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VI. O 11 DE SETEMBRO DE CADA DIA DO AFEGANISTÃO

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Vídeo: Malalaï Joya denuncia traficantes de droga no Parlamento, gera grande tumulto, por fim expulsa dele


"Estou me preparando para regressar ao Parlamento, onde tenho legitimidade. Tenho um sonho. Até muitos. Sonho que as mulheres do Afeganistão ajam e mostrem que se for dada uma oportunidade, ela podem fazer um trabalho brilhante". (7)

"No Afeganistão, 87% das mulheres sofrem violência doméstica; estupros são inúmeros e 80% dos casamentos são forçados, onde filhas servem como moeda de troca; suicídios são, muitas vezes, a única opção como fuga da miséria. "Se você soubesse o número de mulheres queimadas e deformados no hospital de Herat! Educação? Segundo a Oxfam, uma menina de cinco anos vai à escola primária, quando tem 20 à secundária! Não há nenhuma melhora nessa situação, e nas regiões dominadas pelos talibans muitas meninas são freqüentemente atacadas e estupradas a caminho de escola, e suas escolas são queimadas. Saúde? Não existe! A expectativa de vida da mulher no Afeganistão é de 44 anos, a cada 28 minutos uma mulher morre nos hospitais afegãos..." . (Malalaï Joya)



Citado por Edu Montesanti em Prêmio Anna Politkovskaya' 2008 para Malalaï Joya - A Mulher Mais Corajosa do Afeganistão

Matéria na íntegra, em Malalaï Joya - A Mulher Mais Corajosa do Afeganistão
, aqui no Blog

#Posté le mercredi 01 septembre 2010 22:08

Modifié le lundi 20 mai 2013 16:51

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Vídeo: Malalaï Joya é censurada e insultada no Parlamento



Enquanto isso, o Afeganistão bate em 2007 seu próprio recorde histórico de produção de ópio: 8.200 toneladas (9). O Presidente Hamid Karzai é acusado de fazer parte disso. Neste ano também cresceu muito mais o confronto no país, particularmente ataques-suicidas como ocorrem no Iraque - anos antes incomuns no Afeganistão -, e as forças de ocupação dos EUA matam mais civis que nunca.


Edu Montesanti em Prêmio Anna Politkovskaya' 2008 para Malalaï Joya - A Mulher Mais Corajosa do Afeganistão

Matéria na íntegra em Malalaï Joya - A Filha Corajosa do Afeganistão
, aqui em Uma Questão de Liberdade



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Malalaï Joya fala sobre a realidade do Afeganistão, e as mentiras da invasão norte-americana


Tragédia de Orlando, o Surto da Política dos Estados Unidos

Enquanto o governo dos EUA e seus aliados apoiarem o Taliban, a jihad e o Estado Islamita no Afeganistão, no Iraque, na Síria, na Líbia e em outras partes do mundo, nem o Afeganistão nem outros países muçulmanos estarão a salvo dessa praga mortal, nem os Estados Unidos e os países europeus

Comunicado da Revolutionary Association of the Women of Afghanistan (Rawa, Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão), que vive no anonimato lutando contra os fascistas religiosos locais e contra a ocupação norte-americana, que há 16 anos apenas joga mais gasolina sobre o fogo de um dos países mais perigosos do planeta, especialmente para mulheres e meninas

Tradução de Edu Montesanti


Omar Mateen, norte-americano de 29 anos de ascendência afegã, matou 49 pessoas e feriu dezenas de jovens em um clube gay em Orlando em junho do ano passado, e em seguida foi morto pela polícia. Aquele terrível ataque terrorista não encontrou precedentes na história dos tiroteios em massa no país norte-americano.

As grandes diferenças de classe, as guerras dos EUA em todo o mundo, as políticas discriminatórias do governo de Washington em relação aos afro-americanos e a outras minorias, a falta de controle de armas e outros fatores semelhantes levaram ao surgimento de tais tragédias nos "países avançados e mais ricos do mundo", que são cada vez mais comuns. O que distingue o atirador Orlando, no entanto, é o fato de que ele e sua família são afegãos.

