. Brian Casler, um cabo dos marines, falou do que testemunhou durante a invasão do Iraque:

— Naqueles comboios vi soldados defecando nas bolsas de comida e urinando nas garrafas, depois atirando para as crianças que estavam nas margens da estrada — declarou.

Muitos relatos dos soldados incluem o abundante uso de termos degradantes para se referir aos iraquianos, como "hajis", "cabeças de toalha" e "negros do deserto".

Scott Ewing, que serviu no Iraque entre 2005 e 2006, admitiu que as unidades distribuíam doces às crianças por razões diferentes de "ganhar seus corações e mentes":

— Havia outro motivo. Se as crianças andassem perto de nossos veículos, não seríamos atacados. Usávamos as crianças como escudos humanos — afirmou Ewing.



Documentário The War You Don't See, A Guerra que Você Não Vê, legendado em espanhol

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Do jornalista australiano John Pilger - Mentiras governamentais sobre o Iraque, sob conivência midiática


David Ray Griffin's book, The 9/11 Commission Report: Omissions and Distortions

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Read this full book on line, on this Blog in Recomendações Literárias

Leia este livro, na íntegra, aqui no Blog em Recomendações Literárias


Em 30 de janeiro de 1991, no meio da primeira invasão dos EUA ao Iraque (também conhecida como I Guerra do Golfo) observou à revista norte-americana The New Republic o escritor Gregg Easterbrook, especialista em assuntos externos dos EUA:

"Mas a maior falha moral na Guerra do Golfo (...) foi a recusa do Ocidente em admitir, ou pelo menos discutir, não algumas mortes acidentais de civis, mas os 100 mil mortos entre os alvos militares no Iraque. Katherine Boo, do Washington Monthly, notou que ao longo da guerra a mídia norte-americana organizou grandes tabelas de perdas, listando em uma coluna quantos tanques e aviões do Iraque haviam sido abatidos. Mas não houve nenhuma menção às mortes do lado iraquiano: era como se o objetivo do 'exercício' fosse eliminar montes de máquinas e não seres humanos.

"As famosas palavras do chefe das Forças Armadas, Colin Powell, sobre o Exército Iraquiano – 'vamos estilhaçá-lo e depois eliminá-lo' - claramente eliminaram qualquer consideração sobre a condição humana do inimigo. O Pentágono liberou dúzias de vídeos que mostravam bombas inteligentes atingindo objetos inanimados como bases de mísseis; mas há que se lembrar que até o momento não foi liberado nenhum centímetro de filme mostrando sequer um combate envolvendo seres humanos.

"Censores militares enlouqueceram quando um comandante deixou alguns repórteres ver um vídeo feito de um helicóptero Apache que atacou um batalhão no Iraque. No tape, adolescentes aterrorizados correm caoticamente por todas as direções, enquanto metralhadoras disparando do helicóptero, que eles não conseguem ver, cortam seus corpos pela metade. O vídeo foi rapidamente tirado de circulação. Quando perguntei a razão disso a um funcionário do Pentágono, ele respondeu: 'Se permitirmos que as pessoas vejam esse tipo de coisa, nunca haverá outra guerra'".


www.edumontesanti.skyrock.com
quem poderia ter lhe contado?

#Posté le mercredi 16 juillet 2008 09:53

Modifié le vendredi 01 avril 2016 21:16

A Idade da Mentira

Segundo José Saramago, “George Bush expulsou a verdade do mundo para, em seu lugar, fazer frutificar a idade da mentira”.
Uma retrospectiva dos anos Bush talvez nos ajude a compreender com mais clareza o que essa era representou para o mundo

por Marcelo da Silva Duarte

Publicado em
Carta Maior, 17 de dezembro de 2008



George Walker Bush é aquilo que o “american way of life” reconhece como um “winner”.

O 43º presidente dos Estados Unidos nasceu em 06 de julho de 1946. Graduado em História em Yale e com MBA pela Harvard Business School, da conceituada Harvard University, primeiro venceu na indústria do petróleo.

Em 1977 criou a Arbusto Energy, uma companhia de exploração de petróleo e gás. Em 1982 mudou o nome da empresa para Bush Exploration Oil & Gas Company, depois da quinta crise internacional do petróleo (1979), e a vendeu em 1984 à Spectrum 7, que faliu em 1985.

Pelo contrato, Bush assumiu como diretor da Spectrum, ainda antes de sua falência. Foi isso que permitiu que, com o resgate dessa empresa, em 1986, pela Harken Energy Corp., Bush assumisse como um de seus diretores.

Em 1991, quando participava do Conselho Diretor dessa empresa, foi acusado de usar informações sigilosas em benefício próprio. Logo depois que vendeu suas ações, a Harken registrou um prejuízo de 23,2 milhões de dólares no trimestre. Seus detratores alegaram que a investigação federal que avaliou sua conduta teria sido influenciada diretamente pelo seu pai, George H. W. Bush, então presidente dos EUA.

Foi eleito duas vezes governador do Texas, em 1994 e 1998. Venceu sua primeira eleição presidencial em 2000, ao derrotar o democrata Al Gore, e foi reeleito em 2004, ao superar o também democrata John Kerry.

Sua primeira vitória ainda hoje causa discussão, bem como a validade dos votos que o elegeram. Superou por apenas 5 votos, no Colégio Eleitoral, o democrata Al Gore, embora o então vice-presidente dos EUA tenha recebido 500 mil votos a mais do que Bush na eleição direta.

Coincidentemente, os votos que decretaram sua vitória foram obtidos na Flórida, estado então governado por seu irmão, Jeb Bush...

“É Meu Dever Libertar Pessoas”

Um dos mais impopulares presidentes estadunidenses de todos os tempos começou sua administração, a bem da verdade, sob fogo cerrado.

Bush, porém, soube tirar proveito disso. Sua postura diante dos ataques de 11 de setembro de 2001 elevaram seus índices de aprovação a mais de 90%, uma marca histórica.

Porém, ao recorrer aos pilares da cultura estadunidense - tradição, família, propriedade, liberdade e o velho e bom self-made -, e discursando em nome de um fundamentalismo que, na prática, renegava tudo o que uma religião poderia ter de bom, mal sabia Bush que sua empáfia mergulharia os EUA num dos maiores atoleiros morais de sua história recente.

