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XXXVI. REVOLUÇÃO BOLIVARIANA NA VENEZUELA


GUARIMBAS
Antijornalismo Sem Fim da 'Grande' Mídia

Ô, Lobato: mas se todos aprenderem a ler e escrever, quem vai pegar na enxada?
(do proprietário do jornal O Estado de S. Paulo, quando o escritor propôs campanha para erradicar o analfabetismo no Brasil)


16 de março de 2014 / Publicado no Observatório da Imprensa


A onda de violência por setores da oposição na Venezuela marca uma das grandes manipulações midiáticas dos últimos anos. O artigo de O Estado de S. Paulo, Dilma Degrada a Diplomacia de 13/3, é uma das mais recentes e escandalosas evidências disso. Por outro lado, a reviravolta contra-golpista promovida pelo governo e pela sociedade venezuelana, altamente apoiados em democracia em seu sentido mais amplo, também marca o que se pode chamar de uma das maiores trapalhadas do regime de Washington e da própria mídia de desinformação que, cada vez mais, tem que "se virar" para fazer as indisfarçáveis vezes de porta-voz da Casa Branca, e seguir desconstruindo a realidade social, política e econômica da Venezuela.

Retórica, persuasão, superficialidade, fortes adjetivos "pendurados" (fora de contexto, sem base em fatos), reação. É muitas vezes difícil ao cidadão filtrar aquilo lê nos meios de comunicação, identificar o que é verdadeiro e o que não é por mais que se tenha consciência do papel nada informativo nem democrático da "grande" mídia.

À época da ditadura militar, os jornais brasileiros proibiam seus profissionais de usar o termo "povo". Dever-se-ia aplicar "população" ou "sociedade" em seu lugar. Em grande parte, prevalece ainda hoje a máxima para esse caso específico, assim como diversas outras táticas do uso de palavras melhores escolhidas pelas elites. Ou seja: a mídia "grande" possui seu manual não divulgado de como jogar com as palavras, é cuidadosa ao persuadir e profunda conhecedora, como poucos, da arte da neurolinguística e com objetivos bem claros. Sua primazia e lições diárias, aliás, são muito mais de neurolinguística que de jornalismo, sem comparação.

A partir de 1º/3 nos Estados Unidos, um "apagão" informativo sobre a Venezuela tem acometido os principais veículos de comunicação, após uma entusiasmada explosão de artigos e "reportagens" nos dias anteriores quando a incerteza tomava conta do país sul-americano. Desde 28/2 estava claro que a violenta oposição venezuelana perdia espaço, evidenciava-se que não se tratava de manifestação estudantil e que o governo local sim, acusado de repressivo pela imprensa internacional, estava sendo vítima de ataques e de uma tentativa de golpe. Tudo isso, complicando a falsa abordagem midiática. As medidas pacíficas do presidente Nicolás Maduro com apoio das massas seguidos do natural desconcerto oposicionista que espera como resposta repressão, mais violência e caos, colocam a mídia de manipulação de massas na berlinda.

Revolução Demonizada pela Mídia Comercial

Pontuar-se-á aqui as distorções do jornalão paulista no referido mini-artigo. Tal análise tentará proporcionar maior entendimento sobre o que ocorre na Venezuela além de servir não apenas para que se detecte, em cima da verdade dos fatos, como se dá o tendencionismo envolvendo o que ocorre no país vizinho por parte dos meios de persuasão de massas, mas também para expor como se pratica tal manipulação - foi exatamente através dos recursos a serem apresentados a seguir que a mídia distorceu e tentou pautar as manifestações populares no Brasil em 2013, deu sinal verde à vergonhosa invasão ao Iraque em 2003, ao golpe contra a própria Venezuela em 2002 financiado por George Bush, e promoveu o infame golpe militar de 1964 no Brasil levando aos sangrentos 21 anos de ditadura que o seguiram, apenas para se limitar a quatro exemplos.

A fim de praticar a superficialidade que escancara as portas à persuasão na apresentação de "reportagens" e de artigos, ambos levando à velha e sutil desinformação das massas, a escusa midiática apoia-se na "era das facilidades e da rapidez", isto é, a da Internet. Ser um leitor "moderno e dinâmico" é, dentro desse precário sistema, sinônimo de ler as "rapidinhas" midiáticas, verdades absolutas.

Lamentavelmente e sem perceber a armadilha, muitos consumidores de informação estão se adaptando perfeitamente a esta "praticidade", pateticidade que retira a necessidade fundamental do rigor jornalístico ao abordar as informações, da investigação e da necessidade de pensar, de questionar e de ter memória. Isso também torna possível que, cada vez mais, consumidores de informação sejam pensados pela mídia ao invés de pensá-la, e de refletir sobre o país e o mundo em que vivem. Isso tudo é o que o poder corruptamente estabelecido sempre mais quis para a sociedade.

Esquadrinhar-se o jornal O Estado no que diz respeito à tentativa de golpe de Estado contra o país vizinho. Antes, contudo, um pouco dos acontecimentos mais recentes na Venezuela, indispensáveis para uma melhor contextualização da realidade (completamente diferente da apresentada diariamente pela "grande" mídia, como ficará bem claro uma vez mais). Ao final, breve análise do papel dos Estados Unidos na geopolítica latino-americana e um pouco mais do que é a Revolução Bolivariana, demonizada pela mídia comercial.

Por Dentro da Venezuela

XXXVI. REVOLUÇÃO BOLIVARIANA NA VENEZUELAA pesquisadora Hinterlaces concluiu, em 16/3, que 87% dos venezuelanos rechaçam as manifestações violentas por setores oposicionistas. Apenas 11% aprova a continuidade delas. 79% dos consultados questiona se os protestos violentos podem melhorar a situação do país, enquanto apenas 16% opina contrariamente (ver aqui).

XXXVI. REVOLUÇÃO BOLIVARIANA NA VENEZUELANo mesmo dia, massas de venezuelanos contrários aos atos de violência voltaram a sair às ruas através das Caravanas pela Paz, que mobilizaram 1.200 ônibus, sob o lema Trabalho, Paz e Vida. De tais atos têm participado intelectuais, esportistas e artistas em geral, em diversos casos envolvidos em atividades culturais promovidas pelo governo (ver aqui).

Das 18 cidades onde setores da oposição se manifestaram violentamente ao longo de cerca de três semanas, hoje seis seguem violentas - de um total de 335 do país. Os microfocos de violência se dão apenas por parte da oposição, é importante ressaltar, e em bairros mais abastados dessas cidades enquanto regiões menos favorecidas seguem a vida normalmente. Conforme tem sido provado, pequena parte dos manifestantes, muitos mascarados, são realmente estudantes.

Cinco dos 28 manifestantes mortos até agora foram assassinados por forças de segurança do Estado. O restante, por manifestantes violentos. O governo prendeu até agora 15 policiais e funcionários da Guarda Nacional, por abuso e uso excessivo da força.