Omar Mateen foi questionado pelas autoridades norte-americanas sobre suas ligações com os dois irmãos chechenos envolvidos no ataque em Boston em abril de 2013. Em 2014, o FBI investigou suas possíveis ligações com Abu Saleha Munir Muhammad, membro do grupo terrorista Al Nusra na Síria. No entanto, em ambas as vezes o FBI descobriu que o contato "mínimo" entre Mateen e os grupos terroristas não representavam nenhum perigo. Apesar disso, seu nome foi incluído em duas listas de terroristas e ele esteva sob vigilância por agências de segurança. A loja que vendia armas de fogo também suspeitou das compras, e relatou tal fato duas vezes ao FBI. A cada dia que passa, surgem novos detalhes que apontam para a negligência das autoridades norte-americanas para Mateen.

Essas questões sugerem como o atirador, apesar de suspeito, pôda continuar seu trabalho na empresa G4S de segurança (maior do mundo), e como pôde comprar armas tão facilmente. Por que ninguém levava em consideração as queixas de um de seus colegas na empresa, que dizia que Omar odiava negros, mulheres, homossexuais (embora testemunhas digam que Omar era gay) e judeus, e que queria matá-los? Por que o complicado sistema dos Estados Unidos não investiga as alegações de Sitara Yusufi, ex-esposa de Omar que viveu com ele por apenas quatro meses, quem disse que ele era um homem de mau temperamento que regularmente batia nela por pequenas coisas, como por não ter lavado as roupas. Por que as autoridades dos EUA não se preocuparam com o comportamento desumano, ao estilo taliban e jihad, de um norte-americano com a esposa? O que é mais importante, por que o pai de Omar, Siddique Mateen, quem afirmou ser o presidente do Afeganistão, escapou da investigação do FBI e de outras agências de segurança quando dirigia programas como "Jirge Durand" "(Assembleia Durand) na TV "Pajame Afghan" (Mensagem Afegã) nos EUA, e abertamente apoiou membros do Taliban chamando-os de "nossos irmãos combatentes" que estão lutando contra o Paquistão e contra o governo afegão? Por que os EUA têm permitido que canais de TV de Gulbuddini e dos taliband, como "Payame Afeghan" propaguem abertamente e justifiquem o extremismo? Tratam-se de dezenas de perguntas neste sentido, que passam pela mente de todos.

As respostas para as perguntas acima são, na verdade, as seguintes: as agências de inteligência nos EUA, especialmente depois da invasão soviética, levou milhares de afegãos para debaixo de suas asas a fim de treiná-los para que pudessem ser usados ​​pela CIA no futuro, para defender os interesses dos EUA no Afeganistão. Hoje, vemos pessoas como Zalmai Khalilzad, Yusuf Pashtoon, Anwar ul Haq Ahadi, Ashraf Ghani, Farooq Wardak, Omar Zakhilwal, Jawad Tayyab, Hamid Karzai, Rahim Wardak, Omar Daudzai, Nadir Nadiri, Omar Samad, Amrullah Saleh, Wahid Omar, Yusuf Nooristani Siddique Siddiqui, Assadullah Zamir, e dezenas de outros que atuam como espiões e traidores famoso, e têm servido como presidentes, ministros, embaixadores, conselheiros, porta-vozes e representantes do regime fantoche dos Estados Unidos no Afeganistão ao longo dos últimos 16 anos.

Siddique e Omar Mateen Mateen não foram expulsos pela CIA antes do crime ocorrer, e antes Omar jurou fidelidade ao Estado Islamita porque planejava usá-los um dia no Afeganistão, na Síria ou em algum outro desafortunado lugar. Como os Estados Unidos, o Reino Unido não puniu indivíduos como Khalil Hashemian, Ishaq Nigargar, Nabi Misdaq, General Rahmatullah Safi, Abdul Malik, rivais de Rashid Dostum, Siddique Chakari, Bashir Ansari, Omar Khitab, Simin Omar Qadir Fitrat, Rahmatullah Hashemi e outros, para apoiar o Taliban e a ideologia de "facções", tanto na teoria como na prática, mas protegeu estes seus leais lacaios para que posteriormente fossem impostos ao nosso povo algum dia. Os Estados Unidos agem com desavergonhado e com incrível cinismo nesta questão. Omar Zakhilwal, quem serviu como ministro das Finanças afegãs, lamentou oficialmente a morte do Mullah Omar e esteve envolvido em corrupção financeira; além disso, atacou uma mulher nepalesa com Farooq Wardak e Wais Barmak. A CIA não só permitiu que Omar Zakhilwal continuasse trabalhando como ministro, mas que posteriormente fosse nomeado consultor financeiro de Ashraf Ghani, então embaixador no Paquistão.

