GUARIMBAS
A 'Grande' Mídia na Berlinda e a Democracia Bolivariana em Alta
24 de março de 2014 / Publicado no Observatório da Imprensa
Na semana passada, ocorreram diversos fatos fundamentais envolvendo a conjuntura da Venezuela, que vive mais uma reviravolta contragolpista, e reveladores no que diz respeito à "cobertura" da mídia predominante. Dois valem ser adiantados e destacados:

Apesar da retórica ecoada nos veículos de comunicação internacionais, a extrema-direita já vinha se negando, desde o início da onda de violência em 18/2, a dialogar dentro da Venezuela esperando do governo de Nicolás Maduro respostas aos ataques que sofriam ele e a sociedade, no mínimo, na mesma proporção a fim de se justificar condenação internacional e intervenção militar, logo defendida no Congresso dos EUA e na própria Casa Branca.
O organismo de nações sul-americanas decidiu, por unanimidade, respaldar o governo de Nicolás Maduro, acompanhar e assessorar os diálogos entre setores políticos venezuelanos, e enviar sua Comissão à Venezuela em 25 e 26 de março, a pedido do Palácio de Miraflores. O ministro de Relações do Equador, Ricardo Patiño (imagem à direita), quem presidiu a assembleia, afirmou em 19/3:

Se há os que querem dialogar, que estejam na oposição, que não estão de acordo com o
governo venezuelano mas que queiram conversar sobre temas, demandas, questionamentos,
reivindicações que queiram fazer ao governo da Venezuela; nós favoreceremos esse tipo de diálogo.
governo venezuelano mas que queiram conversar sobre temas, demandas, questionamentos,
reivindicações que queiram fazer ao governo da Venezuela; nós favoreceremos esse tipo de diálogo.
O ministro equatoriano afirmou ainda que se reunirão com os setores oposicionistas, mas seguindo os traçados das autoridades venezuelanas a fim de evitar ingerência estrangeira no país.
Nós não podemos ir até lá e fazer o que nos der vontade, metermo-nos em qualquer lugar para conversar com quem seja,
porque estamos atendendo um pedido da Venezuela. Mas podemos ir lá, por exemplo, para ampliar o âmbito dessas conversas.
porque estamos atendendo um pedido da Venezuela. Mas podemos ir lá, por exemplo, para ampliar o âmbito dessas conversas.
E agora, como ficam os opositores de extrema-direita María Corina Machado (partido Súmate, criado e presidido por ela mesma), Leopoldo López (minúsculo partido Voluntad Popular, o qual fundou e preside) e Henrique Capriles (fundador e presidente do partido Primero Justicia), que foi ao Programa do Jô exibido na terça-feira, 18/3, clamando por diálogo como os outros dois companheiros têm feito nos meios de comunicação internacionais?
O Parlamento venezuelano aprovou, em 18/3 a pedido do presidente Nicolás Maduro, a instalação da Comissão pela Verdade para investigar os atos vandálicos das últimas semanas no país. O trio radical acima mencionado também se recusa a participar de tal Comissão: o presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, considerou que essa atitude demonstra sua cumplicidade com os grupos violentos. A proposta é que a Comissão seja integrada por nove deputados, cinco governistas e quatro da oposição, apontando que a bancada opositora poderá ser incorporada quando esteja organizada para tal, e chegue a um acordo para nomear sua comissão.
No mesmo dia, foram apresentados vídeos evidenciando como líderes da oposição articulavam as palavras para incitar grupos a protestar de maneira violenta, e buscar saídas não pacíficas a suas solicitações (um dos vídeos, do prefeito Vicencio Scarano da cidade de San Diego, estado de Carabobo (centro), incitando à violência, pode ser visto no meio deste artigo da Telesur: http://www.telesurtv.net/articulos/2014/03/20/maduro-alcalde-que-se-equivoque-tendra-que-enfrentar-la-leyen-venezuela-7174.html).