Na “Sessão Conjunta do Congresso e do Povo Americano”, logo após os atentados do onze de setembro, a palavra “cruzada” pôde ser ouvida em seu discurso.

Fez-se um lúgubre silêncio no mundo. Ninguém imaginava que uma liderança internacional, ao menos em sã consciência, assumisse o discurso do “choque de civilizações”.

Porém, o estrago estava feito.

Islâmicos de todo o mundo apontaram o caráter de “Guerra Santa” presente no discurso estadunidense. Feridas medievais, cicatrizadas após séculos de esforços em nome da convivência pacífica entre ocidente e oriente, irromperam por conta de uma retórica maniqueísta, que via na reação estadunidense a realização plena da eterna luta do bem contra o mal.

A espada da justiça divina havia sido depositada em suas mãos. Sua missão era a realização da vontade de Deus. “É meu dever libertar pessoas”, teria dito George Bush.

Décadas de secularismo foram imediatamente destroçadas, enquanto quase se ouviam, ao longe, as trombetas dos sete anjos, anunciando o Juízo Final.

A “Guerra contra o Terrorismo”

Sua “Guerra contra o Terrorismo” e contra o “Eixo do Mal” começou no Afeganistão, onde supostamente operariam Osama Bin Laden e sua Al-Qaeda, apontados como autores dos atentados do onze de setembro.

O governo talibã foi deposto e o presidente exilado, Burhanuddin Rabbani, reempossado. Contando com a ajuda de forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), questionada por lideranças internacionais, os EUA jamais controlaram o país asiático.

Chefiados por um governo especial interino, que artificialmente tenta unificar etnias que divergem do que comer a maneira de se vestir, os afegãos vivem o caos.

Milhares de vítimas colaterais depois, os EUA disfarçam seu fracasso concentrando suas forças ao redor da capital afegã, Cabul, enquanto recente relatório do Conselho Internacional sobre Segurança e Desenvolvimento afirma que os Talibãs já controlam 72% do Afeganistão e três das quatro principais vias de acesso à capital afegã. Em numerosas vilas e cidades ao sul, afirma o relatório, o Talibã continua sendo o único poder.

Ainda assim, os EUA planejam enviar até 20 mil homens para o Afeganistão, no início do ano que vem. Talvez para ajudarem nas plantações de papoula, de onde se extrai o ópio, umas das principais fontes de renda dos aliados estadunidenses no país.

Em fevereiro de 2003, convencido de que o governo iraquiano tinha ligações com a Al-Qaeda desde o atentado do onze de setembro, e munido de um relatório de inteligência que apontava a existência de armas de destruição em massa no Iraque, George Bush pediu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) autorização para o uso preventivo da força, que lhe foi negada. Bush, depois disso, recusou-se a propor uma segunda resolução à ONU.

“Pela paz do mundo e pelo bem e liberdade do povo iraquiano, dou a ordem para executar a Operação Liberdade Iraquiana. Que Deus abençoe as tropas”, teria dito Bush ao jornalista Bob Woodward.

No mês seguinte, mais uma vez os céus de Bagdá escureceram.

George Bush rezou logo após a decisão de desencadear a operação Liberdade Iraquiana. “(...) para ser o mais possível um bom mensageiro da vontade de Deus”, teria dito.

Nove meses depois, Saddam Hussein seria preso. Três anos depois, em dezembro de 2006, seria executado por enforcamento, após condenação por genocídio, por um tribunal iraquiano comandado politicamente pelos EUA.

Ainda em 2003, o vice-secretário da Defesa dos EUA havia afirmado que “nadar em petróleo” teria sido a principal razão para a invasão do Iraque. “no caso do Iraque, economicamente falando, nós simplesmente não tínhamos escolha. O país [Iraque] nada em um mar de petróleo”, teria dito Paul Wolfowitz.

Em outra polêmica declaração, o mesmo Wolfowitz afirmou que foi somente “por razões que estão muito ligadas à burocracia do governo dos EUA”, que George Bush e seus falcões estabeleceram “como ponto principal algo com que todos poderiam concordar: armas de destruição em massa”.

Armas de destruição em massa que, também, nunca existiram. “Muitas agências de inteligência acreditaram que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa, e é verdade que essa informação se provou errada”, afirmou Bush, ainda em 2005.

O presidente, na verdade, eufemizava o fato dos serviços de inteligência dos EUA terem produzido relatórios falsos e os apresentado às Nações Unidas, a fim de legitimar o achaque ao petróleo iraquiano.

Tudo isso ocorreu antes de Saddam ser condenado e executado.

Recentemente, Bush defendeu vigorosamente seus oito anos de intervenções no Oriente Médio, que, segundo suas palavras, “tornaram a região mais livre que em 2001”.

De 600 mil a um milhão de iraquianos morreram e continuam morrendo desde a invasão estadunidense, em 2003. Civis foram assassinados covardemente por forças mercenárias contratadas para fazer a segurança dos estadunidenses que lá trabalham e mulheres foram estupradas. Embora os conflitos internos entre sunitas e xiitas sejam agora menos freqüentes, jamais recrudesceram tanto quanto durante os anos de ocupação. O Líbano, recentemente, quase foi varrido por Israel, que continua fazendo do território palestino campo de testes para armamentos experimentais, com o apoio dos EUA.

“Yes, We Can”

Tão logo trombeteou sua Guerra Santa, George Bush obteve, do Congresso estadunidense, a autorização para manter sob custódia, por tempo intedeterminado e sem acusação legal, suspeitos de “terrorismo internacional”.

O “Patriot Act” também autorizava o governo a espionar cidadãos estadunidenses, mas foram os estrangeiros que pagaram o pato.

Muitos dos 250 prisioneiros de Guantánamo, prisão estadunidense em território cubano, não foram formalmente indiciados. Oriundos de países como o Afeganistão e Arábia Saudita, aguardam a hora de seus julgamentos pelos tribunais militares especiais de George Bush, criados a fim de julgar suspeitos de terrorismo internacional ligados a organizações como a Al-Qaeda. Eles são chamados de “combatentes inimigos”.