Isso está em consonância com a política da CIA, que promove o fundamentalismo que hoje Gulbuddin, um dos assassinos e traidores mais sujos e infames dos últimos quarenta anos, leva a Cabul em troca de uma participação no poder porque esse criminoso selvagem prometeu à CIA, novamente, que será o agente leal da Casa Branca assim como já foi, no passado, Por isso, a mão está aberta aos crimes de crueldade, ao derramamento de sangue, à tirania e ao contrabando. Não é de admirar que Zalmai Khalilzad tenha dado tapinha nas costas deste que ataca mulheres com ácido.

É bem possível que algum dia Siddique Matin, que descaradamente defendeu seu filho assassino em uma típica linguagem taliban-jihad, também entrará em Cabul como Gulbuddin, exibindo habilidades de inglês e obtendo uma posição oficial no governo.

Uma nova onda de hostilidade para com os afegãos e muçulmanos acomete os Estados Unidos em parte por causa da propaganda, mas o que a mídia dos EUA não questiona é por que o governo dos EUA libera terroristas sanguinários das prisões de Guantánamo e de Bagram, para trazer miséria à nossa sofrida sociedade. Continua apoiando assassinos fundamentalistas, e os usa contra a independência, a democracia, a justiça e a liberdade das mulheres no Afeganistão apesar de, diversas vezes, alguns desses cães treinados, em um surto de suas "emoções", inspirados no Taliban e no Estado Islamita atacaram os norte-americanos também. Por que os Estados Unidos, sob o vigoroso disfarce de "democracia, dos direitos das mulheres e dos direitos humanos", usa grupos terroristas no Iraque e na Síria contra Bashar Assad? Por que os Estados Unidos substituíram o Taliban por criminosos jihadistas, e agora estão trazendo de volta seu Taliban para cumprir os principais objetivos de Washington na região e no mundo?

Obama visitou Orlando para oferecer condolências às famílias das vítimas, mas enquanto o governo dos EUA e seus aliados apoiarem os elementos Taliban, a jihad e o Estado Islamita no Afeganistão, no Iraque, na Síria, na Líbia e em outras partes do mundo, nem Afeganistão e nem outros países muçulmanos estarão a salvo dessa praga mortal, nem os EUA e nem os países europeus. Como disse Omar Mateen, o povo dos Estados Unidos vai chorar por seus entes queridos novamente. Só com a destruição da máquina de guerra e das políticas de intimidação, reacionárias e fundamentalistas dos Estados Unidos, as pessoas de todo o mundo serão libertadas do pesadelo das ações dos fascistas religiosos.


www.edumontesanti.skyrock.com
quem poderia ter lhe contado?



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#Posté le mercredi 01 septembre 2010 22:09

Modifié le lundi 01 mai 2017 08:56

Imagem: Joya já sofreu cinco tentativas de assassinato,
só trafega por Cabul cercada por 12 seguranças fortemente armados,
de táxi e escondida em uma burca. Ela nunca dorme duas noites na mesma casa


"Eu gostaria que eles soubessem que o povo afegão tem sido vítima das políticas equivocadas do governo dos EUA nas últimas três décadas que seguiram ao fim da Guerra Fria. eles deveriam saber que o Afeganistão não está de maneira nenhuma "libertado", como trombeteia a imprensa ocidental. Deveriam saber que os piores inimigos do povo do Afeganistão, os que trouxeram Osama bin Laden ao Afeganistão e massacraram nosso povo, e cometem crimes inacreditáveis contra as infelizes mulheres, estão agora no poder trazidos de volta pelos EUA. Eles deveriam saber que o povo afegão enfrenta um 11 de setembro todos os dias. Deveriam saber que sob a ocupação dos EUA, o Afeganistão tornou-se o número um na produção de ópio mundial, grande parte dele contrabandeado pelos EUA. Por fim, eu gostaria que eles soubessem que, como todos os seres humanos, o povo afegão ama a democracia, a liberdade e sonha com uma vida próspera. Enquanto odiamos os fomentadores da guerra e as políticas promotoras de crimes do governo dos EUA, sentimos, reconhecemos e agradecemos à solidariedade e o apoio do povo dos EUA, e sabemos de seu humanitarismo e dedicação." (Malalaï Joya)