A oposição contraditória e fascista segue irredutível: não quer e nem pode participar de diálogos, o que jogaria por terra seu já fracassado projeto golpista. A ordem é gerar caos segundo revelam também telegramas secretos liberados por WikiLeaks, revelando conspiração de "diplomatas" dos EUA na Venezuela, e gravações reveladas no ano passado envolvendo uma dessas líderes oposicionistas, a deputada María Corina Machado [1].
Apontou-se no artigo O Be-A-Bá da Manipulação (abaixo) a profunda hipocrisia por trás dos clamores por diálogo alardeados pela oposição venezuelana, algo que passou "desapercebido" pela "grande" mídia que ecoou essa voz. Sem base na verdade dos fatos, a mídia de manipulação deve agora criar novos argumentos de persuasão - o que não lhe falta -, a fim de seguir construindo a estória de "oposição pacífica e democrática", e "governo repressivo", algo cada vez mais complicado de se fazer.
Questionou-se também, no mesmo artigo, a sinceridade de Capriles em se converter ao diálogo afirmando que este político não era de confiança, e dever-se-ia, portanto, esperar para ver até onde ele iria com tal discurso. Pois na semana passada ele se recusou a participar de qualquer diálogo estabelecido pelo presidente Maduro com governistas, oposicionistas, empresários e Igreja. Capriles já recusou participação mesmo da Conferência pela Paz e da Comissão pela Verdade. A escusa da vez do fundador e presidente do partido Primero Justicia tem sido a detenção de dois prefeitos por descumprimento constitucional e incitação à violência, conforme se verá com mais detalhes a seguir.
Na Organização dos Estados Americanos (OEA) - privilegiada pela mídia predominante pelo fato de os Estados Unidos possuírem assento, país que já tinha como certas sanções e intervenção militar contra a Venezuela -, dos 32 países-membro 29 votaram pelo diálogo na Venezuela e contra qualquer tipo de sanção e intervenção em reunião na semana retrasada, confirmando a posição da ONU, da Alba e da Celac sobre o tema. Outro desconcerto ao regime de Washington, à oposição venezuelana e à falsa moralista mídia de desinformação. Os votos contrários, é claro, foram dos próprios EUA e de seus velhos aliados na região: Canadá e Panamá.
O secretário geral da OEA, José Miguel Insulza, desprezou em 17/3 as pressões que lhe solicitam intervir na situação interna que vive a Venezuela atualmente, reafirmando que o organismo que preside não tem nenhum instrumento legal que lhe permita exercer ingerência no país sul-americano. “O que querem que eu faça, que dite qual decreto com base em qual legalidade? Nunca disseram isso, jamais”, exclamou o secretário Insulza em entrevista à CNN.
“Este é um organismo multinacional, não é um secretariado geral supranacional. Não age assim o secretário geral das Nações Unidas quando o Conselho de Segurança se reúne; Ban Ki-moon [secretário-geral da ONU] não manda uma missão a nenhuma parte sem o consentimento do Conselho. Não faz isso nenhum organismo internacional”, acrescentou o secretário Insulza.
EUA, Canadá e Panamá haviam votado favoravelmente para que María Corina tratasse to assunto em plena OEA, algo jamais ocorrido na história do organismo. O embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chadertones disse que seria "uma aberração que a OEA, que estufa o peito com a carta democrática, desse la palavra a um personagem que apoia a desestabilização na Venezuela. Enquanto alguns países progridem com políticas soberanas, a OEA abre espaços para que personagens antidemocráticos estejam dentro de seus espaços; relaxa-se cada vez, e pretende substituir o papel dos Estados dentro da organização". Os meios de comunicação brasileiros "indignaram-se" com a posição da maioria da OEA - com muita retórica, é claro, sem levar informação minimamente consistente.
2. Veio à tona na noite de sexta-feira (21/3), no programa Zurda Konducta da rede Venezolana de TV, gravação de conversa telefônica entre Juan Requesens, presidente da Federación de Centros Universitarios de la Universidad Central de Venezuela, e um amigo, revelando pagamento pela extrema-direita, que recebe milhões de dólares de Washington há mais de uma década, para que oposicionistas saíssem às ruas e protestassem violentamente.