O presidente Nicolás Maduro convocou, através da Assembleia Nacional, uma Comissão da Verdade para investigar os atos de violência que já se estendem por mais de um mês no país, e enfatizou que qualquer um com uma camisa vermelha de Chávez praticando atos violentos, será sumariamente detido sob todo o rigor da lei. E ressalta ordens pacíficas neste sentido, reiteradas vezes:

XXXVI. REVOLUÇÃO BOLIVARIANA NA VENEZUELA
Quero dizer claramente: alguém que veste uma camiseta vermelha com o rosto de Chávez portando uma arma para atacar, não é chavista e nem revolucionário. Não aceito grupos violentos dentro do campo do chavismo, nem da Revolução Bolivariana.

O dignatário Maduro reiterou ainda a convocação à toda a população venezuelana a seguir "consolidando a derrota do golpe de Estado continuado". Nesse sentido, exortou os venezolanos - sem distinção de classe - a responder pacificamente aos chamados de violência da ultra-direita.

Enquanto eles causam destroços, nosso lema deve ser trabalho e mais trabalho, estudo e mais estudo, paz e mais paz. Há quatro semanas estou chamando ao diálogo nacional, convidando a Mesa da Unidade [aliança oposicionista] a uma reunião em Miraflores [sede do governo], e se negam a sentar-se para falar de paz.

O dignatário ressaltou ainda aquilo que temos insistido nas últimas semanas: “Que teria acontecido se a Mesa da Unidade tivesse dialogado comigo? Outro galo cantaria. Que cada um tire suas conclusões".

Extrema-Direita Tenta Isolar Principal Zona Portuária

XXXVI. REVOLUÇÃO BOLIVARIANA NA VENEZUELAO presidente Maduro (mais popular da América Latina conforme informado, com base em pesquisa internacional, no artigo O Socialismo que Deu Certo) também recebeu alguns familiares de vítimas no Palácio de Miraflores em 14/3. O chefe de governo venezuelano afirmou aos familiares de vítimas: "Nosso respaldo principal a todos vocês [familiares] é continuar esta luta, não deixar que na Venezuela se imponham os assassinos. (...) Se recordará na história da Venezuela este episódio" (ver aqui).

O ministro do Interior, Justiça e Paz, Miguel Rodríguez Torres, apresentou em 14/3 as probas que desmontam a mentira da extrema direita venezuelana, que busca refletir uma imagem de "protesto pacífico estudantil", quando na realidade se trata de ações criminosas com intenções golpistas. No estado de Táchira (fronteiriço com a Colômbia), foi encontrado um laboratório de bombas molotov além de 2.908 morteiros com pregos, paus, arames e objetos contundentes para matar funcionários do governo e civis nas ruas. (ver aqui, com imagens)

O ministro Miguel Rodríguez pontuou que esses grupos violentos têm recebido formação paramilitar antes de iniciar o processo de desestabilização e caos. Os indivíduos violentos estariam preparados de forma física e psicológica para fazer frente às autoridades, além de contar com a colaboração de criminosos pagos e levados do exterior à Venezuela, segundo denúncias do ministro do Interior, Justiça e Paz.

O mandatário da Venezuela assegurou em 14/3 que as Forças Militares do país detiveram seis pessoas no estado de Carabobo (centro-norte do país), envolvidos nos atos violentos do dia 12/3 quando morreram três pessoas, além da apreensão de várias armas (ver aqui).

O ministro de Relações Exteriores venezuelano, Elías Jaua, denunciou em 13/3 que enquanto o governo de Nicolás Maduro chama ao diálogo e à paz aos setores de extrema direita oposicionistas, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, faz declarações que impulsionam as ações violentas de grupos extremistas.

O presidente Maduro, por sua vez, tomará medidas especiais em zonas onde segue a violência. O governador bolivariano do estado de Carabobo, Francisco Ameliach, denunciou em 12/3 que grupos da extrema-direita pretendem isolar, através de atos violentos, a principal zona portuária do país, localizada no município de Puerto Cabello.

Ameliach relatou que vários homens armados agem diariamente trancando a Autopista Regional do Centro e a Autopista do Leste, as duas vias que comunicam o país ao Porto de Puerto Cabello, onde chegam os alimentos. “É necessário deixar claro ou informar à sociedade que isso se trata de um plano para isolar o principal porto do país, que é Puerto Cabello e, assim, privar [o país] de alimentos, pois sabemos toda sua atividade”.

Desde 18/2 quando tudo começou, e cujos prefeitos oposicionistas das cidades violentas apoiam manifestantes, desde o início têm sido usadas armas, bombas molotov e outras feitas com gasolina com o que incendeiam prédios públicos, invadem ônibus coletivos armados exigindo que usuários desembarquem além de atacarem jornalistas. Os principais alvos são clínicas de saúde mantidas pelo governo e mercados de alimentos, resultando, até agora, em 1.5 milhão de dólares de prejuízo.

Logo que a onda de violência se iniciou, tomaram conta dos meios de comunicação predominantes de todo o mundo imagens manipuladas envolvendo os supostos protestos pacíficos, servindo de acusação ao governo de Maduro de ser repressivo. Imagens que, em sua maioria, nem da Venezuela eram - entre os meios que divulgaram imagens falsas, estão a CNN e o Clarín conforme podem ser vistas através desta ligação, e desta.

A Confederação Sindical Única de Trabalhadores Camponeses da Bolívia, a Central Obreira Boliviana e organizações afiliadas, o Pacto de Unidade e a Coordenadora Nacional para a Mudança visitaram a Venezuela em 14/3 para demonstrar apoio ao governo de Nicolás Maduro, e expressar seu respaldo ao povo venezuelano e ao presidente da República, Nicolás Maduro, diante das ações violentas que tentam derrubar o governo bolivariano.

Reconstruindo a Venezuela da Desconstrução do 'Estadão'

Os grandes meios de comunicação, com especial atenção ao próprio jornal O Estado de S. Paulo, têm-se dedicado a apresentar, unicamente, a voz da oposição venezuelana.

Em 12/3, o jornal O Estado noticiou que a oposição venezuelana "aconselha" a Unasul a promover diálogo dentro da Venezuela, "conselho" este que virou notícia mundial. O que não se noticia são as constantes negativas desta mesma oposição em comparecer às reuniões de diálogo através da Conferência Nacional pela Paz, além de não se manifestarem sobre a Comissão da Verdade para investigar a violência que acomete o país.

A notícia tendenciosa do jornal O Estado que nenhuma voz tem dado às nações-membro da Unasul, e nem muito menos do governo venezuelano contrariando o princípio jornalístico mais elementar, passa a equivocada ideia aos leitores que os setores oposicionistas buscam o dialogo, e quem se nega a fazer isso é o governo.

Pois a Resolução Final da Unasul atendeu integralmente os auspícios oposicionistas e midiáticos conforme será abordado adiante, fato desconsiderado pela mídia em cima de mais jogo de palavras, desinformação e muita persuasão. Trata-se da velha máxima: uma mentira apenas pode se sustentar sobre outra mentira.

São circunstâncias como essas que vão se acumulando na conjuntura venezuelana, complicando setores da ultra-direita venezuelanos e o discurso da mídia predominante internacional.