Citado por Jake Towne no Nolan Chart, tradução de Edu Montesanti

Leia este artigo em português, na íntegra,
Uma Saudação à Malalaï Joya, aqui no Blog



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Crianças afegãs estudando em casa





Paghman, "a cidade do piquenique"





Cidade de Cabul, capital do país





Cidade de Bamiyan





Cidade de Paktiya

#Posté le mercredi 01 septembre 2010 22:11

Modifié le jeudi 11 juin 2020 01:03




A maioria das pessoas vive em casas ilegais, não-planejadas, desregulamentadas propensas a desastres naturais, e falta água e instalações de saneamento básico, segundo funcionários públicos. “Dos [estimados] cinco milhões de habitante hoje em Cabul, pelo menos três milhões estão residindo em ”casas não-planejadas e ilegais”, disse Abdul Wahab Sadaat, deputado diretor da assistência pública da cidade no departamento Municipalidade de Cabul. “Essas casas – que compõem cerca de 75% das casas de Cabul – são também vulneráveis a terremotos, enchentes e outras catástrofes naturais”, disse Sadaat.


Artigo publicado no sítio da RAWA, Afghanistan: Unsafe Housing Puts Kabul Residents at Risk. Citado por Edu Montesanti na Terceira Página, em O 11 de Setembro e a "Guerra ao Terror": Os Políticos São Inteligentes - O Povo É o Problema





Visite o sítio da RAWA
Revolutionary Association of the Women of Afghanistan
Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão


Sítio com traduções para o português








Abuso de Soldados Estadunidenses no Afeganistão Causa Revolta

Fotos revelam absurda diversão de soldados em assassinato de civis;
nas últimas semanas foram 70 civis mortos

Jornal Brasil de Fato (Traduzido de La Jornada)

22.3.2011


A revista alemã Der Spiegel publicou hoje fotografias que mostram abusos de soldados estadunidenses no Afeganistão. Nelas se vê militares junto de cadáveres, que poderiam ser de civis, como se tratam-se de troféus. Diante do escândalo, o exército estadunidense ofereceu desculpas “pelo sofrimento” causado.

Este feito recordou as imagens das prisões iraquianas de Abu Ghraib, quando entre 2003 e 2006 se mostrou a forma com que alguns empreiteiros e membros da Agência Central de Inteligência abusaram dos prisioneiros enquanto lhe tiravam fotos.

Em duas imagens publicadas, que segundo o semanário alemão as autoridades dos Estados Unidos haviam tratado de manter secreto, parecem mostrar a dois integrantes de uma unidade do exército que supostamente mataram a civis afegãos por diversão.

Em uma delas, um suposto soldado com um cigarro na mão levanta a cabeça de um homem ensanguentado, que parece estar morto. Na segunda, outro suposto soldado sorri com o mesmo homem.

Uma terceira foto mostra dois corpos, aparentemente mortos, apoiados contra um poste.

O comunicado do exército classificou as imagens como “repugnantes” e “contrarias a normas e valores do exército dos Estados Unidos”, pelo que “pedimos desculpas pela angústia que estas fotos causaram”

Assinalando que tais ações estão sob investigação e sujeitas aos procedimentos do conselho de guerra estadunidense.

Der Spiegel disse que um dos soldados nas fotos é o cabo Jeremy Morlock, que enfrenta acusação de homicídio premeditado pela mortes de três afegãos.

O outro é o soldado Andrew Holmes acusado de participar em um complô para executar um homem no Afeganistão em janeiro, registrou a revista.

O plano, supostamente pensado pelo sargento Calvin Gibbs e por Morlock, implicou em disparar contra um civil e lançar granada de fabricação russa para que parecesse que era um combate contra inimigos. Em novembro, Holmes conseguiu uma suspensão temporal dos processo legais em relação aos cargos de assassinato, segundo seu advogado.

Morlock é um dos cinco soldados acusados de assassinato no caso. outros sete são acusados de tentar bloquear a investigação, consumir drogas e golpear gravemente a um companheiro em represália por informar a seus superiores.

Der Spiegel assinalou que os militares estadunidenses trataram de impedir a publicação das fotos por temer a possibilidade de reação contra suas tropas no Afeganistão.