Residentes nos Estados Unidos que não são seus cidadãos também estão sujeitos aos tribunais militares especiais. Esse é o caso de Ali al-Marri, nascido no Catar, que está em confinamento solitário desde 2003 em um navio da marinha dos EUA, na Carolina do Sul. A Suprema Corte dos EUA vai se manifestar sobre seu caso.

Assim como Guantánamo, Abu-Ghraib também é uma prisão estadunidense onde permanecem detidos prisioneiros sem acusação legal. Ao menos extra-oficialmente, a grande vantagem de um prisioneiro de Guantánamo, em relação ao seu colega detido em Abu-Ghraib, sempre foi a de que aquele primeiro somente apanhava, enquanto seu colega detido na prisão iraquiana poderia, além de ser espancado, ser torturado ou ridicularizado pelos soldados dos EUA.

Isso, porém, até George Bush democratizar a tortura, ao vetar a legislação apresentada pelo Congresso que proibia a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) de utilizar métodos de interrogatório pouco ortodoxos, como a simulação de afogamento. Desde então, os prisioneiros de Guantánamo passaram a ser oficialmente interrogados pela CIA de acordo com os legalizados métodos de investigação.

Depois da capitulação do Iraque, George Bush devotou especial atenção para o Irã, um dos três pilares do chamado “eixo do mal”. O Irã, segundo a Casa Branca, estaria produzindo armas nucleares para atacar Israel e o Ocidente e colaboraria com a resistência iraquiana.

Em 2006, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, em uma conferência na Espanha, afirmou que a Casa Branca teria provas sobre o envolvimento do Irã com “rebeldes” iraquianos, eufemismo estadunidense para designar todo cidadão que resiste à ocupação de seu país por uma força estrangeira.

O Irã, segundo Gates, forneceria armas e tecnologia para os referidos rebeldes. A resistência iraquiana também seria patrocinada pelo Hezbollah, por sua vez subvencionado pelos governos do Irã e da Síria.

Essas acusações jamais foram provadas.

Quando o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, condicionou a suspensão de seu programa de enriquecimento de urânio à suspensão dos programas mantidos por países ocidentais, ouviu de Tony Snow, porta-voz do fundamentalismo cristão da Casa Branca, a seguinte afirmação: “Você acha que essa oferta é séria?”

Snow tinha muitos motivos para troçar da proposta de Ahmadinejad. O primeiro deles é que o maior aliado dos EUA no Oriente Médio, o Estado de Israel, jamais reconheceu publicamente possuir um arsenal nuclear militar.

Israel negou-se terminantemente a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (proposto em 1970 e ratificado em 2002 por 188 países, inclusive o Irã), o que o desobriga de assumir, perante a comunidade internacional, o status de potência nuclear, condição que o exime de inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica.

Os próprios serviços de inteligência estadunidenses acabaram desmentido as acusações da Casa Branca de que o Irã produzia armas nucleares.

“Ainda acho que o Irã é perigoso”, respondeu Bush.

Sua política de relações internacionais, depois de estreitar laços com o Afeganistão, com o Iraque e com o Irã, voltou-se para o leste europeu, o que criou mais um foco de tensão internacional.

O anúncio de que Washington teria planos de instalar um sistema antimísseis na Polônia e na República Tcheca gerou imediata reação russa. O chefe do Estado Maior da Rússia, general Yuri Baluyevsky, afirmou à imprensa que “O disparo de um foguete antimíssil da Polônia poderia ser considerado pelo sistema automático da Rússia como o lançamento de um míssil balístico, o que poderia provocar um ataque como resposta”.

O projeto de escudo antimísseis dos EUA no leste europeu prevê a instalação de bases de radares na República Checa e um sistema de interceptação de mísseis na Polônia. Os acordos com os dois países europeus foram assinados, respectivamente, em julho e agosto últimos.

A Rússia argumentou que a instalação de um sistema antimísseis americano no Leste Europeu afeta o equilíbrio militar na Europa e estimula uma nova corrida armamentista. Washington rebateu dizendo que o objetivo do sistema será proteger os Estados Unidos e seus aliados na Europa de ataques de países considerados perigosos, como o Irã.

Segundo os próprios serviços de inteligência da Casa Branca, é bom lembrar, o Irã não produz armas nucleares.

Seu legado ambiental também não é dos mais honrosos. Bush recusou-se a ratificar o Protocolo de Kyoto, assinado por seu antecessor, o democrata Bill Clinton. A esse respeito chegou a declarar que o acordo seria “desleal e inútil”, pois deixaria de fora 80% do mundo, além de causar “sérios prejuízos à economia americana”. A administração Bush também questiona a teoria de que os poluentes emitidos pelo homem causem elevação da temperatura da Terra.

“Hay que Endurecer...”

As relações da Casa Branca com a América do Sul não foram nada ternas, na gestão Bush.

Porém, o outrora playground político estadunidense vem diminuindo, não obstante sua crescente presença militar no continente.

A CIA montou em Asunción, durante o governo (1954-1989) do ditador paraguaio Alfredo Stroessner, uma estação de espionagem eletrônica e de rastreamento de sinais de rádio. Emissões de rádio de toda a região sul da América eram monitoradas e utilizadas pelos aparelhos repressores dos diversos ditadores de plantão de então.

Anibal Miranda, especialista em geopolítica, ainda em 2001 assegurava à imprensa “que a estação ainda funciona, no prédio da embaixada americana em Assunção”.

Foi provavelmente graças a esse monitoramento que os EUA recentemente divulgaram relatório demonstrando “preocupação” com o terrorismo na Tríplice Fronteira, confluência geográfica entre Argentina, Brasil e Paraguai. De acordo com a Casa Branca, células terroristas de grupos do Oriente Médio, como o Hezbollah e o Hamas, estariam operando na região, arrecadando doações entre a comunidade muçulmana local.

O exército paraguaio executa ações conjuntas com o exército estadunidense. Em Asunción, militares dos EUA estão presentes no Centro de Instrução Militar de Operações Especiais. Em Mariscal Estigarribia há uma pista de pouso para qualquer tipo de aeronave, que serve de apoio a operações estadunidenses na região.