Foram pagos de 2 mil a 50 mil bolívares (de cerca de 300 a 7.936 dólares) para que os "estudantes pacíficos" da "grande" mídia, muitos mascarados e comprovadamente em sua maioria nem estudantes eram, saíssem às ruas depredando órgãos públicos (especialmente mercados de alimentos e clínicas de saúde), agredindo descomedidamente e assassinando, especialmente policiais (ver aqui, com vídeo).
A verdade, a Cavalo Veloz
Perante tais fatos, vale recordar o que se apontou aqui, também em O Be-A-Bá da Manipulação: "[A onda de violência na Venezuela] marca o que se pode chamar de uma das maiores trapalhadas do regime de Washington e da própria mídia de desinformação que, cada vez mais, tem que 'se virar' para fazer as indisfarçáveis vezes de porta-voz da Casa Branca, e seguir desconstruindo a realidade social, política e econômica da Venezuela."
E assim foi concluído o mesmo artigo: "Novos fatos virão, acumulam-se dia-a-dia dentro da Venezuela evidências que só podem ser ocultadas pelos veículos de comunicação com jogo de palavras e divulgação das versões de apenas um lado em questão. Os que têm acompanhado atentamente a leitura que a 'grande' mídia faz da conjuntura venezuelana, enxergarão claramente que a mídia tem jogado baixamente com isso tudo".
Não é necessária nenhuma capacidade especial para se adquirir tal percepção, a questão é bem simples: quando se esta inteirado das informações dentro de seu fiel contexto e não apenas se conhece como a mídia o joga com as informações, mas com quais objetivos e quem exatamente está por trás de todo esse jogo de interesses, tudo fica muito previsível.
'Grande' Mídia de Desinformação, por a + b
Quem ficou sabendo dos fatos acima apresentados através da mídia gorda tupiniquim? Quem no Brasil está sabendo que, após a "explosão" entusiasmada de "notícias" e artigos sobre a Venezuela, que neste país, das 18 cidades que iniciaram os atos violentos, hoje apenas em duas delas ainda há cidadãos que agem violentamente, no leste rico da capita de Caracas e em San Cristóbal, capital do estado de Táchira? Desde o início, a mídia transforma uma minoria abastada e violenta na Venezuela em maioria.
Quem foi informado pela mídia predominante que em cada uma dessas 18 cidades, entre 335 ao todo no país que têm levado a vida normalmente, os prefeitos são oposicionistas e apoiaram ilegalmente os protestos? Ninguém. Nem os outros acontecimentos da semana que passou a serem apontados mais abaixo, foram publicados pela "grande" mídia ainda que para contestá-los. Segue a retórica persuasiva da desinformação midiática das massas. Onde estão os jornalistas deste país?
Quem ficou sabendo que um empresário judeu, Jacob Ostreicher financiado pelo narcotráfico e pela CIA disfarçada de missão diplomática para desestabilizar a Bolívia, saiu ilegalmente deste país para não ser preso acobertado justamente pela CIA, mais especialmente pelo "diplomata-espião" Larry Lamont Memmott? Da espionagem da mesma CIA contra o Senado norte-americano que investiga tortura ilegal, tudo isso sob silêncio conivente de Barack Obama, quem já havia instruído agentes da NSA a se espionarem entre si em outubro 2011, revelado em junho de 2013 [2]? Do novo despejo da bilionária indústria das armas dos EUA sobre o Iraque? Das novas apresentações de documentos por Edward Snowden revelando que, simplesmente, dobrou a vigilância global em um ano e que a NSA se passa por cidadãos no Facebook a fim de descobrir informações e difamá-los (perante uma mídia de joelhos ao Império, desde o início das denúncias)? Pois é.
O acobertamento e a manipulação das informações, que levam à desconstrução social e política da realidade, são a tentativa desesperada de sobrevida das oligarquias nacionais hoje - não por coincidência proprietárias dos próprios meios de comunicação -, tanto para as classes dominantes norte-americana quanto às latino-americanas. Pois na era da informação global, os porões do poder estão tendo que "se virar" muito para sustentar suas manipulações em cima de outras mentiras.