"Der Spiegel publicou só três das 4 mil fotos e vídeos, só as necessárias para a história que queria ser contada aqui", afirma a revista.

Estados Unidos, com quase dos terços dos 150 mil soldados estrangeiros que o ocupam o Afeganistão desde o final de 2001, tem recebido censuras frequentes por sua atuação contra civis.

Fontes de direitos humanos em Kabul e da insurgência afegã denunciaram que não menos de uma cetena de civis foram mostos por bombardeios indiscriminados das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em medida este ano.

Autoridades afegãs acusam Otan de matar mais de 70 civis nas últimas semanas na província de Kunar, fronteira com o Paquistão.


Veja galeria de fotos lamentáveis, com notas explicativas, publicadas pela revista britânica Rolling Stone
do masssacre contra civis no Afeganistão praticado pelo "Esquadrão da Morte" (militares norte-americanos).
Nesta galeria, reporta-se inclusive que soldados de ocupação matam civis inocentes e, posteriormente, colocam armas junto a seus corpos a fim de justificar o crime de guerra em ataque legítimo contra terroristas




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#Posté le mercredi 01 septembre 2010 22:13

Modifié le lundi 01 mai 2017 09:07





"MEUS INIMIGOS SÃO O TALIBAN, A MÁFIA QUE ESTÁ NO PODER
E AS FORÇAS ESTRANGEIRAS"

Público.net, Portugal

17.04.2009, Alexandra Lucas Coelho



Chamam-lhe a mulher mais corajosa do Afeganistão. Num país de homens, Malalai Joya chama criminosos aos senhores da guerra. Dois anos após ser eleita deputada, expulsaram-na
do Parlamento, com ameaças de morte. Hoje vive de casa em casa, clandestina. Há dias recebeu mais um prémio internacional na Holanda. No regresso, conversou com o P2

[O pai de Malalai Joya, estudante de Medicina, foi perseguido na ocupação soviética do Afeganistão. Ela tinha quatro anos quando a família saiu do país. Refugiaram-se no Irão e no Paquistão e voltaram após o derrube dos taliban. Na grande assembleia constitucional Loya Jirga, Malalai pediu três minutos e denunciou os senhores da guerra ali presentes, até a impedirem de falar. Ficou célebre. Em 2005 tornou-se a mais jovem deputada eleita e continuou a denunciar muitos deputados como senhores da guerra e traficantes de droga. Em 2007, uma maioria de deputados juntou-se para a expulsar. Passou à clandestinidade. Já foi nomeada para o Nobel da Paz e tem recebido prémios de Direitos Humanos na Europa. É protagonista de um documentário premiado no Festival de Berlim de 2008. Perante as estrelas - Deneuve, Kasparov, Geldof, Hillary Swank -, tanto defendeu os direitos das mulheres afegãs como criticou a ocupação estrangeira. Falou ao P2 por telefone, de Cabul.]

Neste momento estou a viver em Cabul, mas tenho problemas de segurança. Quando me expulsaram do Parlamento, há dois anos, a minha vida tornou-se arriscada, e é por isso que tenho de estar a mudar de casa, tenho de ter guarda-costas, não posso ter um escritório. Há muita gente no Afeganistão que quer encontrar-se comigo, mas com a maior parte só posso ter contactos indirectos ou clandestinos.
Fui expulsa do Parlamento por dizer a verdade, por tirar a máscara aos traficantes de droga, aos senhores da guerra e criminosos. Depois do 11 de Setembro, alcançaram o poder e impuseram-se ao nosso povo. São antimulheres e antidireitos humanos.

A minha vida mudou desde que os expus ao mundo, em 2003 [durante a Loya Jirga ]. E, quando entrei para o Parlamento, impediam-me de falar. Desligavam o microfone. Chegaram a bater-me. Ameaçaram matar-me. Foi uma tortura. E em 2007, porque não me conseguiam calar, usaram uma das minhas entrevistas [em que Malalai comparava o comportamento de alguns deputados ao de animais] para uma conspiração. A maioria votou pela minha expulsão. Recebi apoio nacional, em Cabul [Centro], em Jalalabad [Leste], na província de Farah [Sul, de onde Malalai é originária]. Fizeram-se manifestações e houve uma condenação internacional. Os deputados disseram que se eu pedisse desculpa podia continuar no Parlamento, mas não é necessário pedir desculpa quando dizemos a verdade.