No dia seguinte, o jornal O Estado acabou desqualificando totalmente a Unasul (organismo de países latino-americanos para tratar de assuntos latino-americanos, onde os intervencionistas e excessivamente militarizados Estados Unidos não têm assento) a quem a oposição venezuelana dera relativa importância, noticiada pelo mesmo jornal, enquanto o jornalão defendeu a prevalência da Organização dos Estados Americanos (OEA) onde os EUA sim, possuem assento - mas enalteceu tal organismo, desde que a palavra do governo de Washington fosse a última conforme se verá a seguir.

O artigo Dilma Degrada a Diplomacia do jornal O Estado de 13/3, foi emblemático no que diz respeito ao gritante tendencionismo midiático.

Jornal O Estado de S. Paulo: "Como se fosse autêntica a pantomima a que os chavistas chamam de 'Conferência de Paz'."

O jornal não diz por que acredita que a Conferência Nacional pela Paz venezuelana é a tal pantomima, e nem por que a qualifica de ilegítima. Apenas sentenciou, e estamos conversados.

Desta Conferência participam não apenas políticos governistas e oposicionistas, mas também empresários e já está prevista a presença de donos de veículos de comunicação privados. Do encontro com empresários, o presidente Maduro já aprovou 56 propostas das 59 apresentadas “para estimular a produção, o crescimento econômico e reduzir a burocracia”, pontuou o dignatário venezuelano (ver aqui).

Para fazer frente ao boicote econômico praticado pela extrema direita em parceria com narcotraficantes e milícias colombianas, o governo venezuelano está conseguindo muito êxito em uma de suas medidas: subsidiar alimentos para famílias de todo o país: 84% dos lares recebem esses alimentos hoje, e a tendência é aumentar, enquanto se trabalha para evitar que se estoque alimentos além de contrabandeá-los à Colômbia, o que também tem trazido resultados positivos.

Quanto à Conferência pela Paz, estudantes de oposição ao governo também foram convidados, confirmaram presença para o dia 12/2 após criarem a polêmica de não participarem de uma mesma reunião com estudantes que apoiam o governo, mas de última hora, acabaram não comparecendo. A resposta desses estudantes à Conferência de Paz tem sido, Viva la muerte!

Através de entrevistas nos dias 27 e 28 de fevereiro, a empresa norte-americana de pesquisas International Consulting Services (ICS) constatou que 80,9% dos venezuelanos apoia o presidente Maduro, e suas medidas de paz e diálogo especialmente na convocação da Conferência Nacional pela Paz (além de boicotada pela ala oposicionista mais radical, Conferência seguida de boicote nada noticiados pela mídia predominante). Parte da própria oposição venezuelana está participando de tal Conferência, reprovando o setor oposicionista mais radical, tanto pela incitação e participação nos atos violentos, quanto por se recusar a dialogar.

A sociedade, a quem a mídia e o regime de Obama dizem defender, aprovam maciçamente a Conferência Nacional pela Paz que promove o mesmo diálogo que a mídia e o regime de Obama alegam ser imprescindível. Pois quem deve autenticar a Conferência Nacional pela Paz na Venezuela para o jornal O Estado? Deslegitimar tal Conferência, apenas omitindo os fatos e jogando com as palavras, como faz a mídia gorda (muito peso, pouco conteúdo).

O ex-candidato presidencial e hoje governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, entre os três líderes da onda de violência que acomete a Venezuela, a princípio aceitou o convite do presidente Maduro de dialogar no Palácio de Miraflores mas logo, pressionado pelos outros líderes fascistas, os deputados Leopoldo López e María Corina Machado que defendem linha-dura, justificou o boicote à reunião no palácio presidencial desta maneira: “Este é um governo moribundo. Não serei como a orquestra no Titanic”.

O que Capriles explicitou é exatamente o que se tem afirmado neste espaço sobre o setor oposicionista mais radical: não há o que negociar na Venezuela, não há agenda alternativa a não ser um golpe de Estado. Quem é antidemocrático nesta história? Qualificar o atual governo venezuelano de repressivo, só é possível omitindo os fatos como faz o jornal O Estado. Mas na era da informação global, dependendo do interesse de cada um, torna-se cada vez mais difícil tal tarefa.

No dia 16/3, o governador Capriles acatou os insistentes convites do presidente Maduros, e se dispôs novamente a dialogar reforçando a eficiência da Conferência pela Paz: "Jamais estaremos contra dialogar, iremos ao debate, é necessário ir para que isso permita dizer quais as condições para melhorar o país", afirmou o governador de Miranda.

O debate a que o governador Capriles se refere será transmitido ao vivo por rádios e TVs venezuelanas, em cadeia nacional. Capriles não é confiável, os próximos dias dirão até onde ele realmente pretende ir, mas sua nova abertura ao diálogo pode se tornar mais um duro golpe contra a ultra-direita golpista venezuelana e mais um apuro à desconstrução midiática da realidade, a quem fica cada dia mais difícil sustentar seus argumentos vazios e tanta manipulação das informações.

Jornal O Estado de S. Paulo: "Está se criando [por parte do governo venezuelano e outros da região] cenário de golpe".

Conforme a sucessão de acontecimentos na Venezuela está ficando cada vez mais evidente, o jornal O Estado atribui a real tentativa de golpe de Estado no país vizinho como escusa do governo de Maduro. Sem argumentar minimamente como se dá essa tal "criação" de cenário, e nem discutindo a fim de contra-argumentar as alegações de Caracas.

Os fundos do regime norte-americano a partidos de oposição ultrapassam 100 milhões de dólares, desde 2000. O partido Súmate de María Corina Machado, uma das três líderes dos atuais atos violentos, recebeu ilegalmente verba do regime norte-americano. Prática ilegal tanto perante as leis dos EUA que proíbe financiamento a partidos políticos estrangeiros, quanto de acordo com as leis venezuelanas que não permitem que nenhum partido político receba verbas estrangeiras.

Reportagem do diário norte-americano Herald Tribune relatando o financiamento a Súmate pela Doação Nacional pela Democracia (NED, National Endowment for Democracy) órgão federal dos EUA criado por Ronald Reagan para promover "democracia" internacional, pode ser lido através desta ligação.

As contribuições da NED para diversas organizações venezuelanas, apenas em 2012, superaram os 2 milhões de dólares. A NED tem desempenhado ao longo dos anos, desde sua fundação nos anos de um presidente de péssima memória (o do Irã-Contras), papel de órgão de fachada da CIA a fim de potencializar a ingerência do regime norte-americano, e desestabilizar nações.

Alguns dos membros que já passaram pela comissão da NED são nada menos que Henry Kissinger, maior arquiteto dos golpes militares da América Latina e do Plano Condor na região, entre outros personagens com histórico no mesmo sentido e sem nenhum perfil voluntarista, tais como Madeleine Albright, Zbigniew Brzezinski e Paul Wolfowitz, este que foi secretário adjunto de Defesa de George Bush filho, e subsecretário de Defesa de Bush pai. Atualmente, faz parte da comissão Elliot Abrams, homem de confiança do ex-presidente Reagan.