Segundo Maria Luisa Mendonça, coordenadora da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, a estratégia estadunidense nessa região tem combinado “campanhas de propaganda sobre a suposta 'ameça terrorista', com a presença de militares estadunidenses, favorecida pelo acordo militar bilateral dos Estados Unidos com o Paraguai”.

Já a estratégia militar estadunidense em geral, por sua vez, ainda segundo Mendonça, “inclui implementação de bases militares, treinamentos e presença de tropas em território estrangeiro, investimentos em tecnologias de monitoramento, espionagem e projetos de infra-estrutura. Esta estratégia está baseada em diversos pilares, desde a intervenção direta até campanhas de propaganda e difamação, passando por processos das chamadas 'guerras de baixa intensidade', que promovem a opressão e estimulam a violência contra populações de baixa renda, urbanas e rurais”.

O Comando de Operações Especiais (Socom, em inglês), ainda em 2006, expandiu suas atividades para cerca de 20 países do Oriente Médio, da África e da América Latina. Desde 2003, já na administração Bush, o orçamento desse comando aumentou 60%.

Segundo o The Washington Post, entre suas missões está o recolhimento de informações para o planejamento de eventuais ações militares em países onde não há guerra ou conflito direto.

Talvez tenha sido graças a tais informações, e em nome da estratégia de estímulo a conflitos locais, que Phillip Goldberg, embaixador dos EUA na Bolívia, reuniu-se com líderes da oposição boliviana ao presidente Evo Morales, antes dos recentes conflitos racistas no país andino.

Goldberg foi expulso da Bolívia e o presidente Lula declarou apoio a Evo Morales, lembrando que a diplomacia dos EUA têm um longo histórico de ingerência nos assuntos sul-americanos.

Recentemente, Evo Morales qualificou como “vingança política” a decisão estadunidense de excluir seu país de benefícios alfandegários, unilateralmente condicionados à “luta antidrogas”. Bush suspendeu isenções fiscais de que se beneficiavam produtos bolivianos no mercado dos EUA.

Integrantes do governo dos EUA também mantiveram freqüentes contatos com diversos líderes golpistas nas semanas anteriores ao golpe de estado contra Hugo Chávez, em 2002. Meses após o golpe, que foi condenado oficialmente pela Organização dos Estados Americanos (OEA), o governo venezuelano revelou a presença de navios e aviões militares americanos em seu território, durante os dias da manobra oposicionista.

George Bush também tentou “aprimorar” o “Plano Colômbia”, criado pelo governo dos Estados Unidos em 2000, ainda na administração democrata.

O plano, que em tese combateria o narcotráfico na região, seria expandido a ponto de permitir a atuação dos militares estadunidenses no país sul-americano contra “ameaças à segurança nacional”, tanto dos EUA quanto da Colômbia. Incluída em um apêndice do orçamento nacional que Bush apresentou ao Congresso no ano passado, essa autorização permitiria aos EUA não se restringir, na região, apenas ao combate ao narcotráfico e às guerrilhas.

As guerrilhas, segundo classificação do Departamento de Estado dos EUA, seriam as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs), o Exército de Libertação Nacional (ELN) e a Autodefesas Unidas Colombianas (AUC).

Só que as AUC financiavam suas ações contra a guerrilha de esquerda com o tráfico de cocaína, tudo sob a vista grossa do presidente Álvaro Uribe, do exército colombiano e da agência estadunidense antidrogas (DEA).

Talvez tenha sido por isso que, no recente episódio de violação da soberania do Equador pela Colômbia, os EUA tenham dado apoio incondicional a Álvaro Uribe. “Democratas e republicanos devem trabalhar para estar ao lado de nosso aliado e lutar contra o narcotráfico”, disse Bush na oportunidade. Tratava-se de “uma questão de segurança nacional”, complementou à época.

A resolução da 25ª Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada em março último, em Washington, repudiou, em seu artigo 4, “a incursão de forças militares e efetivos da polícia da Colômbia em território do Equador, na Província de Sucumbíos, em 1° de março de 2008, feita sem conhecimento nem consentimento prévio do Governo do Equador, por considerar que constitui uma clara violação dos artigos 19 e 21 da Carta da OEA”.

Os EUA, evidentemente, fizeram restrições a tal artigo, argumentando que "a Colômbia exerceu o seu direito de 'legítima defesa', durante o ataque voltado contra as Farc".

A diplomacia brasileira, na oportunidade, defendeu a inegociabilidade do Artigo 21 da Carta da OEA, que trata da inviolabilidade territorial de seus estados-membros, contra a peculiar noção estadunidense de “soberania relativa”, defendida dias antes por Condoleezza Rice. Segundo a lógica de Rice, o combate ao terrorismo não pode respeitar fronteiras, o que implica que, nesses casos, a noção tradicional de soberania seja substituída pela de “soberania relativa”.

Um dos últimos movimentos da estratégia militar estadunidense para o continente foi a reativação de sua 4ª Frota Naval, responsável pela área marítina do Caribe e da América do Sul.

Uma das preocupações brasileiras com a reativação da 4ª Frota é que os EUA assinaram, mas não ratificaram, a Convenção de Montego Bay, da qual o Brasil é signatário. Segundo Montego Bay, o Brasil tem mar territorial de 12 milhas náuticas e Zona Econômica Exclusiva (ZEE) de 188 milhas, extensível até trezentas caso haja prolongamento da plataforma continental no fundo do oceano, fato que pode ser verificado tecnicamente.

Boa parte das novas reservas de petróleo localizadas pela Petrobras se localizam na ZEE, na chamada camada pré-sal.

Paranóia? Na verdade, recentemente os EUA questionaram, perante a Comissão de Levantamento da Plataforma Continental da ONU (LEPLAC) “os valores apresentados pelo Brasil no processo de levantamento de sua plataforma continental”, segundo o contra-almirante José Eduardo Borges de Souza, secretário-executivo da Comissão Interministerial para Recursos do Mar (Secirm).