Agora tenho um advogado de defesa, mas, como não há justiça no Afeganistão, a última resposta ao meu advogado foi que a minha expulsão nem tinha sido grande castigo, deviam ter-me respondido com uma Kalashnikov. Ameaçaram-me de morte abertamente, e também ameaçaram matar o meu advogado. Quando me expulsaram do Parlamento, um daqueles ditos deputados disse: "Se ela não se cala, vou com uma bomba e elimino-a." E recebi mais ameaças assim.

É por isso que estou sempre a mudar de casa. Recentemente houve uma quinta tentativa de assassinato contra mim, e tive sorte, tinha saído dessa casa. Para me movimentar uso burqa, e tenho 12 guarda-costas, que vão mudando, de seis em seis meses.

Máfia no poder

No dia 24 de Abril vou fazer 31 anos. Sou casada. Não tenho filhos - estou disposta a fazer sacrifícios pelo meu povo e esta não é uma vida normal. Às vezes encontro-me com o meu marido em casas de apoiantes, e felizmente ele apoia-me. Ele era estudante na universidade, mas agora está à procura de trabalho. Para a maior parte dos afegãos não é fácil, as pessoas estão desempregadas. Eu e o meu marido não podemos ter uma casa, mas, para mim, mais importante do que uma casa era um escritório, por causa de quem telefona e me quer ver. Digo que estou a tentar reunir provas dos crimes dos senhores da guerra, mas é especialmente difícil no caso das raparigas que foram violadas. Telefonam e, de forma clandestina, tento o mais possível encontrar-me com elas, dar-lhes coragem e esperança, convencê-las a não se matarem. Isso é muito importante, mas é difícil eu conseguir fazê-lo.

O que me dá esperança e coragem é o forte apoio das pessoas que diariamente me mostram como estou certa. Pessoas que acreditam na democracia e na paz, e também organizações antiguerra pelo mundo, que apoiam a minha luta antifundamentalista.

O meu Comité de Defesa [que mantém o site http://www.malalaijoya.com] é formado sobretudo por jovens afegãos. Depois do meu discurso em 2003 [na Loya Jirga], disseram que queriam fazer um site para me ligar ao mundo e que não pertenciam a nenhum partido. Só concordavam comigo e queriam ajudar. São muito honestos, e não lhes pago nada, respeito-os, amo-os, partilhamos a fé na democracia e nos direitos humanos. Dá-me alegria que dia a dia este grupo cresça. Este Prémio Antidiscriminação, que acabei de receber na Holanda, foi com os votos da juventude holandesa.

Tudo isto põe mais responsabilidade nos meus ombros, para não ficar em silêncio e lutar contra os fundamentalistas, os taliban e também os da Aliança do Norte que estão no poder. Porque temos um sistema mafioso.

Entre dois inimigos

Agora querem mandar mais tropas para o Afeganistão. Para os afegãos isso quer dizer mais guerra e conflito. Estas tropas cujo número Obama quer aumentar vão bombardear em nome da "guerra contra o terror" e vão matar civis inocentes. Desde que Obama chegou ao poder, 150 civis foram mortos, e muita gente ficou ferida. Estão a matar pessoas que são contra os taliban, e muitas delas são mulheres e crianças. E Obama planeia falar com alguns taliban violentos e com Gulbuddin Hekmatyar [um líder regional de reputação violenta]. O ciclo de senhores da guerra ficará completo, e os inocentes, especialmente as mulheres, serão as vítimas.

O Governo americano traiu a democracia e os direitos das mulheres ao trazer estes fundamentalistas da Aliança do Norte, que mentalmente são como os taliban. A segurança é o problema principal do meu povo, neste momento. O Governo não tem qualquer controlo fora de Cabul. E com os milhões de dólares que entraram um governo democrático teria reconstruído duas vezes o Afeganistão. A maior parte do dinheiro foi para o bolso dos senhores da guerra.

Há dias um homem matou a família e matou-se por não conseguir arranjar trabalho, e muitos destes homens caem nas mãos dos mafiosos que estão no poder. A situação para as mulheres é um inferno, especialmente no Sul. As mulheres activas estão a ser mortas, e muitas imolam-se pelo fogo.