O diretor do projeto inicial da NED, o professor Allen Weinstein da Universidade de Georgetown, admitiu no diário The Washington Post de 22 de setembro de 1991 que “muito do que fazemos hoje, era feito secretamente pela CIA 25 anos atrás”. O Centro Norte-Americano para a Solidariedade Laboral Internacional (American Center for International Labor Solidarity), que trabalha em parceria com a NED, participou do golpe contra o presidente Chávez em 2002 através de reuniões com líderes oposicionistas venezuelanos que aplicariam o golpe, exatamente como se dá hoje (gravações publicadas na Venezuela revelaram reuniões secretas de "diplomatas" dos EUA com opositores ao governo, tais como a deputada María Corina, quem pediu desculpas públicas pelo fato).

Para o fiscal de 2014, Obama aprovou o envio de 5 milhões à oposição venezuelana conforme aponta este documento do Departamento de Estado dos EUA, detalhando o orçamento do país para este ano.

Note neste documento que o governo norte-americano se justifica perante a sociedade para o ilegal financiamento de desestabilização internacional, na velha retórica da segurança nacional dos EUA, seguida fielmente pela mídia predominante.

Neste memorando de 13/1/2014 do Brookings Institute, em sua maior parte financiado pelo governo dos EUA, é sugerido a Obama que "incite uma violenta reação popular ma Venezuela a fim de "derrubar os radicais e o presidente [Maduro]", o que inclui a possibilidade de um "golpe tradicional".

Conforme foi pontuado em O que a Mídia Predominante Não Vê, mais abaixo: "Quando Chávez foi reeleito em 2006 com uma margem ainda maior de votos, com quase 64%, Washington mudou seu apoio em direção aos tradicionais partidos políticos da oposição, com o objetivo de criar outros novos com rostos mais jovens. Mais de um terço do financiamento dos EUA, cerca de 15 milhões de dólares em 2007, foi para grupos de jovens e estudantes. Parte desse dinheiro foi para a capacitação do uso "delas", das redes sociais a fim de mobilizar o ativismo político".

Como se vê, caráter investigativo e mesmo minimamente informativo não fazem parte de O Estado de S. Paulo, nem da "grande" mídia da persuasão sem fim.

Quanto ao líder dos atos violentos, Leopoldo López, traçado detalhadamente em O Que a Mídia Predominante Não Vê, cujas ligações à CIA remontam aos anos de seus estudos na Kenyon College de Ohio (universidade famosa pelo respaldo exatamente da CIA), afirmou publicamente, logo no início das manifestações violentas na Venezuela, que a violência perduraria até que conseguissem "se livrar de Maduro”.

Um dos manifestantes disse na mídia, “Precisamos de um cara morto”. Mensagens no Tuíter têm clamado para que alguém mate o presidente Maduro. Um tuíte apresentou detalhes da escola do filho do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, clamando que a criança fosse sequestrada.

Obviamente, e conforme qualquer Constituição democrática do globo, López acabou preso, sob todas as garantias de direitos preservados, sem ter denunciado jamais mal-trato. E outros incitadores da violência têm, na medida do possível, sido presos o que gera "inconformismo" no regime de Washington e em seus porta-vozes midiáticos.

Jornal O Estado de S. Paulo: Alegou superficialmente, como sempre nesta questão sem justificar sua posição de maneira pontual, que a presidente Dilma contrariou as tradições do Itamaraty ao apoiar na OEA e na Unasul o governo de Maduro e se opor às manifestações violentas na Venezuela, sem definir nem citar exemplos do porquê de sua opinião.

Uma coisa é certa: com exceção do apoio de Fernando Henrique a Hugo Chávez quando este sofreu um golpe de menos de 48 horas em 2002, o ex-presidente do PSDB apoiou a invasão ao Afeganistão em 2001 entre tanto entreguismo em que Washington era sempre a última palavra. De lá para cá, realmente o Itamaraty está mudado: o Brasil tem defendido suas posições e soberania nacional como jamais em sua história, não foi favorável à invasão ao Iraque em 2003, votou favoravelmente ao status de Estado à Palestina junto á ONU (contrariando os EUA e Israel), e tem optado pela própria unidade latino-americana.

Que posição do Brasil no cenário internacional deseja o jornal O Estado? Certamente, a mesma posição da ditadura militar que ele promoveu, na qual o general Humberto Castelo Branco afirmou logo que assumiu o sangrento posto em 1964: "O que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil".

Jornal O Estado de S. Paulo: "A OEA publicou nota apoiando o governo democraticamente eleito da Venezuela. Estados Unidos, Canadá e Panamá votaram contra essa nota, pela razão óbvia de ela não refletir os compromissos da OEA com a democracia e os direitos humanos. Dilma mandou o representante do Brasil na OEA votar contra o envio de uma missão de observadores à Venezuela, e impediu que a entidade reunisse seus chanceleres para discutir a crise".

Ao mesmo tempo que defende a OEA e se coloca contrário aos organismos de integração latino-americanos, o jornal O Estado condena a votação da grande maioria dos Estados na OEA, mostrando que a América Latina não está mais subserviente aos ditames de Washington: em 7 de março, as 32 nações-membro da OEA se reuniram para discutir a situação venezuelana e, após dois dias de intenso debate, ampla maioria expressou solidariedade e apoio ao governo venezuelano, defendendo o diálogo entre o governo e a oposição. A declaração oficial, por ampla maioria, também rejeitou qualquer intervenção ou sanções por parte de seus Estados-membro. 29 países votaram a favor da declaração da declaração, e três se opuseram e ele: EUA, Canadá e Panamá (o Canadá é peça-chave no Acordo Trans-Pacífico, que será abordado mais adiante, em EUA e geopolítica latino-americana).

A decisão da OEA está em desacordo com o Estadão e com Washington, mas em total acordo com o da ONU, cujo organismo também se manifestou contrário a qualquer tipo de ingerência nos assuntos internos da Venezuela. Alba e Celac, outros organismos latino-americanos, expressaram a mesma visão dos fatos, antes da Unasul. A grande polêmica gerada em torno da decisão da OEA é que, através dela, os EUA aplicariam severas sanções contra a Venezuela. Agora, a equação se complicou e Tio Sam se isolou ainda mais em sua gula descomedida.

Não há motivo nenhum para que a América Latina enfraqueça sua integração (colocada entre aspas pelo jornal O Estado, desqualificando-a). O Tiar (Tratado Inter-Americano de Ajuda Recíproca) prevê que se um Estado americano for atacado por algum de outro continente, todas as nações da região deve intervir em favor do americano. Em 1982, os EUA simplesmente traíram seus compromissos ratificados no Tiar, e se omitiram na imperialista invasão da Grã-Bretanha às Ilhas Malvinas na Argentina. Os EUA sempre defenderam apenas seus interesses, impiedosamente, e com Barack Obama não mudaram em absolutamente nada, pelo contrário, o regime de Washington tornou-se ainda mais agressivo que o de Bush.