De resto, desde o princípio da era Bush, a Casa Branca jamais aceitou negociar seus gigantescos subsídios à agricultura estadunidense e seu protecionismo a produtos como o aço, quando discutiu a implementação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Medidas compensatórias e acesso ao mercado estadunidense jamais fizeram parte da agenda de Bush para a ALCA, marcada por medidas unilaterais e pela exclusão de temas que não interessam a sua economia.

Mas que interessam, e muito, principalmente aos países do Mercosul.

Em função dessa resistência, os EUA passaram a celebrar tratados bilaterais de comércio, sobretudo com os países cujas economias são menos estruturadas, o que lhe confere maior poder de barganha sobre o conjunto do continente.

A reação latina veio na forma da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL).

“No, We Can't Anymore”

Em matéria de políticas internas, suas campanhas fundamentalistas para a abstinência sexual de adolescentes e jovens solteiros foram tão condenadas por setores da sociedade estadunidense quanto a proibição de pesquisas científicas sobre células-tronco.

A lei federal “No child left behind” (“Nenhuma Criança Deixada para Trás”), de 2001, foi duramente criticada. Entre as acusações de especialistas está a de que promoveu a privatização de parte do serviço básico de educação pública.

Acusação que também pesou sobre as reformas promovidas nos serviços sociais e de saúde. A privatização maciça desses setores foi feita, sobretudo, em benefício de organizações religiosas.

As mesmas que exigiram limitações legais ao direito ao aborto e o cancelamento de financiamentos a associações internacionais, como o Fundo das Populações das Nações Unidas, vinculado a ONU. Responsável por questões populacionais, a entidade foi acusada por setores religiosos fundamentalistas de promover, indiscriminadamente, o aborto e a esterilização forçada entre mulheres da China.

Segundo dados do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, entre 2001 e 2007 aumentaram em 25% os casos em que autoridades encarregadas da aplicação da lei violaram direitos civis das vítimas que deveriam proteger, um aumento de 25% em relação aos sete anos anteriores. A maioria dos acusados, contudo, sequer foi processada.

A taxa oficial de pobreza do país, em 2006, era de 12,3%. 7,7 milhões de famílias viviam em condições de pobreza, bem longe do sonho americano. Em novembro do ano passado, o Departamento de Agricultura apresentou relatório admitindo que, ainda em 2006, 35,52 milhões de estadunidenses, incluídas aí 12,63 milhões de crianças, haviam passado fome.

Enquanto isso, o orçamento estadunidense deste ano, de US$ 2,7 trilhões, previa 419 bilhões em despesas militares, além de outros 235 bilhões exclusivos para manter a ocupação ilegal do Afeganistão e do Iraque. Os recursos previstos para o Pentágono, este ano, representaram um aumento de 62% em relação a 2001, quando George Bush assumiu a Casa Branca. 47 dias de ocupação estadunidense no Iraque e no Afeganistão equivalem ao orçamento anual das forças armadas brasileiras.

O atual déficit recorde dos EUA, de US$ 427 bilhões, é uma conseqüência das ocupações no Iraque e no Afeganistão, do aumento das despesas com segurança nacional, depois do onze de setembro, e da recessão de 2001, que eliminaram o superávit do orçamento herdado por Bush quando assumiu a Casa Branca pela primeira vez.

Alguns analistas também afirmam que seus cortes gigantescos de impostos, entre eles a “Tax Relief for America”, de 2001, também são responsáveis pelo atual déficit histórico. Os principais objetivos desses cortes, a recuperação da economia e a criação de empregos, não foram atingidos.

Ainda na economia, sua gestão foi marcada por duas crises, a recessão de 2001/02 e o recente colapso de Wall Street.

A recessão do começo deste século teve sua origem, segundo afirmou o economista Walden Bello nessa mesma Carta Maior, na bolha tecnológica do final dos 90, que resultou na perda de ativos no valor de 7 bilhões de dólares em função do desmoronamento dos preços das ações das empresas do mundo da Internet, que haviam disparado de forma artificial.

Foi então que, em junho de 2003, já na administração Bush, o presidente do Banco Central dos EUA, Alan Greenspan, tratando de prevenir uma recessão duradoura, rebaixou as taxas de juros 1%, nível sem precedentes em 45 anos. “Com isso, o que conseguiu foi estimular a formação de outra bolha: a bolha imobiliária”, afirmou Bello, responsável pela maior quebra da economia estadunidense desde a crise de 29.

Que vem arrastando, consigo, boa parte da economia mundial.

Segundo José Saramago, “George Bush expulsou a verdade do mundo para, em seu lugar, fazer frutificar a idade da mentira”.

Informações recentes dão conta que, cada vez mais isolado, sequer seus amigos o visitam na Casa Branca, e nem mesmo seus secretários mais próximos têm comparecido aos seus antes concorridos encontros.

Na contabilidade final da história, o homem que um dia pensou falar com Deus e agir em seu nome não passa de um grande perdedor.


* Mestrando em filosofia. Mantém o blog www.laviejabruja.blogspot.com




Documentário sucesso nos EUA, Fahrenheit 9/11, 12 partes (legendado e dublado em português)

Sobre a administração Bush e a "Guerra ao Terror", desde a fraudulenta eleição presidencial em 2000
Passando pelos ataques do 11 de Setembro e pelos laços comerciais entre as famílias Bush e Bin Laden


EUA x Iraque: Uma Questão de Bem-Estar... dos Oleodutos

por Edu Montesanti, 17 de junho de 2004


Ontem foram explodidos no Iraque, para calafrios dos EUA e do mercado mundial, mais três oleodutos por cidadãos daquele país, inconformados com a invasão do xerife do mundo, o sr. George Bush, sob pretexto de haver ali bombas de destruição em massa - até hoje não encontradas. E não há nada que ligue o ex-ditador Saddam Hussein à rede terrorista Al-Qaeda, outro argumento que levou à guerra. As sabotagens reduziram a produção de petróleo a 30% do seu nível do pós-guerra, já baixa em relação ao anterior e à capacidade do país, agitando os negócios mundo afora.