O nosso povo está entre dois inimigos. Um é a Aliança do Norte, que está no poder, e os taliban. O outro é o inimigo externo, as tropas que bombardeiam e matam. A nossa história não aceita a ocupação, e é por isso que o Governo é tão fraco e há manifestações contra as tropas da NATO. Se estas tropas não deixarem o Afeganistão, tenho a certeza de que vão enfrentar uma resistência crescente do meu povo. O que as pessoas estão a dizer agora é que não esperam nada de bom das tropas. Em sete anos não fizeram nada e nós perdemos a nossa independência. Se as tropas saírem, será mais fácil para nós lutar contra o inimigo interno, os taliban e a Aliança do Norte.

Viajar clandestina

A consciência política do meu povo melhorou. A única alternativa para o Afeganistão é gente que acredite em lutar contra o fundamentalismo. Mas neste momento essas pessoas têm pouco poder. Eu sou um exemplo. Por que me expulsaram do Parlamento? Porque não fiz um compromisso com eles. Como aconteceu com o jornalista Sayed Parwez Kambakhsh [um caso pelo qual a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch se bateram]. Prenderam-no por ver um site iraniano [sobre direitos das mulheres] e agora condenaram-no a 20 anos de cadeia. Não há liberdade de imprensa no Afeganistão. Não há justiça. E entretanto há criminosos à solta, que deviam ser julgados nos tribunais internacionais.

Eu gostava de estudar Direito, porque é parte da minha luta: levar a tribunal estes criminosos. Queria ir para a universidade, mas não posso, por causa da segurança. Estudei até ao 12º ano.

Tenho muitas dificuldades em viajar. Os senhores da guerra não só me expulsaram do Parlamento, como me impedem de sair. Tiraram-me o passaporte diplomático. Tenho de sair clandestinamente. Não vou entrar em detalhes, por causa da segurança, mas tenho de ir até ao Paquistão e lá apanhar um avião. E não é fácil receber um visto. Quando foi deste último prémio na Holanda, só na noite anterior é que consegui o visto.
Também estou banida da imprensa afegã. As pessoas telefonam e perguntam por que não apareço. Mas tento o mais que posso ir a debates e conferências pelo mundo, para falar da realidade.

Podem roubar todas as flores, mas nunca vão impedir a Primavera. Um dia teremos democracia e direitos humanos no meu país. Há um ditado que diz: a nação que se liberta é livre, mas a nação que entrega a sua libertação a outros será escrava.






Primavera no Afeganistão





Arredores da cidade de Mazar-e-Sharif na primavera





Mesquita Azul da cidade de Balkh Zilba





Cidade de Faiz Abad





Vilarejo da cidade de Maymana



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O 11 de Setembro de Cada Dia do Afeganistão
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V. TERRORISMO DE ESTADO - A Invasão Norte-Americana ao Iraque



VI. O 11 DE SETEMBRO DE CADA DIA DO AFEGANISTÃO

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VII. SANEAMENTO PÚBLICO - ONDE JOGAR TANTO LIXO HUMANO?


VIII. ANISTIA INTERNACIONAL - Uma Questão de Liberdade


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X. HUMAN RIGHTS WATCH - Uma Questão de Liberdade


XI. GOLPES MILITARES NA AMÉRICA LATINA


XII. HISTÓRIAS MUNDIAIS


XIII. ENAS NAFFAR: OLHAR SOBRE O ORIENTE MÉDIO - Visão Palestina no Blog

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XIV. CULTURA & ARTE AFEGÃ

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XVI. Especial: TERRORISMO

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XVII. IDIOMAS

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XIX. MALALAÏ JOYA - A Filha Corajosa do Afeganistão

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XX. PÁTRIA GRANDE PORTENTOSA - Paisagem & Cultura Latina

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XXI. AVÓS DA PRAÇA DE MAIO - Uma Voz por Liberdade na Argentina

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XXV. CONTRACAPA: CURTINHAS - Notícias Nacionais


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XXXIII. DIAS PARA MUDAR O BRASIL - Onda de Manifestações ou Primavera Brasileira?

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XXXIV. SOMOS TODOS SANTA MARIA - Por Memória, Verdade e Justiça

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XXXV. ANÁLISES DA MÍDIA


XXXVI. REVOLUÇÃO BOLIVARIANA NA VENEZUELA

#Posté le mercredi 01 septembre 2010 22:14

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    Création : 17/06/2008 à 07:26 Mise à jour : Hier à 12:40

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