Em fins do século XIX e princípios do XX, os EUA anexaram cerca de 50% do território mexicano. Entre 1846, desde a invasão ao México até a intervenção na Colômbia em 2000, foram 47 intervenções militares diretas dos EUA na América Latina, sem contar as indiretas que derrubaram presidentes democraticamente eleitos sendo que em muitos casos, arquitetadas e financiadas diretamente pela CIA, assassinaram líderes a fim de impor as ditaduras militares na região sobre a qual caem três bombas de Hiroshima anualmente, silenciosamente: morre uma criança faminta ou enferma a cada minuto entre 222 milhões de excluídos (o que representa 43% da capacidade de trabalho). São 100 milhões de famintos, 100 milhões de analfabetos latino-americanos cuja riqueza ímpar é gasta através de 500 milhões de dólares para comprar no estrangeiro o que facilmente se produziria na região.

Perante este cenário, os EUA são historicamente, no mínimo, incompetentes em sua tentativa de "democratizar" a região. Portanto, é a vez das nações se autodeterminarem conforme a vontade das maiorias locais.

Dentro dos EUA, além de todos os escândalos e crimes internacionais sem precedentes na história devidamente minimizados e esquecidos pela "grande" mídia, veio à tona em 14/2, através de alguns poucos meios alternativos, que Casa Branca oculta do Senado informes sobre torturas da CIA.

O Congresso norte-americano tem investigado detenções e torturas arbitrárias contra indivíduos supostamente vinculados a atos terroristas, desde os mal-fadados anos de George Bush. Durante os últimos cinco anos, o regime de Obama ocultou da Justiça mais de nove mil documentos secretos que revelam as práticas ilegais da CIA, sob a justificativa de combate ao terror (ver aqui).

Outro fato de suma importância em meio a toda essa "preocupação" imperialista com a Venezuela que comporta as maiores reservas petrolíferas do mundo, o Congresso norte-americano, conforme denunciado em setembro de 2013 dentro dos EUA, logo abafado, e nada noticiado no Brasil, é comandado pela indústria armamentista: dois meses depois de o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter ter afirmado que seu país “não vive uma democracia que funcione” devido aos crimes de espionagem revelados por Edward Snowden, foi revelado em 6/9/2013 pela ONG norte-americana Open Secrets.org que os senadores do regime de Obama que mais apoiam a guerra contra a Síria, são justamente os que mais têm recebido verbas da indústria armamentista (reportagem da Telesur, aqui)

Os dez senadores que aprovaram a guerra à Síria receberam, entre 1º de janeiro de 2007 e 31 de dezembro de 2012 uma média de 72.850 dólares em contribuições da indústria militar, enquanto os que votaram contra receberam uma média de 39.770 dólares durante este período.

Em valores totais, os 10 senadores que votaram a favor da invasão militar contra a Síria receberam 728.497 dólares, enquanto os oito que votaram contra, receberam 278.390 dólares, apontou a análise do Centro para Política Responsável.

O senador republicano John McCain, do estado do Arizona, famoso por seu "espírito belicista" de longa-data, defendeu energicamente que os Estados Unidos forneçam armamentos e instrução de combate aos opositores do presidente Bashar al-Assad, foi justamente o que recebeu as maiores contribuições deste setor.

O neoconservador John McCain é também entusiasta defensor de intervenção militar na Venezuela, publicamente (assim como na Ucrânia e Irã, e a exemplo dos casos da Líbia, Iraque e Afeganistão), justamente o que mais recebe verbas da indústria bélica de seu país. Diante dessa realidade, em que o jornal O Estado justifica tanta necessidade do governo de Washington nos assuntos internos da América Latina? Não lhe bastam as lições dos golpes militares na região?

Está em moda o termo "fascismo". O governo venezuelano tem sido acusado de fascista pela mídia reacionária brasileira. Pois, neste caso, deve-se refletir sobre o significado do termo: uso da violência por classes dominantes baseada no racismo e ódio de classes a fim de derrubar um governo constitucional", e dissolver as instituições democráticas (exatamente o que ocorreu no golpe de menos de 48 horas em 2002 contra o então presidente Hugo Chávez, e o que ocorre agora contra o presidente Maduro), algo sempre latente na Venezuela e em todos os países latino-americanos progressistas, isto é, que buscam desenvolvimento independente fundamentados em justiça social. Portanto, trata-se de mais um adjetivo "pendurado" nos anais da mídia tradicional, se considerado seu real significado.

Jornal O Estado de S. Paulo: "O passo seguinte da manobra, este ainda mais escandaloso, foi convocar uma reunião de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para acertar o envio de um grupo de "mediadores" para a Venezuela. A Unasul, como se sabe, é instrumento dos governos bolivarianos - desimportante, ela hoje só existe para dar reconhecimento a governos claramente antidemocráticos, em nome de uma certa "integração latino-americana".

A ONU, através de seu secretário-geral Ban Ki-moon, enalteceu a integração latino-americana em julho de 2013, afirmando que deve servir de padrão mundial assim como seus resultados: combate à pobreza e avanços em importantes áreas como saúde e educação. Nada disso foi jamais abordado pelo jornal O Estado.

Um Jogo de Interesses

Através de organismos de integração latino-americana, colocada entre aspas pelo jornal da persuasão, a Venezuela vende petróleo a preços reduzidos a países caribenhos, historicamente subjugados pelos EUA e miseráveis. Enquanto os EUA e diversos outros países militarizaram o Haiti, a Venezuela envia ajuda humanitária assim como faz em outras partes do globo - por exemplo Síria e Líbia, em prol de desalojados e vítimas de crimes de guerra, fazendo da República Bolivariana a maior cooperadora internacional.

Através desta unidade regional, o presidente colombiano Juan Manuel Santos agradeceu o presidente Chávez pelo fundamental apoio no combate ao narcotráfico na fronteira entre dois países, insolúvel antes do governo bolivariano da Venezuela com todos os despejos militares dos EUA sobre a Colômbia, uma das maiores sedes de bases militares de Tio Sam.

Oportunisticamente, o jornal paulista qualificou a Unasul de insignificante, mas a oposição venezuelana teve a preocupação de encaminhar carta demagógica pedindo diálogo por meio deste organismo - e o omisso jornal O Estado que seleciona minuciosamente o que publica, preocupou-se a em divulgar a falsa atenção da oposição venezuelana com a Unasul.

Quando na mesma Unasul são decididas medidas contrárias às oligarquias, torna-se desimportante. Em outras palavras: é dada importância aos organismos de unidade regional quando os interesses imperialistas podem ser defendidos, e quando a palavra do regime de Washington é a última, não importando a decisão da maioria.

Em contraposição à Unasul, os EUA pretendem, abertamente, aplicar unilaterais sanções econômicas e intervenção militar na Venezuela, como há tantas décadas faz em Cuba (medida altamente condenada pela ONU), e fez ao longo dos anos de 1990 no Iraque, levando à morte cerca de 200 mil crianças.