Quem pode se esquecer (ou se lembrar) do garoto iraquiano Ali Abbas de 12 anos, que perdeu os braços, as pernas e a família inteira em bombardeio (imagem abaixo), das torturas e humilhações (inclusive sexuais) praticadas por criminosos militares norte-americanos na prisão de Abu Ghraib, entre outras crueldades dessa invasão em favor da "democracia", que ficarão para sempre na história da vergonha mundial? Embora a atrocidade a que o povo iraquiano é submetido não seja novidade na história do imperialismo global, não a torna menos deplorável. E não deixa dúvidas quanto às intenções de Bush filho naquele país, principalmente se observarmos a diferença de tratamento dada a (pasmemos! Pero no mucho...) oleodutos e iraquianos.

E que o óleo valha mais que uma vida tampouco é algo novo, ou pelo menos não deveria ser a qualquer pessoa really down to earth. Não dá para aceitar que os norte-americanos, doutores da liberdade duradoura, nos imponham a carapuça da ignorância convencendo que a democracia pode e deve ser imposta a uma nação. Não reconhecer os interesses de outros povos é negar a eles a liberdade de escolha, e o direito a uma situação adequada à realidade deles. E a realidade política, social, cultural e religiosa do Iraque e de todo o Oriente Médio é muito diferente da Ocidental.

Desejar torná-los o play ground dos EUA em tempos que o comércio já importa (muito) mais que o bem-estar da humanidade, e com uso da força constituir um Islã made in West que abrace os valores estadunidenses, é um perigo que aumentará a violência em escala mundial, custará muitas vidas... mas como vida não está em moda usemos, portanto, uma figura de linguagem: inflamará o terror como gasolina no fogo - tremam, burocratas! Será que agora mexeu com alguém?!

Liberdade a quem, baby Bush, ao povo iraquiano? "Mais non, tapados! Lá tal qual cá!" É a mesma liberdade e democracia que nos têm sido impostas goela abaixo na América Latina, onde três bombas de Hiroshima caem a cada ano (silenciosamente), e onde a cada minuto uma criança morre faminta ou enferma. Ou será que os hegemônicos pais da democracia estão contentes com o vizinho Haiti, onde o povo sobrevive à base de "bolachas" feitas de barro, água e óleo assadas sob o sol nas calçadas do país? Mas os iraquianos "oleosos" são mais interessantes que os haitianos inoportunos. Preocupar-se com estes por quê? Isso tudo para não se mencionar que nem se lembra que dentro dos próprios Estados Unidos, cada vez mais, morre-se de fome e de doenças tratáveis e curáveis.

Se entre o fraco e o forte, é ao pobre que a dita liberdade econômica oprime, logo testemunharemos o Iraque tão livre, em meio a esse monoteísmo do mercado, quanto nós latinos, sob auspícios de nossos neocolonizadores, suseranos do neoliberalismo como o norte-americano Covey T. Oliver, coordenador da Aliança para o Progresso (da América Latina), sentenciando em 1968: "Falar de preços justos, atualmente, é um conceito medieval. Estamos em plena era de livre-comercialização...". Ou liberdade sob a verdade absoluta já proclamada em 1913 pelo então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson: "Ouve-se falar de concessões feitas pela América Latina ao capital estrangeiro, mas não de concessões feitas pelos Estados Unidos ao capital de outros países... É que nós não fazemos concessões."

É isso: "liberdade" econômica nunca foi o forte deles.... a não ser para o "resto". Ai de quem discordar! Por trás da retórica de "prosperidade" e de "comércio livre", está a pilhagem dos recursos naturais dos países subdesenvolvidos, e as guerras prenunciando "paz" e "estabilidade" são sempre os mesmos argumentos imperialistas históricos para sustentar-se financeiramente, e manter-se no poder.

Nos dias de hoje, além de termos que engolir Bush em entrevista coletiva de 13 de abril, afirmando que não se lembra de nenhum erro cometido por ele após o 11 de setembro, e que se importa com os problemas dos EUA, não com os da humanidade, assistimos passivos à política (fracassada, é óbvio) de "terceirização" da invasão ao Iraque por parte do Pentágono, sob bandeira do humanitarismo (mas ele já disse que não se preocupa...!) O século XXI saúda a grande civilização decadente e intolerante das megamortes sistemáticas. E viva o bem-estar... dos oleodutos.



Crianças Iraquianas Vítimas da Suposta "Guerra Santa" dos EUA, Luta do "Bem contra o Mal"

Ali Abbas, 12 anos

Bush despedir-se-ia do povo iraquiano em 2008 levando um sapataço do jornalista iraquiano Muntadhar al-Zaidi, em entrevista coletiva
na capital Bagdá (vídeo e artigo mais abaixo), sobre o que diversos ocidentais, especialmente os mais "religiosos" e "defensores da liberdade", indignaram-se pronta, ressonante e nervosamente - os mesmos "religiosos" e "pregadores da Educação Moral e Cívica"
que, durante os cinco anos de Cruzada terrorista contra o povo árabe, calaram-se surpreendentemente. Curioso, não?!
































































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#Posté le mercredi 16 juillet 2008 09:54

Modifié le mardi 15 juillet 2014 22:09



Sapataço contra Bush

Não Poderia Haver Marca Metafórica Mais Adequada para Encerrar Seus 8 Longos Anos na Casa Branca

Democráticos e religiosos ocidentais de plantão em todo o mundo, abrem raivosamente livros de Educação Moral e Cívica e até a Bíblia em altíssono imediato, a fim de condenar sumariamente o jornalista iraquiano autor do sapataço contra Bush, "atentado" contra o lord que foi se despedir do povo iraquiano. Neste artigo, lembramos tais analistas que eles se esqueceram de abrir a Bíblia e cartilhas de Direito por 18 anos, para ensinar-nos algo de ética e humanitarismo. Mas, do que tem acontecido no Iraque causado por nós, ocidentais, durante todos esses 18 anos, não nos esquecemos e registramos aqui. Vale conferir

por Edu Montesanti, dezembro de 2008

Versão original em inglês publicada no
Nolan Chart (Estados Unidos)