O que muitos pensam se tratar de meios de comunicação são, de modo clarividente, usinas de ideias conforme apontado em Jornalismo ou Usina de Ideias? (mais abaixo): "As usinas de ideias são organizações ou instituições que atuam no campo dos grupos de interesse, produzindo e difundindo conhecimentos assuntos estratégicos com vistas a influenciar transformações sociais, políticas, econômicas ou científicas, sobretudo em assuntos sobre os quais as pessoas comuns não encontram facilmente bases para analisar de forma objetiva".
Por Dentro da Venezuela
O poder não pode estar associado à acumulação desmedida de riquezas, mas deve ser entendida assim: Podem ou
não podem os trabalhadores ter acesso a uma moradia digna?, Ter acesso ou não a uma educação gratuita e de qualidade?
Decidir ou não sobre o investimento dos recursos destinados a sua comunidade? Isso só é possível através da Revolução.
É, então, o verdadeiro poder: de, além disso, eleger democraticamente suas autoridades, participar da distribuição equânime
da riqueza nacional e assumir a corresponsabilidade social no marco das leis e de la Constituição
(Hugo Chávez, abril de 2011)
não podem os trabalhadores ter acesso a uma moradia digna?, Ter acesso ou não a uma educação gratuita e de qualidade?
Decidir ou não sobre o investimento dos recursos destinados a sua comunidade? Isso só é possível através da Revolução.
É, então, o verdadeiro poder: de, além disso, eleger democraticamente suas autoridades, participar da distribuição equânime
da riqueza nacional e assumir a corresponsabilidade social no marco das leis e de la Constituição
(Hugo Chávez, abril de 2011)
Maduro Seria Reeleito Hoje. A pesquisadora norte-americana International Consulting Services (ICS) entrevistou, entre 10 e 16 de março, 1.400 pessoas em todos os 19 estados da Venezuela, e revelou que se houvesse eleição presidencial no país hoje, o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, seria eleito com 55,8% dos votos.
Segundo a ICS, o presidente venezuelano conseguiu subir 5,19 puntos desde que venceu o pleito presidencial Nicolá em 16 dos 23 estados em abril del 2013 contra Capriles, graças a 50,75 dos votos válidos em escala nacional, que o fizeram o segundo chefe de Estado mais votado na historia do país depois de Hugo Chávez..
Enquanto isso, segue o Governo de Rua do presidente Maduro: na sexta-feira (21/3) entregou casas populares, inaugurou obras, firmou acordos e ouviu a todos os setores da sociedade de perto.
No mesmo dia, o presidente Maduro concedeu entrevista à TV mexicana Televisa, onde afirmou que a Venezuela passou "em apenas década e media de um PIB de 90 bilhões de dólares, a 400 bilhões de dólares; é um crescimento da riqueza nacional e da infraestrutura".
Quanto ao desemprego, explicou como baixou de 25% a 5,6%, e que "o país passou de 70% de emprego informal precário a 67% de emprego formal protegido pela seguridade social, com salários que atualizados anualmente (...) Há dois empregos por família na Venezuela".
Índice de Aprovação ao Governo Maduro. A pesquisadora Hinterlaces entrevistou 1.200 pessoas entre 6 e 11 de março, e concluiu um ascenso de 57% dos venezuelanos que qualificam como positiva a gestão do presidente Nicolás Maduro. Sobre a análise de tendência, a sondagem pontuou que nas duas últimas semanas tem havido recuperação importante da avaliação positiva da gestão do presidente.
Durante seu programa na rede de TV Televen da Venezuela, o jornalista e político venezuelano José Vicente Rangel, afirmou que "da mesma maneira, o chavismo cresce, radicaliza-se e se blinda diante da ameaça por parte da oposição extremista".