No caso específico da recente reunião da Unasul para discutir a conjuntura venezuelana, entre os cinco pontos foi reforçada necessidade de dialogo, negado na prática pela oposição (ver aqui http://www.telesurtv.net/articulos/2014/03/12/unasur-exhorta-al-dialogo-pacifico-respetando-la-democracia-en-venezuela-2637.html)

A Resolução final da Unasul, que deveria ser pontualmente contestada, ou pelo menos informada pelo jornal O Estado, se este fosse sério e coerente:

1. Respaldar os esforços do governo da República Bolivariana da Venezuela para propiciar diálogo entre o governo, todas as forças políticas e atores sociais a fim de se chegar a um acordo que contribua ao entendimento e à paz social;

2. Designar, por petição do governo da República Bolivariana da Venezuela, uma comissão integrada por ministros de Relações Exteriores dos países da Unasul para que - em seu nome - acompanhe, apoie e assessore em um diálogo político amplo e construtivo orientado no sentido de recuperar a convivência pacífica na Venezuela, considerando a Conferência Nacional da Paz instalada;

3. Instruir à Presidência Pro-Tempore da Unasul a fim de organizar, em coordenação com os Estados membros, os trabalhos da Comissão de Chanceleres, cujo primeiro encontro deverá realizar-se, no mais tardar, na primeira semana de abril;

4. Solicitar à Comissão de Chanceleres que informe sobre suas atividades ao Conselho de ministras e ministros de Relações Exteriores da Unasul, através da Presidência Pro-Tempore, para o mais breve possível;

5. Expressar nossa preocupação diante de qualquer ameaça à independência e soberania da República Bolivariana da Venezuela.

Com isso tudo, a oposição fascista venezuelana e a mídia predominante seguem contrariando a Unasul. É diálogo e democracia o que defendem? Só pode ser demagogicamente dito que sim passando longe da realidade.

Mas o jornal O Estado de S. Paulo não perdoa: mesmo diante de todas as suas "quedas do cavalo" desinformadoras: "Ao tratar de forma leviana este grave momento, em respeito a interesses que nada têm a ver com a preservação da ordem democrática na região".

Quem e como se age com leviandade nessa questão? De que maneira a preservação da ordem democrática na região está sendo ferida? Apenas retórica.

Jornal O Estado de S. Paulo: "Maduro, que reprime manifestantes usando gangues criminosas e encarcera dissidentes sem o devido processo legal?"

Quais os números e fatos dessa tal "repressão" do dignatário Maduro contra "manifestantes", e da ausência de processo legal Pois uma vez mais, as evidências complicam a abordagem da mídia predominante.

O general aposentado Ángel Vivas, quem tuitou instruções de como os oposicionistas ao governo neutralizassem inimigos pendurando arame farpado nas avenidas, o que poderia decapitar pessoas (e tem feito exatamente isso).

Após as decapitações, o destino do general fascista Vivas não poderia ter sido outro para o profundo inconformismo de veículos de comunicação como o jornal O Estado que, historicamente, tanto apreço têm por militares: a cadeia.

Mais imagens de apreensões por parte das forças de segurança venezuelana, de materiais de violência nas mãos de oposicionistas, o que é grave crime.

O presidente do Parlamento da Venezuela, Diosdado Cabello, em entrevista coletiva no dia 12/3 a meios locais, denunciou que um motociclista e um efetivo da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) que buscavam limpar barricadas na região leste da capital Caracas “morreram assassinados por francoatiradores fascistas”. Ao protesto pacífico não temos nenhum temor, mas o quanto pode ser considerado pacífico um protesto onde um francoatirador mata a quem tenta limpar barricadas?”. São perguntas que a jornalada tupiniquim não responde, e cujas versões oficiais da Venezuela sequer publica. O parlamentar Diosdado Cabello ainda pontuou que aquele foi o terceiro motociclista morto na capital venezuelana por causa dos protestos violentos dos grupos de extrema direita (ver aqui).

Jornal O Estado de S. Paulo: "A presidente Dilma Rousseff definitivamente rebaixou o Brasil à condição de cúmplice de regimes autoritários na América Latina. Atos criminosos do governo de Nicolás Maduro contra seus opositores na Venezuela ganhem verniz de legitimidade política. O Brasil torna-se corresponsável pela consolidação de um regime delinquente".

Veja-se que o jornal finaliza o artigo insistindo em persuasão, sem base em fatos. Usa e abusa de palavras e adjetivos, sem informação consistente.

Em 4/3, a Resolução 488 do Congresso dos EUA foi aprovado por quase unanimidade, 393 votos a favor contra apenas um contra: democratas e republicanos estão a ponto de aplicar sanções contra a soberania da Venezuela.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, contumaz defensor de sanções e até intervenção militar na Venezuela, apoiou a invasão ao iraque em 2003 quando senador, em consonância com Bush de dizia, contrariando a ONU e todo o mundo, mas não os principais meios de comunicação, que Saddam Hussein desenvolvia bombas de destruição massiva. Como o mesmo Kerry reconhece agora, uma sanção afetaria mais o povo venezuelano que o governo de Nicolás Maduro.

Eis na Resolução 488 do Capitólio a chave-interpretativa para o jogo de palavras do jornal O Estado, do início ao fim desta e de outras publicações rasas e altamente tendenciosas.

A grande "coincidência" em meio a toda essa mais barata persuasão é que tal prática está em perfeita sintonia com os veículos de informação predominantes lá dos States, que pautam gritantemente a onda de violência na Venezuela conforme apontado em O Socialismo que Deu Certo (com ligação a recente e emblemático artigo do New York Times neste sentido, fazendo as descaradas vezes de departamento publicitário de partido político oposicionista).

Deve-se lembrar que o que o jornal paulista chama de Estado delinquente um país cuja mortalidade infantil foi reduzida de 25/1000 (1990) para 10/1000 (2013), erradicou o analfabetismo e a fome, a ponto de fazer o mesmo com a pobreza extrema e com a desnutrição infantil, é o país com maior número de eleições (mais seguras do mundo) da América Latina, entre tantos avanços detalhados em O Que a Mídia Predominante Não Vê, maiores do mundo.

Em meio a essa descarada inversão de papeis, está também claro que o modelo de regime para o jornal O Estado é o dele, o Nobel da Paz Barack Obama dos drones, das bombas químicas, da vigilância massiva global, dos três milhões de mortos no Afeganistão e Iraque, de Guantánamo, do aprofundamento do cerceamento a jornalistas em todo o mundo, às liberdades civis dentro de seu país enfim, das maiores violações às leis internacionais em muitas décadas e à própria Constituição do país.

Não é possível entender esse perfeito jogo muito mais que de palavras, mas de interesses sem mencionar, de novo, a esquecida (não por aqui) revelação WikiLeaks de telegrama secreto enviado da Embaixada dos EUA em Brasília a Washington, em 2009:

O Estado de S. Paulo, O Globo e a revista Veja, podem se dedicar a reportagens sobre os riscos que podem surgir em se punir aqueles que difamarem religiões, especialmente entre a elite do país. Essa missão [Embaixada] tem alcançado sucesso significativo em encomendar entrevistas a repórteres com altos funcionários do governo dos EUA, e com intelectuais respeitados [grifo nosso].

Eis mais uma chave-interpretativa da realidade midiática e política que não pode ser jamais esquecida.