Este artigo foi republicado na Europa, na página criada por jornalistas holandeses
em favor do jornalista Al-Zaidi, autor do sapataço contra Bush /
www.freealzaidi.com


Momentos antes de uma entrevista coletiva em Bagdá no Iraque domingo, 14 de dezembro de 2008, o jornalista e islamita-xiita Muntadhar al-Zaidi, de 29 anos, atirou seus dois sapatos conta Bush (veja videojornalismo aqui no Blog), de quem estava a 3,5 metros de distância. No primeiro ato, quase acertando Bush que se desviou para não ser atingido, Al-Zaidi gritou, "Este é um presente dos iraquianos! Este é um beijo de despedida, seu cachorro!". No segundo arremesso, em que o primeiro-ministro iraquiano Al-Maliki antecipou-se com a mão para proteger Bush, o jornalista iraquiano gritou: "Este é das viúvas, dos órfãos e dos que morreram no Iraque!". Jogar sapato em alguém é a pior ofensa no mundo árabe, e chamar de cachorro, o pior insulto.

Preso logo em seguida, Al-Zaidi tem sido considerado herói nacional em seu país e em quase todo o Oriente Médio pelo sapataço, tanto por sunitas quanto pela maioria xiita, historicamente marcados por feroz divisão (a qual tem sido uma das grandes preocupações de Bush no Oriente Médio, e teoricamente um dos motivos da invasão ao Iraque, e para ali permanecer todos estes anos).

Após o incidente Bush, visivelmente nervoso e abatido, disse que esse tipo de coisa é normal acontecer em sociedades livres e democráticas, especialmente por parte de pessoas que desejam chamar a atenção. Não, Bush, o Iraque não é um país livre e democrático. Mas após oito anos dando tantas gafes, Bush enfim acertou uma: sim, Al-Zaidi quis chamar a atenção, sim. Mas para quê?

Antes de compreendermos a situação iraquiana e a motivação de Al-Zaidi, vamos lembrar que um juiz não sentencia uma causa sem analisar todo seu contexto. O juiz brasileiro, dos mais respeitados, dr. Ives Gandra Martins, costuma dizer que, "Um juiz não é escravo da lei, mas da justiça". Entendemos e iremos discutir o contexto em que se deu o incidente, e todas as dores do povo de Al-Zaidi.

No que diz respeito à delirante democracia no Iraque, devemos lembrar, inclusive para avaliar o que ocorreu em 14 de dezembro na sala de Imprensa de Bagdá, que o Iraque é um caso totalmente atípico: os iraquianos têm sido dizimados em um país invadido onde, desde 2002, 1,5 milhão de pessoas morreram, 2 milhões se refugiaram na Jordânia e 3 milhões estão desabrigados (1). O sistema de educação e toda a infraestrutura do país estão completamente destruídos.

Que dizermos de Abu Ghraib e Guantánamo? E do Plano P2OG, arquitetado diretamente por Bush e Donald Rumsfeld, então secretário de Defesa, que visava incitar atos de terrorismo por parte dos iraquianos, para justificar em seguida novos ataques norte-americanos no Iraque? (Confira no final desta página documento, em inglês, que incrimina a Casa Branca nesta questão. Em Cacos do Império, nossa crônica nesta seção, leia mais sobre o Plano P2OG). Como toleraríamos torturas dentro de nosso país, praticadas por estrangeiros que controlassem nossas riquezas? Do mesmo jeito que Bush responde ao 11 de setembro?

Os iraquianos têm seus traumas, suas dores e tudo isso é, sim, justificável. É muito confortável a nós aqui, sentados em nosso trono democrático e religioso, falar agora em diálogo, paz e democracia. Sabemos bem que, a muitos, isso é política e religiosamente correto, mas aos iraquianos não interessa, muito menos agora, nossa filosofia, nossa religião, menos ainda se Bush e os lords da democracia da Casa Branca acham-se predestinados a salvar o mundo, levando a outros povos a civilização deles através do American Way of Life. As cínicas desculpas de Bush, no início de dezembro, por não ter encontrado bombas de destruição em massa no Iraque não podem trazer de volta os concidadãos de Al-Zaidi mortos até agora, nem aqueles mortos sob as bombas Mini-Nuke em 1991, na Primeira Guerra do Golfo, nos arredores da cidade de Basra - conforme revelado em outubro deste ano, tais bombas, atingindo 4,3 graus na escala Richter (!), eram de 6 a 30 vezes mais potentes que a bomba atômica que atingiu Hiroshima no fim Segunda Guerra Mundial (2).

Sim, Al-Zaidi quis chamar a atenção, sim: a minha, a sua e a atenção do mundo. Em um lugar e em um tempo que nem ele nem seu povo têm espaço para ecoar seus sofrimentos, ele quis chamar a atenção para a covarde invasão dos Estados Unidos que os iraquianos têm enfrentado, causando inumeráveis e inimagináveis vítimas. Como o Iraque é um caso atípico, nós entendemos seu ato domingo passado. A opressão de Bush incita tais atos, a política dos EUA incita tal compreensível e justificável repúdio contra nós, ocidentais. A covardia e as mentiras de Bush estimulam o mundo a gritar, "Chega!".

O ponto principal não é o sapataço, mas sim como nós, ocidentais, respondemos a ele, como assumimos nossa responsabilidade pelo que os povos árabes vêm sofrendo e termos consciência de que, antes de racionalmente querer chamar a atenção ou qualquer outra coisa, a atitude de Al-Zaidi é a resposta do desespero - um desesperado frente ao autodenominado presidente da guerra, e a um Ocidente em massa abrindo a Bíblia e livros de Direito para, friamente, jorrar teoria em cima de teoria... contra o povo oprimido! Será que Al-Zaidi também teve em mente esses apoiadores da democracia ocidental e da santidade bíblica, ao atirar seus sapatos no criminoso Bush? Se não teve, deveria ter tido...

Perante isso tudo, podemos afirmar: o retrocesso não foi do jornalista iraquiano, mas tem sido evidenciado, definitivamente, por alguém que responde, com ditos e feitos, como o xerife do mundo, cuja administração encerra-se agora de modo vexatório, como sempre se escondendo atrás de discursos democráticos. Domingo passado, os oito longos anos de Bush foram metaforicamente marcados, para sempre, pelo sapataço - pelo qual Bush é responsável, vale apontar novamente.