Neste sentido, Rangel explicou que, ao mesmo tempo, "há uma queda importante da aprovação em relação aos líderes fundamentais da Mesa de la Unidad Democrática [aliança de partidos oposicionistas]".
87% dos venezuelanos repudiou as ações violentas que pretendem executar um golpe de Estado. 79% dos venezuelanos pesquisados também afirmaram que os protestos por parte de uma minoria da população poderiam piorar a situação atual do país.
Universidade Incendiada. Na terça-feira (18/3) foi incendiada a sede da Universidad Nacional Experimental Politécnica de la Fuerza Armada Nacional (Unefa) em San Cristóbal, ocasionando destroços na biblioteca, em laboratórios, em arquivos de expedientes dos estudantes, nos escritórios do decano, na faculdade de Engenharia, queimaram veículos e roubaram computadores.
Uma multidão marchou com alegria e civismo na capital Caracas sábado (22/3) repudiando a violência perpetrada por grupos fascistas contra a Unefa, e em apoio à Revolução Bolivariana. Jovens de todas as regiões do país, especialmente estudantes, participaram da marcha pacífica, da qual participou o presidente Maduro, marchando junto com os estudantes.
Pela primeira vez na história da Venezuela, uma universidade é atacada conforme apontou indignado o presidente Maduro:
Nunca na história da Venezuela nenhum setor político se atreveu a incendiar uma universidade para destruí-la. Nem o
pior dos ditadores pensou em queimar as salas de aula da juventude venezuelana.Denuncio ao mundo este ataque.
A direita venezuelana pendeu a posições políticas extremistas, neofascistas. Imaginem que seria deste país com
esses violentos no poder. Incendeiam esta universidade e os meios de comunicação da burguesia ficam calados.
A Imprensa e televisão burguesa são aliados do terrorismo. E não tenho visto sequer um líder político da
oposição demonstrar solidariedade aos estudantes, nem condenar a queima desta universidade. Não
respeitam ao povo nem à Constituição, eles criaram um monstro.
Aprovei 98 milhões de bolívares para uma sede nova da Unefa, e para a ampliação de seus
espaços para construir toda uma cidade universitária no estado de Táchira, chamada Hugo Chávez.
Quero entregar de imediato cem novos ônibus para o transporte de estudantes, y cem para o funcionamento
regular da universidade, para o transporte de trabalhadores e professores. Além disso, 50 milhões de bolívares
para reparar as quinze sedes que foram atacadas de forma parcial pelos grupos fascistas de ultradireita
.pior dos ditadores pensou em queimar as salas de aula da juventude venezuelana.Denuncio ao mundo este ataque.
A direita venezuelana pendeu a posições políticas extremistas, neofascistas. Imaginem que seria deste país com
esses violentos no poder. Incendeiam esta universidade e os meios de comunicação da burguesia ficam calados.
A Imprensa e televisão burguesa são aliados do terrorismo. E não tenho visto sequer um líder político da
oposição demonstrar solidariedade aos estudantes, nem condenar a queima desta universidade. Não
respeitam ao povo nem à Constituição, eles criaram um monstro.
Aprovei 98 milhões de bolívares para uma sede nova da Unefa, e para a ampliação de seus
espaços para construir toda uma cidade universitária no estado de Táchira, chamada Hugo Chávez.
Quero entregar de imediato cem novos ônibus para o transporte de estudantes, y cem para o funcionamento
regular da universidade, para o transporte de trabalhadores e professores. Além disso, 50 milhões de bolívares
para reparar as quinze sedes que foram atacadas de forma parcial pelos grupos fascistas de ultradireita
O chefe de Estado venezuelano reiterou ainda o chamado aos porta-vozes da oposição para que compareçam à Conferência Nacional pela Paz, para tratar as diferenças políticas por vias democráticas. “Não deem mais voltas, o caminho da democracia é o diálogo”
Democracia & Justiça. O presidente Nicolás Maduro anunciou na noite de domingo (23/3) que seu governo denunciará junto aos organismos internacionais as agressões por parte de grupos de extrema-direita contra universidades, bibliotecas e centros culturais.