EUA e a Geopolítica Latino-Americana

Na América Latina, não se pode mais tirar um governo para por outro, e o caminho para o bem-estar dos países da região é o socialismo (Presidente Nicolás Maduro, 14/3/2014)

Os governos bolivarianos - Venezuela, Bolívia e Equador na América do Sul, fortes aliados de outros governos progressistas como Argentina e Uruguai, além do Brasil não tão progressista, prima pelos direitos humanos, invariavelmente pelo sufrágio universal, pelos investimentos sociais, pela democratização midiática e pela integração regional, deslocando-se de Washington.

O que os grandes meios de comunicação em todo o mundo tentam vender é que a Revolução Bolivariana latino-americana é antidemocrática e repressiva. Uma simples leitura antes mesmo dos países que atravessam o bolivarianismo, mas do "simpático" (para não se dizer outra coisa) tratamento midiático ao regime de Obama e àquilo que ora minimiza e esquece dele(como os escândalos trazidos por Snowden e Assange), ora classifica como "excessos de Obama" (por exemplo, os drones e Guantánamo), ou atentar-se ao incitamento midiático à porretada indiscriminada contra manifestantes brasileiros, para ficar em poucas exemplificações, não deixa dúvidas da real posição midiática com todas as suas "rapidinhas" envolta em jogo de palavras do início ao fim, e pouco ou nenhum conteúdo.

As grandes potências nunca aceitaram o governo bolivariano, desde que este ascendeu ao poder em 1999. Quando Hugo Chávez, logo que assumiu a Presidência, nacionalizou as reservas petrolíferas, rompeu com o FMI, com o Consenso de Washington e passou a combater duramente as invasões e bombardeios dos Estados Unidos sobre Afeganistão e Iraque (diversas vezes, apresentava fotos na TV lamentando crianças, mulheres e idosos massacrados pelas forças norte-americanas, enviando advertências a Bush), tornou-se inimigo a ser combatido a qualquer custo.

Com a morte do presidente Chávez, as elites globais comemoraram e apostaram no desmoronamento da Revolução Bolivariana. Enganaram-se rotundamente embora até hoje tentem, sobretudo através da mídia à qual exerce controle, minar o chavismo. O maior obstáculo dessas elites: a sociedade venezuelana. Se não fosse o financiamento de Washington à direita venezuelana, fascista e sem alternativas políticas nem econômicas, esta não teria representatividade nenhuma, ou muito provavelmente já nem existiria mais.

Disse o presidente Nicolás Maduro em 14/3:

O tempo em que se tirava um governo para por outro acabou (...). O tempo que se fazia uma guerra econômica, psicológica e política, acabou. A Venezuela está na vanguarda dos processos revolucionários, de maneira que desestabilizar e destruir a democracia venezuelana teria consequências impossíveis de se aguentar para a própria nação estadunidense. O socialismo é o destino da América.

A Venezuela, cuja petroleira estatal, a PDVSA, é ainda uma das cinco maiores empresas do mundo no setor segundo a influente revista Petroleum Intelligence Weekly, tem desempenhado papel-chave na mudança dos rumos políticos e econômicos da América Latina. Começou justamente com Hugo Chávez os fortes laços integracionistas através da criação de Alba, Petrocaribe, Unasul e Celac.

Os EUA estão mais agressivos, e Barack Obama, quem venceu as eleições presidenciais em 2008 pela primeira vez sob promessas de mudar os rumos da política externa de seu país, com base na defesa do respeito a soberanias nacionais e dos direitos humanos, está batendo os recordes, em muitas vezes, de assassinatos por drones, vigilância e cerceamento às liberdades civis que seu antecessor Bush.

As causas dessa maior agressividade, além da grave crise econômica por que atravessa, são o isolamento dos EUA a nível internacional, inclusive na América Latina como jamais antes na história: a China é hoje a maior parceira comercial da região, não mais os EUA.

Outro fator é que já não se pode mais manipular nações através da retórica neoliberal, da propaganda e das urnas. Faz-se necessário, assim, usar a força, arquitetar e financiar sabotagens, boicotes e aplicar golpes contra governos que não sejam submissos aos seus ditames.

A grande novidade neste cenário é o chamado Golpe Suave, ou Golpe Lento idealizado pelo norte-americano Gene Sharp, que reivindica a ação teoricamente não violenta para derrubar governos. Sharp fundou o Instituto Albert Eisntein, promotor das chamadas "revoluções coloridas" em países que não estão alinhados aos interesses da OTAN e de Washington - Síria, Líbia, Egito, Turquia, Ucrânia, a própria Venezuela, muito provavelmente entre outros, o tempo pode dizer isso através de novas provas.

O ideal de Sharp representa uma Estratégia de Tensão moderna, que se utiliza de mecanismos modernos tais como a Internet para se organizar e provocar Falsas Bandeiras, protestos que não são espontâneos que incluem ataques contra componentes do Estado e contra a própria sociedade. Característica peculiar das artificiais "revoluções coloridas" são a ausência de liderança e de propostas, o que dificulta a negociação com governos nacionais, além da própria violência descomedida, sua essência a fim de fragmentar a sociedade, provocar medidas governamentais repressivas e gerar desestabilização.

Com o apoio indispensável da mídia, aplica-se o caráter mais apropriado a essas manifestações, as pauta, superdimensiona reivindicações e transforma minorias agressivas em maiorias pacíficas, além de governos constitucionais e democráticos em tiranos e terroristas, até que estes sejam derrubados como na Ucrânia, no Paraguai e em Honduras.

Está também em curso, secretamente, o processo de aprofundamento do Acordo Trans-Pacífico (ATP), uma reedição da falida Alca (enterrada justamente pelos governos progressistas latino-americanos, a começar por Hugo Chávez, depois Lula, Néstor Kirchner e Rafael Correa) que inclui países da Ásia-Pacífico.

O regime de Obama mantém sigilo, seguido pela mídia, sobre o andamento do ATP, tratado de livre-comércio assinado em 2005. Em 2009, já com Obama presidente, os EUA decidiram formar parte do grupo. Hoje, fazem parte das negociações do Acordo que impõe uma "política econômica global que favorece 1% em detrimento de 99% das sociedades mundiais" segundo o Partido Verde (PV) dos Estados Unidos: Austrália, Brunei, Chile, Canadá, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Vietnã e EUA. Uma vez efetivado de maneira mais ampla, O ATP substituiria os tratados regionais latino-americanos e, evidentemente, reduziria drasticamente a soberania dos países da região.

Uma das raras vozes no deserto norte-americano denunciando o ATP é o PV. Outras vozes que fazem coro no deserto do regime de Obama são o programa de TV Democracy Now!, a revista Counterpunch, e os sítios Truth Out e New York Times Examiner. No Brasil, o ATP ainda não foi apresentado à sociedade pela mídia predominante no auge de sua esquizofrenia democrática e histerias justiceiras (quando os interesses do regime de Washington são contrariados), e nada indica que isso será feito em um futuro próximo.

O PV, cuja presidente é Jill Stein, comunicou em seu sítio na Internet:

O PV está empenhado em derrotar este esforço da administração de Obama para enriquecer e fortalecer as corporações
globais em detrimento das pessoas e do planeta. Há três anos, a administração de Obama empenha-se, em 16 rodadas
de negociações secretas, para desenvolver o ATP.