Finalmente, entre espetáculos midiáticos e bombas "inteligentes", caras e genocidas, ao menos uma coisa positiva devemos reconhecer na administração Bush, após tanto tempo: um dos seus maiores problemas parece ter sido resolvido, a divisão entre sunitas e xiitas. Vá embora feliz, Bush, você conseguiu.

Enquanto o mundo dá risada (inclusive o democrático Bush), não devemos esquecer: o Iraque sangra.


1. Research Business, no jornal britânico The Guardian. Citado por Carmen Aristegui na rede de TV CNN em Espanhol;

2. A Nova Democracia, novembro / dezembro de 2008
(www.anovademocracia.com.br)



Jovem soldado norte-americano estuprou iraquiana de 14 anos
E a assassinou, bem como membros de sua família

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Soldado Steve Green, réu confesso do esturpo e assassinato de menina iraquiana
E assassinato de toda a sua família, queimando-a viva

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Estupros em massa de mulheres iraquianas por parte de soldados norte-americanos

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Depoimento de mulher iraquiana estuprada por soldado norteamericano

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Bush É Procurado por Acusações de Tortura

Em novembro de 2009, o ex-presidente reconheceu
ter autorizado a tortura de presos sob custódia dos Estados Unidos

jornal Brasil de Fato, 21.2.2011


O ex-presidente norte-americano George W. Bush pode ter desaparecido das manchetes dos jornais desde que deixou o cargo, em janeiro de 2009, mas os crimes atribuídos ao seu governo não são esquecidos.

O Centro de Direitos Constitucionais (CCR) divulgou no dia 7 a “Acusação preliminar por torturas contra Bush”, um documento que descreve os aspectos centrais do caso contra o ex-presidente e a forma como violou a Convenção Contra a Tortura, assinada pelos Estados Unidos.

O CCR apresentou a iniciativa junto com outras 60 organizações, entre elas o Centro Europeu de Direitos Humanos e Constitucionais, com sede em Berlim. O fato coincidiu com o nono aniversário do dia em que Bush decidiu que os chamados “combatentes inimigos” tinham direito às proteções fundamentais previstas nas convenções de Genebra sobre presos de guerra. Duas vítimas de tortura se propuseram iniciar um processo penal em Genebra contra Bush, cuja chegada à Suíça estava prevista para o dia 12.

Nos casos de tortura, a legislação suíça exige a presença do acusado em seu território antes de iniciar a investigação. Ativistas pelos direitos humanos consideraram que a visita de Bush era a oportunidade perfeita para que esse país cumprisse sua obrigação como signatário da Convenção Contra a Tortura e para que ao ex-presidente chegasse a mensagem de que não gozaria de nenhuma exoneração especial, mesmo sendo ex-chefe de Estado. No entanto, Bush suspendeu a viagem.

“Em novembro de 2009, Bush reconheceu ter autorizado a tortura de presos sob custódia dos Estados Unidos”, disse à IPS a advogada do CCR Katherine Gallagher, também vice-presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos. “Supõe-se que somos um país com um sólido Estado de direito e quando agimos com impunidade de forma tão descarada passamos uma péssima mensagem ao mundo”, acrescentou.

O afogamento simulado de um preso “é legal porque os advogados dizem que é legal. Não sou advogado”, disse Bush em novembro de 2010, ao ser entrevistado pelo jornalista Matt Lauer. “Claro que o faria”, respondeu o ex-presidente ao ser perguntado se voltaria a tomar a mesma decisão.

Além do caso apresentado pelo CCR, há mais dois iniciados na Espanha sobre as ações dos advogados constitucionais do governo Bush, o chamado “Bush 6”, autores do manual de tortura e arquitetos do contexto legal que o presidente invocou quando começaram as ações judiciais contra ele. “Os dois temas fazem parte dos esforços para designar responsabilidades que, espero, se fechem sobre os Estados Unidos”, disse Katherine à IPS. “O Bush 6 é integrado por pessoas que pretendem que a tortura seja aceitável, mas não é assim”, acrescentou.

A Casa Branca permanece em silêncio, enquanto juízes, de Madri a Genebra, investem contra o governo anterior. Nem o presidente Obama nem ninguém de seu staff deram apoio a algum dos cidadãos que lutam contra a impunidade. A Anistia Internacional e a Human Rights Watch (HRW) pediram a Washington que investigue de forma exaustiva as denúncias contra Bush e também o fim imediato da impunidade. “Ao menos, deveriam investigar a possibilidade de indiciamento”, disse à IPS a porta-voz da HRW, Laura Pitter. “Não há razão para que os tribunais dos Estados Unidos não iniciem uma investigação desse tipo, mesmo se baseando apenas no que Bush reconheceu publicamente”, acrescentou.

O impassível rosto de Obama ficou descoberto pelos milhares de documentos diplomáticos divulgados pelo Wikileaks no final do ano passado. Os telegramas revelam que seu governo mantinha contatos com funcionários espanhois para manter as investigações ocultas. “É uma grande decepção vindo de um presidente que era professor de direito constitucional”, disse Katherine à IPS. As organizações de direitos humanos acompanham atentas os processos, apesar da indiferença de Washington.

“Bush é um torturador e deve ser lembrado como tal”, disse Gavin Sullivan, do Centro Europeu de Direitos Humanos e Constitucionais. “Ele é responsável por autorizar torturas contra milhares de pessoas em Guantánamo e nos locais secretos que a CIA tem em todo mundo. Bush tem razão de estar preocupado, porque todos os países têm a obrigação de processar os torturadores”, acrescentou. E, talvez, mais importante do que as acusações sejam os sobreviventes, cujas vozes estão apagadas ou continuam ocultos em Guantánamo e que merecem que a justiça seja feita.



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Leia entrevista em português, em WikiLeaks - Revelações dos Segredos de Estado dos Estados Unidos



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#Posté le mercredi 01 septembre 2010 15:46

Modifié le dimanche 25 juin 2017 04:16

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