Durante o encerramento da X edição da Feira Internacional do Libro na Venezuela, o presidente venezuelano afirmou que já preparou todas as provas que tem para serem entregues a organismos tais como Unasul, Unesco, OEA e ONU.
O governo venezuelano informou na sexta-feira (21/3) que os prejuízos causados contra o país pela onda de violência desatada há um mês ultrapassa os 10 milhões de dólares.
No dia 18/3, o deputado Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, apresentou uma denúncia formal ao Ministério Público a fim de solicitar um antejuízo de mérito à deputada María Corina, requisito prévio para levantar sua imunidade parlamentar para frear a impunidade no país após os atos vandálicos no país.
O documento foi assinado por 95 deputados da bancada governista, que coincidiu com a plenária para pedir uma investigação profunda para constatar a participação da legisladora de direita nos atos violentos.
Reiterou o deputado Diosdado Cabello
Esta senhora deputada deve pagar pelos crimes, destroços e prejuízos no país, mas isto é com a Comissão pela Verdade, é uma denúncia que trouxemos ao Ministério Público para que se investigue à senhora deputada Maria Corina Machado pelos destroços e prejuízos causados al país. Na verdade, ir à OEA é um equívoco. Ela [Maria Machado] pode ir à OEA, à la Corte Interamericana de Justiça. Mas aqui na Venezuela ela será julgada pela criminalidade, pelos delitos de lesa humanidade, pela violência, porque o povo quer justiça.
A promotora de Justiça, Luisa Ortega Díaz, informou no domingo (23/3) que as autoridades estão investigando 60 denúncias contra agentes de segurança pública por terem cometido supostos abusos contra manifestantes ao longo destas 5 semanas de onda de violência. Afirmou à Televen a promotora Luisa: "Se tem havido excessos policiais, não vamos negar o fato (...), no Ministério Público estamos investigando".
A promotora Luisa Ortega pontuou que as autoridades mantêm detidos 15 policiais acusados de cometer abusos, enfatizando que se trata de condutas isoladas que não seguem nenhuma instrução de superiores. O Sindicato Nacional de Trabajadores de la Prensa (SNTP) também denunciou neste domingo agressões a jornalistas por parte de policiais durante os protestos, bem como destruoção de equipamentos e prisão de comunicadores.
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) emitiu na semana passada uma sentença que ordena aos prefeitos de municípios que albergam as chamadas guarimbas (fechamento de vias públicas com lixo, objetos com pregos além de óleo para que motociclistas caiam) que tomem medidas para restabelecer a ordem pública, devolver a paz, a segurança e o direito ao livre trânsito aos venezolanos.
Esta ordem foi recusada pelos prefeitos de extrema-direita, os quais alegam que o órgão judicial busca jogá-los contra o município que lideram. Contudo, os cidadãos estão enchendo as contas do Tuíter desses prefeitos com mensagens exigindo o restabelecimento da ordem, e que cumpram suas obrigações para as quais foram eleitos: proporcionar aos municípios paz e ordem.
Mediante a sentença, o TSJ ordena a imediata remoção dos escombros e outros elementos que impeçam a passagem e causem algum tipo de obstáculo à vida urbana, além de impedir protestos que tenham esse fim. O artigo 178 da Constituição da Venezuela determina que é competência da autoridade municipal a ordem territorial e urbanística, a ordem do trânsito de veículos, a proteção do ambiente, coleta de lixo e proteção em cada bairro, entre outras atribuições.
O ministro do Interior e Justiça, Miguel Rodríguez Torres, divulgou que o prefeito de Cristóbal, Daniel Ceballos, foi preso pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), após ter sido emitida uma ordem de captura sob acusação de rebelião civil ao se recusar a estabelecer a ordem.
O TSJ também condenou a 10 meses e 15 dias de prisão o prefeito de San Diego do estado de Carabobo, Vicencio Scarano Spisso, e o diretor geral de Polícia local, Salvatore Lucchese Scaletta. Ambos os funcionários descumpriram o mandamento do amparo cautelar ditado mediante a sentencia N° 136, previsto no artigo 31 da Lei Orgânica de Amparo sobre Direitos e Garantias Constitucionais, que lhes ordenava empreender as ações necessárias para evitar a colocação de barricadas em sua jurisdição.