A vigência deste tratado, inevitavelmente, fortaleceria empresas de agrotóxicos e de alimentos geneticamente modificados como a Monsanto, políticas que estabelecem a saúde como bem de consumo, não como direito, além de grandes bancos e instituições financeiras "que levaram o mundo à depressão econômica"; retiraria direitos e segurança dos trabalhadores, e atentaria contra a liberdade na Internet; liberalizando a atividade econômica sem estabelecer leis, prejudicaria o meio ambiente com a emissão de tóxicos no ar e na água, além de seguir extinguindo espécies da fauna.

A própria economia dos EUA seria muito mais abalada com a efetivação de tal proposta, importando trabalhadores para ganhar salários equivalentes à realidade de seus países de origem, além de submeter esses mesmos trabalhadores a condições subumanas, sem nenhuma regulação laboral.

Ajamu Baraka, membro do PV, apontou no sítio do partido a perda dos direitos dos cidadãos, e dos trabalhadores em particular já que o Acordo traz em seu bojo o fortalecimento da "lógica do capital internacional, a qual frequentemente se opões aos direitos humanos dos trabalhadores, do bem-estar do meio ambiente e da justiça social em geral".

Baraka conclui desta contundente maneira seu comunicado:

O fato de que o ATP foi negociado em segredo, significa que não houve transparência, participação ou responsabilidade democrática.
Este fato, e as prováveis consequências do Acordo para as pessoas pobres e da classe trabalhadora, significa que todo o processo é ilegítimo, viola os direitos humanos fundamentais e, portanto, deve ser combatido.

O objetivo é também fazer frente à temida China (pelos bélicos Estados Unidos) que, além de maior parceira comercial da América Latina conforme já apontado, possui o maior exército do mundo e está em vias de se tornar a maior economia do planeta. Em contraposição à ATP, estão exatamente os organismos latino-americanos tratados como delinquentes pelo jornal Estado, incondicionalmente boicotados por este: Unasul, Alba, Petrocaribe, Celac e Mercosul.

Como os EUA estão em queda-livre nos aspectos econômicos e políticos, fatores que diminuem seu poder de influência, tentam minar governos independentes da América Latina e impor sua agenda neoliberal à região através da força. Frente a isso, Estados latinos cada vez mais integrados significa também menor vulnerabilidade às pilhagens, aos boicotes e às tentativas de golpe estrangeiras conforme evidenciado nos mais recentes encontros da Unasul e OEA sobre a conjuntura venezuelana.

Tudo isso explica por que exatamente os países latino-americanos serem os mais espionados do globo pelo regime norte-americano, outro crime internacional sem precedentes que inclui diplomatas, ativistas por direitos humanos, militantes políticos, empresas, etc, sob a escusa - levada adiante pela "grande" mídia - de preservação da segurança nacional dos EUA.

No primeiro semestre de 2013, houve tentativa de magnicídio contra maduro assim como houve em 2010 contra Rafael Correa, presidente do Equador. Ainda dentro da Venezuela, a oposição venezuelana residente em Miami, certamente apoiada pelos serviços secretos dos EUA, planejou o assassinato de seu companheiro Leopoldo López, a fim de culpar o governo de Maduro e gerar um caos no país. A esposa de López não apenas reconhece tal fato, como agradece ao presidente Maduro. A mesma tentativa, e com as mesmas origens, se deu contra Henrique Capriles no primeiros semestre de 2013, logo denunciado pelo presidente Maduro, e todas as medidas foram tomadas a fim de preservar a vida do governador de Miranda, e evitar o caos.

O presidente boliviano, Evo Morales escapou da morte em junho de 2013, quando quatro países da Europa, Espanha, Portugal, França e Itália, a mando do regime de Washington que dizia suspeitar que Snowden estava a bordo do avião presidencial boliviano, simplesmente negaram pouso para abastecimento do avião que viajava de Moscou a La Paz, gravíssimo ferimento das relações internacionais. Mais recentemente, o mesmo ocorreu com o avião presidencial venezuelano, que teve pouso negado em Porto Rico, território norte-americano.

A América Latina é vítima de uma nova Guerra Fria por parte dos EUA, a qual na realidade nunca terminou (aí está a Ucrânia para confirmar). E o papel da mídia hoje é o mesmo que de, por exemplo, 31 de março de 1964. Porém, a Doutrina Monroe atravessa sua pior fase na região.

E em meio à total inversão de papeis pela mídia e pelo regime de Washington, nenhuma novidade no histórico manipulatório de ambos, Obama sim, deve garantir e de maneira explícita, que os EUA se opõem a qualquer tentativa de golpe de Estado contra o Estado de direito venezuelano, e que Washington não apoiaria um suposto golpe, direta ou indiretamente.

Ratos na Piscina Midiática

XXXVI. REVOLUÇÃO BOLIVARIANA NA VENEZUELAO que tem mantido o Estado democrático da Venezuela frente a todo esse bombardeio oposicionista, imperialista e midiático conforme já apontado em O Que a Mídia Predominante Não Vê, são os fortes investimentos em educação do governo local que erradicaram em poucos anos o analfabetismo, amadureceram rapidamente o senso cidadão e democrático da sociedade venezuelana tornando-a uma das mais politizadas da América Latina.

Não por coincidência, a ONU, diversos outros organismos e observadores internacionais (entre eles o ex-presidente Jimmy Carter) consideram a Venezuela padrão mundial em democracia e direitos humanos. É exatamente este exemplo da Venezuela o que a jornalada tupiniquim, promotora de golpes militares e de analfabetismo, inclusive político, mais teme que aconteça na terra do imponderável dominado pela retrógrada e impiedosa oligarquia, bem conhecida de todos nós.

Conforme previmos em meio ao olho do furação em O que a Mídia Predominante Não Vê, escrito em 28/2, a tentativa de golpe não trinfará na Venezuela, e mais que isso: a maneira como a sociedade e o governo estão revertendo a situação farão com que a mídia predominante, que até aqui tem contado uma história completamente diversa da realidade, tenha que se virar para contar os porquês da mudança dos rumos no país vizinho.

Novos fatos virão, acumulam-se dia-a-dia dentro da Venezuela evidências que só podem ser ocultadas pelos veículos de comunicação com jogo de palavras e divulgação das versões de apenas um lado em questão. Os que têm acompanhado atentamente a leitura que a "grande" mídia faz da conjuntura venezuelana, enxergarão claramente que a mídia tem jogado baixamente com isso tudo.

Enquanto houver Revolução Bolivariana - e nada indica que ela se cessará, nem por vontade popular nem por conspirações de um Império em vertiginosa decadência -, para a grande mídia esquizofrênica haverá "ameaça da contaminação" conforme apontado pelo jornal Estado no reacionário mini-artigo de 13/3, que na verdade se configura em ameaça ao poder estabelecido. A "grande" mídia, em profunda e crescente crise econômica e de credibilidade, sabe muito bem disso. É bom que a sociedade tampouco se engane, e que também tenha sempre consciência disso.

#Posté le vendredi 13 juin 2014 13:25

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