Portanto, o governo venezuelano tem agido em conformidade à lei também neste sentido, fazendo o que faria qualquer governo democrático. Não nos EUA e em países aliados a estes, como por exemplo Arábia Saudita e Colômbia: dentro desses três territórios, tem-se agredido descomedidamente manifestantes pacíficos. Na Arábia, um manifestante foi condenado a sete anos de prisão na semana passada. Na mais recente aliada do regime de Washington, ascendeu ao poder um partido declaradamente nazista, o Svoboda. Tudo isso sob silêncio global.
Unasul: Protocolo Adicional ao Tratado Constitutivo
O ministro Ricardo Patiño anunciou em 19/3 a entrada em vigor da cláusula democrática da Unasul, através da qual se ratifica o Protocolo Adicional ao Tratado Constitutivo do organismo sobre el compromisso com a democracia.
A delegação colombiana entregou ao Equador naquele dia a ratificação do protocolo em que 10 países, contando com a Colômbia, ratificaram a cláusula democrática. “Os outros países que aprovaram o documento foram Guiana, Peru, Chile, Argentina, Venezuela, Suriname, Equador, Bolívia e Uruguai”, pontuou o ministro Patiño.
Apontou também que a setores nacionais desestabilizadores “é necessário recordar esta cláusula democrática”. Destacou ainda a importância e a necessidade da oposição, do debate político e de los instrumentos institucionais para esclarecer as diferenças.
“Concordo que todos tenhamos os espaços adequados para reclamar nossos direitos, mas democraticamente, não através da ruptura do Estado de direito", sentenciou o ministro equatoriano.
Segundo explicou o ministro Patiño, o artigo 4 do instrumento estipula sanções aos países violadores da cláusula, suspensão do direito de participar nos diferentes órgãos e instâncias da Unasul, assim como ter acesso aos direitos e benefícios do Tratado Constitutivo.
Da mesma maneira, se estabelece o fechamento parcial ou total das fronteiras terrestres, incluindo a suspensão e/ou a limitação do comércio, tráfico aéreo e marítimo, comunicações, provisão de energia, de serviços e produtos básicos. Vale recordar que o Protocolo Adicional ao Tratado Constitutivo da Unasul relacionado à democracia, foi aprovado en 2010.
Novos Tempos na América Latina
Se queremos acabar com a pobreza, devemos dar poder aos pobres
(Hugo Chávez, abril de 2011)
(Hugo Chávez, abril de 2011)
A América Latina vive momento único em sua história no que diz respeito à emancipação e conquistas sociais. As decisões tomadas pelos países-membro da OEA e da Unasul configuram mais uma vitória democrática da região, historicamente subjugada pelo imperialismo. E uma vitória sem precedentes. Contra a dominação, a exploração, a pilhagem das nossas díspares riquezas. Contra o fascismo e a favor dos direitos humanos, da autodeterminação dos povos.
Pedro Carmona em 11 de abril logo reconhecido pela administração de Bush, quem o colocara no poder, desfez imediatamente a Constituição, dissolveu a Assembleia Legislativa, retirou o poder judicial e passou a atacar fisicamente membros do governo de Chávez. Esta é a "democracia" que o regime de Washington busca para a Venezuela, que sempre buscou para o país e para a América Latina. Conforme apontou embaixador Roy Chadertones em 18/3 no encontro da OEA, a Venezuela está na vanguarda mundial no combate ao fascismo, fazendo referencia às derrotas que o país tem aplicado ao regime de Washington e à extrema direita.
Por isso tudo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, colocou a atual unidade latino-americana como padrão mundial, além das próprias conquistas sociais que valeram o prêmio, em junho de 2013 na Europa, ao presidente Nicolás Maduro.
A mídia de desconstrução social, por sua vez, baterá o pé, não dará o braço a torcer e seguirá em sua oposição tendenciosamente sistemática ao governo bolivariano da Venezuela, assim como se coloca contra todos os progressistas da América Latina que têm trazido justiça social à região historicamente mais desigual e ao mesmo tempo mais rica em biodiversidade do planeta. Justiça social, palavrão a este setor midiático. Vem mais raivosa persuasão midiática sem base nos fatos adiante, assim como novas tentativas de golpe, previstas neste espaço desde meados de 2013.
Hugo Chávez sempre advertiu a sociedade venezuelana e o mundo que as ameaças golpistas por parte dos Estados Unidos eram permanentes, sempre ridicularizado pela mídia predominante mesmo após WikiLeaks. Nicolás Maduro, desde que assumiu a Presidência em abril de 2013, diz o mesmo, igualmente ridicularizado pelos "grandes comentaristas" de retórica reacionária que traz embutida uma longa história de golpes na América Latina, possíveis de serem aplicados apenas em cima dos setores mais desavisados e/ou indiferentes de uma sociedade.
A Revolução Bolivariana não polarizou a sociedade local conforme tentam convencer os meios de comunicação e o regime de Washington, mas mexeu profundamente nas estruturas de uma sociedade que, até 1999, era a mais desigual do continente mais desigual do planeta, país onde praticamente já não existia mais classe média. O governo bolivariano da Venezuela tirou o rancoroso 1% - dono de mansões em Miami, antigo dono também das maiores reservas de petróleo do planeta, as venezuelanas - do ócio, dos privilégios e da exploração descomedida, e junto retirou os outros 99% da miséria e da opressão que pareciam sem fim (a pobreza foi erradicada na Venezuela nos anos de governo bolivariano (a Venezuela é o único país do mundo a ter alcançado, com muitos anos de antecedência, diversas Metas do Milênio da ONU estipuladas para 2015, no que diz respeito às conquistas sociais conforme se detalhou em O Que a Mídia Predominante Não Vê, mais abaixo.
Lamentavelmente em um mundo imperialista, corrupto, que insiste na unipolaridade global, o prejuízo de uns significa o lucro de outros. A democracia está em alta na América Latina, o que significa, dentro da lógica criada e defendida com unhas e dentes pelos mesquinhos oligarcas, que o Império e seus comparsas estão em baixa. Dessa vez, a Crimeia e a Damasco dos EUA e da mídia foram, uma vez mais, a brava Caracas do comandante Hugo Chávez quem, conforme insiste seu "filho" Nicolás Maduro, está vivo na política e na vida da Venezuela, em todos os sentidos.
A América Latina, backyard (quintal) dos EUA como recentemente disse na OEA o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, sempre esteve adaptada a subprodutos do Império impiedoso. Hoje, a região está em contraposição à dominação e exploração do neocolonialismo autodeterminando-se, em grande estilo. Enquanto houver imperialismo de um lado e Revolução Bolivariana de outro, haverá tentativas de golpe.
A sociedade mais alfabetizada da região hoje (o analfabetismo foi erradicado da Venezuela nos anos de governo bolivariano) entendeu bem essa questão, e venceu mais uma batalha tão pacífica quanto briosamente. Há muitas lições a serem tiradas da sociedade venezuelana, lições as quais as grandes empresas de mídia, representantes das grandes corporações e dos altos escalões políticos, têm profunda aversão e temor. Que a sociedade brasileira, que vive sob um governo que tem se descolado de Washington, apresse-se em tirar tais lições antes que seja tarde demais: no país, a Revolução Colorida de Gene Sharp apontada em O Be-A-Bá da Manipulação, está em marcha desde junho de 2013.

[1] Revelações WikiLeaks sobre conspiração do regime de Washington contra a Venezuela, em parceria com a oposição local para gerar desestabilização e provocar um golpe de Estado: aqui, aqui e aqui;
[2] Espionagem da CIA contra o Senado dos EUA, sob conivência de Obama, aqui. Instrução de Obama para que agentes da NSA se espionem entre si, aqui.